O Velório

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Era difícil. Apenas isso. Era difícil acreditar que o Kaio tinha sido assassinado, era difícil acreditar que o Kaio nunca mais ia vir à minha casa, tudo estava sendo difícil. Minha visão turva tornou-se focada. Os olhos azuis de mamãe me observavam, estes cheios de lágrimas demonstravam estar preocupados comigo.

Natalie me ajudou a levantar da cama, provavelmente o papai tinha me trazido.

— Como você esta, querida? — mamãe perguntou.

Natalie me observou com os seus olhos vermelhos e inchados.

— Estou péssima, mamãe. — falei — Gostaria de ficar sozinha!

Abraçando a mamãe, Natalie tirou ela do meu quarto e eu mentalmente agradeci a Natalie por isso. Natalie naquele momento não estava sendo a megera que sempre foi. Abraçando meu travesseiro, comecei a pensar nas coisas que eu havia dito ao Kaio ontem à noite.

A imagem dele sorrindo aparecia constantemente em minha mente. Ele era o meu amigo, o meu confidente. Comecei a pensar em quem podiria ter assassinado o meu primo. Agoniada com isso, desci até a sala. Rosa estava saindo do escritório do papai segurando uma bandeja.

— Oh, minha querida! — deixando a bandeja com bules e xícaras em cima da mesa de centro venho me abraçar.

Rosa era com um calmante pra mim, o seu abraço me deixava confortável e calma.

— Sinto muito! — falou enquanto segurava o meu rosto entre suas mãos rechonchudas e macias.

— Onde está o papai? — perguntei com a voz embargada.

— Bem..., ele está no escritório com o delegado.

Ótimo! Pensei. Irei descobrir o que verdadeiramente aconteceu. Antes de abri a porta do escritório virei para Rosa e perguntei:

— Onde está o Conrado? — não sabia o que estava fazendo, mas fiquei preocupada com ele.

— Foi na empresa do seu pai. O Sr. Kairos não está muito bem para trabalhar.

Dei um sorriso bastante forçado para Rosa e entrei no escritório. Papai e o Delegado estava sentados um de frete ao outro.

— Olá querida! O que quer?

O delegado olhou para mim, se levantou e se apresentou cordialmente.

— Carlos, Delegado Carlos Leitte. — falou estendendo a mão.

O delegado Carlos era um tanta rechonchudo, de estatura mediana, usava um bigode gigante e tinha cara de poucos amigos.

— Camila Castro. — disse apertando a mão do delegado. — Quero saber o que aconteceu com o meu primo!

O delegado olhou para o papai, como se estivesse pedindo permissão, papai apenas balançou a cabeça, concordando com o que o delegado ia me falar.

O delegado Carlos se sentou e eu sentei ao seu lado, esperando ansiosa.

— Seu primo foi encontrado às 7:45 da manhã por um agricultor, ele estava muito machucado, tinha levado cinco facadas na região do pescoço — meu queixo caiu. Que seria capaz de fazer isso? — O agricultor ligou pra polícia, quando chegamos lá encontramos uma faca, a polícia supõe que foi a faca usada no crime, já está nas mãos da perícia.

Estava chocada. Não conseguia acreditar. Na minha cabeça uma pergunta havia se formado "Quem fez isso?"

— Encontramos o celular da vítima e ligamos para a última ligação que a vítima tinha ligado, seu pai atendeu e foi ao local reconhecer o corpo.

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⏰ Última atualização: May 20, 2016 ⏰

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