1º {The Purple Cloud}

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Minha vida sempre foi a mesma. Desde o dia em que eu nasci até o dia de hoje, o temido primeiro dia de aula.

Eu nasci em uma família normal, com pais normais e casa normal. Até mesmo meu nome é "clichê", minha mãe me deu o nome do meu falecido avô.

-Oh Bryce, seu avô era um homem honrado, lutou ao lado da América com unhas e dentes na Segunda Guerra - ela dizia.

Mas a verdade é que esse tipo de história sempre me deixou enjoado. Eu queria ser diferente, não queria ter a vida sonolenta e pacata que meus pais tinham. Eu queria pintar o cabelo de 1 milhão de cores, ou colocar piercings no corpo inteiro.

Mas meus pais abominavam esse tipo de coisa. Eles queriam que eu tivesse uma vida chata, queriam que eu vivesse para sempre em Sacramento, casasse, tivesse filhos e morresse trabalhando a vida toda em uma sala de escritório fechada.

O primeiro dia era sempre um porre. Desde a 5ª série sempre foi a mesma coisa. Os mesmos alunos, o mesmo soco no estômago diário que eu levava do Gary Rivers, o valentão típico da escola; e os mesmos professores. A não ser pela Sra. Mason que morreu ano passado.

Desci as escadas, o cheiro de café forte exalava pela cozinha toda.

- Bom dia mãe.

- Bom dia querido, vai tomar café da manhã dessa vez?

- Não, não estou afim - raramente eu comia antes de sair - Vou para a escola já mãe, beijo. Manda um beijo pro pai.

Peguei minha blusa do Rolling Stones e saí. Fevereiro é um mês super frio, o vento que soprava ás 8:00 da manhã parecia rasgar meus lábios como lâminas.

As férias de inverno foram um porre como sempre. A gente ia para a casa da minha avó na Carolina do Sul todo ano para a ceia de natal e para o Ano-Novo. O que me incomoda nisso é a monotonia. Os sulistas são tão pacatos e tediosos quanto a gente na California, isso por que é a California. Eu queria ir para Los Angeles, ou para Miami, ou até para a Disney. Mas era sempre pra entediante Carolina do Sul.

Cheguei no colégio e vi o Gary vindo em minha direção. Preparei o estômago para não vomitar e fechei os olhos. Senti uma dor agonizante percorrer todo o meu tórax.

- Teve um bom Natal, Emo?

Não respondi, apenas esperei que minha dor passasse e ele fosse embora com os amigos patéticos dele. Senti uma pequena mão tocar meu ombro.

- Ei garoto, você está bem?

Era uma menina. Uma menina que eu nunca tinha visto na vida. Ela tinha olhos azuis e penetrantes, um cabelo preto com mechas roxas.

- E-Eu estou bem sim, você é nova?

- Sou. Me mudei a 1 mês pra California, eu sou de Nova York. Katherine Longscraper, prazer.

- Uma nova-iorquina, que legal. Bryce Anders, nascido e criado em Sacramento, prazer.

Ela era o total oposto de mim. Ela tinha cabelo pintado, tinha um piercing absolutamente lindo no nariz e usava uma camiseta de caveira que meus pais nunca deixariam eu usar.

- Precisa de ajuda com alguma coisa? - perguntei tentando ser simpático.

- Bom, o meu armário eu consegui achar pelo menos - ela riu - Poderia me dizer aonde fica a sala 18?

- Na verdade eu estou indo para lá nesse momento, fui interrompido pelo soco na barriga.

- Me leve até lá então, veterano.

Eu ri e comecei a andar. Ela era com certeza a garota mais linda que eu já tinha conhecido. Se é que eu conhecia ela.

Entramos na sala, ela deu um sorrisinho como agradecimento e se sentou na última carteira.

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olaa meus queridos leitores, td bem? vcs me conhecem da fic mitw que eu escrevo nao é? resolvi escrever essa fic tbm (vou continuar escrevendo a de mitw) mais como "distraçao" ou algo assim. Espero que gostem 😄❤️

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