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P.O.V MELISSA:

Mais um dia começava e eu tinha apenas que manter um sorriso no rosto e distribuir o famoso "estou bem", não é nada que eu não esteja acostumada. Eu nem sei como eu conseguia sustentar esse personagem a tanto tempo.

Há anos venho a manter um sorriso no rosto, venho trabalhando pra sustentar a minha tia e fazendo faculdade para me livrar dela o mais rápido possível. Eu sabia que um dia iria conseguir, eu só precisava de muito dinheiro e uma rotina, para que quando ela percebesse o meu sumiço eu já ter conseguido tomar providencias. Eu gosto de acreditar que o sofrimento não é pra sempre.

Eu sinto saudades de coisas que eu nunca vivi, como por exemplo, ver a minha mãe chorando na minha formatura do ensino médio, ver o meu pai dançando comigo na minha festa de debutantes ou apenas te-los.

Então me arrumei e fui para a loja em que eu trabalho deste os 15 anos, o meu expediente era até as 18:00 e eu tinha o horário do almoço, mas para não ter que suportar a minha tia eu levava uma marmita e almoçava na loja mesmo.

A dona da loja era um amor comigo e isso facilitava muito a minha vida, era a fonte de carinho que eu jamais teria na minha casa. Mesmo nos tempos mais difíceis da loja, ela nem se quer cogitou me demitir, porque sabia que a minha tia iria me comer viva.

Apesar do caos que a minha vida é, eu ainda tenho pessoas incríveis ao meu redor, são elas e a esperança que me mantém viva.


P.O.V FELIPE:

Hoje eu iria dar uma volta na cidade e encontraria um amigo chamado Pedro Nos encontramos em frente a uma sorveteria. Nós nos conhecemos em um estágio no ensino médio e logo ele se mudou para cá, os seus pais queriam que ele alcançasse a melhor educação possível.

- eae cara quanto tempo!_me cumprimentou alegre e eu fiz o mesmo

- dois anos, cê ta bem?_perguntei logo


Nós tínhamos nos visto na última vez que ele foi ao Brasil dois anos atrás, ano de copa.

- estou muito bem e você?

- estou ótimo.

- a minha irmã pediu pra eu buscar a roupa dela que ficou com uma amiga nossa que trabalha em uma loja no centro_ele falou rápido_te incomoda ir lá comigo?

- nada cara, vamos lá!_eu digo

Nós entramos no carro dele que estava estacionado do outro lado da rua.

A conversa estendeu se por uns 15 min. Tempo que levamos para chegar até a loja, adentramos aquele espaço bonito e a loira em quem eu esbarrei outro dia, Melissa, estava com o uniforme que continha a logo da loja.

Só podia ser o destino, certo? A cidade é tão grande para eu esbarrar com ela duas vezes no mesmo dia.

Pedro já estava no caixa quando eu me aproximei de Melissa.

- oi loirinha_peguei uma mecha do cabelo dela e a mesma riu

- oi! O que faz por aqui? Não vai me dizer que se perdeu de novo!_ela falou rindo e eu ri também

- o meu amigo veio buscar a roupa da irmã dele com a menina que trabalha aqui._falei e o Pedro surgiu atrás de mim e abraçou a Melissa de lado

- oi Pedro Está aqui a roupa_ela entregou para ele e eu sorri

- obrigado gata_ele beija a testa dele_Jana pediu para avisar que amanhã ela vem.

- acho bom que sim_ela diz

- então é amiga da irmã do Pedro?_perguntei perto dela

- sim_fizemos o fim do ensino médio juntas

- poderíamos marcar de sair qualquer dia desses_falei e a sua expressão de feliz ficou meio tristonha

- não dá_falou e saiu

- o que aconteceu?_perguntei para o Pedro que observava a cena e então ele e chamou

- vamos na minha casa e a minha irmã te conta sobre a guria_ele falou com uma expressão que eu ainda não decifrei

- certo_ fomos em silêncio.

A única coisa que eu conseguia pensar era naquele sorriso meigo ficando triste.

Aproveitei e liguei para a minha mãe falando que eu estava bem, se não a veia ia enfartar se não recebesse uma notícia.

Seguindo Em FrenteOnde histórias criam vida. Descubra agora