Uma Nova Vida!

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(A foto acima é da nova casa de Alice)

PRÓLOGO

Avião da Itália-Airlines, 23/05/16

"As mudanças nunca ocorrem sem inconvenientes, até mesmo do pior para o melhor"


Eu ainda me lembro daqui. Sentir o cheiro das flores no parque, o pão recém-saído do forno! Mas lembrar daqui não me traz apenas boas recordações. Uma das únicas vezes que vim aqui, apenas para a polícia falar com minha mãe. Um dia bastante triste..."
- Alice? Você está me ouvindo? - Minha mãe dizia.
- Hm? Sim mãe, estou ouvindo. - Eu assenti com a cabeça. Volto a olhar pela janela. Esqueci de dizer que estou em um avião? Acho que sim. Bom não importa. Eu volto a olhar pela janelinha branca do avião. Via nuvens brancas, iluminadas pela luz da asa do avião, que em alguns momentos formavam formas engraçadas. Eu sorria quando via uma assim. No meio de uma delas, avistei o topo da famosa Torre Eiffel totalmente iluminado. Já estávamos chegando.

- "Senhores passageiros, estamos pousando em Paris, França. São vinte e uma horas e trinta e dois minutos, horário local. Por medidas de segurança queiram permanecer sentados com cintos afivelados até que os sinais luminosos tenham sido apagados. Passageiros em direção a Madri, Espanha deverão permanecer a bordo. Informamos que é proibido fumar durante nossa permanência no solo. Passageiros que fazem conexão neste aeroporto, e os que se destinam a esta cidade, deverão desembarcar com seus pertences. Toda orientação será fornecida pelo nosso pessoal de recepção no aeroporto. Informamos que é proibido fumar, acender fósforos, isqueiros ou qualquer outro objeto que possa produzir faísca, bem como, utilizar o telefone celular até a sua chegada ao saguão do aeroporto. Esperamos revê-los em breve, agradecemos a preferência em voar na Itália-Airlines. " - O piloto falou e após, começou a falar em inglês.
Me dirijo ao meu celular e desbloqueio a tela, digitando a senha. Coloco meus fones e a música "Photograph - Ed Sheeran", minha música favorita.
- Filha. Pegue sua bolsa. Estamos pousando. - Me senti totalmente feliz. Seria a primeira vez em anos que visitaria aquele lugar. E ainda moraria lá!
O piloto falou novamente, dizendo que já tínhamos aterrissado. As luzes de instruções se apagaram, significando que tínhamos o direito de desatar os cintos. Pego minha bolsa em baixo do assento. Pego meu livro que eu havia colocado na frente da cadeira. Me levanto, pego minha mochila que estava acima do meu assento e vou em direção a saída juntamente do meu pai e da minha mãe.
Senti lá fora um frio, por isso abro minha mochila e pego um cachecol e um casaco fino. Logo avisto pessoas pegando suas bagagens na esteira. Demorou um pouco para minha bagagem aparecer, mas como dizem: "Antes tarde do que nunca! " Não é? Eu e meus pais nos dirigimos a entrada do Aeroporto. Lá pegamos um carro que já estava a nossa espera. Eu olhava a rua com anseio. "Como será o dia de amanhã? " Eu pensava.
Pude avistar, depois de alguns minutos, nos aproximarmos de uma casa iluminada por luzes da rua, suas paredes eram vermelhas um pouco para o laranja. Tinham várias janelas e um segundo andar. Provavelmente nos moraremos lá. O carro parou na garagem e o Chofer tirou nossas malas, eu peguei a minha e entrei dentro da casa. Ela era totalmente decorada com flores e quadros. Tinha no saguão uma foto acima da escada. Nela estava uma foto da fachada da nossa antiga casa na Italia.
- Che nostalgia. (Que saudade.) - Murmuro baixo.
- Você gostou da casa filha? - Minha mãe havia chegado por trás de mim.
- Mãe. Eu adorei! Isso é incrível! - Eu rodopio pelo saguão de tanta felicidade. - Onde eu vou dormir? Estou cansada da viagem.
- Venha. - Eu pego minha bagagem e sigo minha mãe.
Eu e ela fomos em direção a um corredor. No final dele existia uma escada que descia para o subsolo. "O que será que ela está aprontando? " Assim que a escada acabava, tinha um corredor com paredes azul-marinho. Quase no final deste corredor, tinha uma porta branca com detalhes dourados, nessa porta estava pendurado uma placa com meu nome escrito nela.
- Quer fazer as honras? - Ela me mostra uma chave dourada. Na ponta dela estava amarrada uma fita azul-claro. Uma das minhas cores favoritas. Fico meio receosa, mas pego a chave e enfio na fechadura. Giro ela no sentido anti-horário e ouço um click. Abro a porta lentamente e fico pasma. Era um quarto inteiramente do meu jeito! Do lado da porta, uma cama com cobertas rosas e azul-claro. Paredes brancas com fotos da Itália e de Veneza. Perto da cama tinha uma mesa com um computador e do lado da mesa, uma estante de livros muito extensa. Do outro lado da porta, tinha uma cortina extensa que cobria toda a parede. Aquilo era meio estranho, mas ignorei.
Entro no meu quarto lentamente, admirada com tudo.
- Você gostou? - Minha mãe fala como se não soubesse.
- Mãe. Eu... eu... eu amei! - Corro para dar um abraço na minha mãe.
- Eu sabia que você ia gostar. Bom, eu vou subir para arrumar minhas coisas. Daqui a pouco uma empregada vai vir aqui trazer seu jantar, ok? - Eu concordo com a cabeça e ela sai dali.
Volto a olhar meu quarto. Ele está realmente do jeito que eu gosto. Me jogo na cama. Ela era bastante macia e tinha um cheiro de lavanda, um dos meus aromas favoritos.
- Bom! Hora de arrumar minhas roupas. - Me levanto, pego minha bagagem e vou em direção ao guarda roupa.

*QUEBRA DE TEMPO*

Fico meia hora arrumando as minhas roupas e eu já estava caindo de sono. "Não Alice, não se ceda ao sono. Como a mamãe disse, alguém vai trazer meu jantar e eu não posso passar a noite com fome. "
Como havia terminado de arrumar minhas roupas, eu fui em direção a minha suíte e coloco meu pijama azul e rosa (vocês devem ter percebido que ela ama azul e rosa, né?). Em cima da minha cômoda estava minha mochila da escola para amanhã. Eu peguei os livros que tinham me instruído para levar naquele dia. Assim que terminei de arruma-la, eu peguei meu celular. Eram quase dez e meia da noite.
- Droga, minha fome só está aumentando. Se não trouxerem logo, eu não vou ter outra escolha se não subir e pegar por eu mesma... - nessa hora, eu ouvi batidas na porta. Fui até a porta e abri. Quem estava batendo era uma mulher um pouco mais alta que eu que vestia roupas casuais.
- Olá senhorita. - Ela disse com um sorriso no rosto. - Trouxe seu jantar. - Ela me mostra uma bandeja de prata, que tinha em cima um sanduiche de queijo e um suco de laranja. Eu a pego e coloco em cima da minha escrivaninha. Começo a comer o sanduiche. Tenho que admitir, estava muito gostoso. Percebo que a mulher estava me olhando com insistência. Aquilo me deixava desconfortável.
- Tem algo no meu rosto? - Digo sem hesitação.
- N-Não! Nada! É que... você nem parece uma italiana... na verdade, você parece uma francesa nascida aqui. - O que aquilo significava?
- O que quer dizer com isso? - Pergunto me virando para ela.
- Nada, mas o seu jeito de agir, suas roupas, seus costumes, parecem bastante com os dos franceses.
- Entendi. Bom obrigada, er...
- Jolie! Meu nome é Jolie.
- Certo. Obrigada Jolie. - Dou a última mordida no sanduiche e um gole no suco. Eu tinha acabado. Coloquei tudo em cima da bandeja e me dirigi em direção a porta, com intuito de levar a bandeja para a cozinha, mas Jolie não deixou.
- Não senhorita, eu levo isso.
- Que isso Jolie, eu levo.
- Nada disso, eu faço questão! - Ela pega a bandeja. - Ah! Eu quase esqueci! Sua mãe me falou para você não trancar a porta quando for dormir, porque eu irei te acordar amanhã para a escola.
- Serio? Não precisa! Eu consigo acordar sozinha.
- Nananinanão. Sua mãe me alertou que você estudava na Itália de tarde, mas aqui em Paris, você vai estudar de manhã.
- Ai! É mesmo! Obrigada por fazer isso Jo. Posso te chamar assim? - Ela assentiu com a cabeça e saiu do meu quarto. Fecho a porta e me deito na cama. Como estava bastante cansada, assim que me deitei, logo cai no sono.

Uma italiana em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora