- Vamos naquele bote? - disse Lay - Estás a brincar certo? Um pequeno toque e aquilo vai ao fundo.
- É a nossa única hipótese. - disse Max.
- Eu até tenho que concordar com a Lay. - disse Sofia - Aquilo não me parece seguro... Não haverá outra maneira?
- Sofia, Lay. - disse Max, ajeitando-se no saco - A vossa mãe é a quase como a personificação da noite. Sabem quando parece que está alguma coisa naquele canto escuro do vosso quarto quando não está lá nada? Aqui é a mesma coisa. Aquele barco parece frágil mas de certeza que é igual a um barco normal. Provavelmente é para desencorajar os curiosos. - disse Max, com um ar sábio e calmo - A Vanessa fez coisas dessas algumas vezes. Mas se há algum verdadeiro perigo, nós não o vamos ver até chegarmos até ele.
- Isso é bom ou é mau?
- Sinceramente, meninas... - disse Max, abandonando o ar sábio - Eu não sei...
- Que bom... - disse Lay, num tom sarcástico.
- Arriscamos? - perguntou Sofia.
Max olhou para a distância enorme do Rio de Luar que separava a costa da montanha com insegurança. Ele depois disse:
- Eu estou aqui a aconselhar-vos e a dizer-vos o caminho porque vocês já têm idade para perceberem se estão a fazer a coisa certa ou errada mas mesmo assim... Tenho que admitir que estou preocupado.
Lay e Sofia olharam uma para a outra por uns minutos até que Sofia começou a caminhar para o bote e disse:
- Eu vou! Não sei o que temos a perder.
Lay olhou para Sofia e perguntou:
- A vida? - perguntou Lay, num tom sarcástico.
- Duvido que tenhamos um destino melhor que a morte se voltarmos a casa de mãos vazias...
Lay nem pensou duas vezes.
- Eu já estou a ir!
Max abanou a cabeça com um pequeno sorriso e voltou para dentro do saco, antes de dizer:
- Vou voltar para dentro do saco, se precisarem de mim, já sabem.
- Ok! - disse Sofia, olhando para o saco, vendo a cabeça de Max a desparecer.
As duas foram para a beira do bote e deparam-se com um problema.
- Entramos e empurramos ou empurramos e entramos? - perguntou Sofia.
- Deixa ver. - disse Lay - Se entrarmos primeiro vamos ficar uma data de tempo a tentar empurrar o bote para a água. Mas se empurrarmos primeiro vamos ficar com os sapatos todos molhados ao entrar...
- Isso é um grande problema. - disse Max sarcasticamente, de dentro do saco.
- Cala-te! - disse Lay.
- Está ali um pau! - disse Sofia, apontando para um bocado de madeira que estava perto do que restava da ponte - Vamos entrar e usa-lo para empurrar. Vai ser mais fácil e de certeza que não demora tanto tempo.
- Boa ideia. - disse Lay, com um pequeno sorriso.
Sofia foi buscar o pau e enquanto ela atirava o saco com Max para o bote.
- AUU! - gritou Max - Cuidado!
Lay fez um sorriso ligeiramente cínico e disse:
- Desculpa.
- Tu não estás arrependida... - disse Max, num tom aborrecido.
- Voltei! - disse Sofia, interrompendo a conversa - E trago a tábua!
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A Deusa da Noite
FantasyUma vez que havia duas irmãs. A irmã mais velha fez o dia e a irmã mais nova fez a noite. Por muito tempo a sua função foi trazer a sua respetiva fase do dia e assim foi por muitos milénios. Mas a inveja começar a crescer na irmã mais nova que sente...