Capitulo 10 - A Bela Terrível

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 - Vamos naquele bote? - disse Lay - Estás a brincar certo? Um pequeno toque e aquilo vai ao fundo.

- É a nossa única hipótese. - disse Max.

- Eu até tenho que concordar com a Lay. - disse Sofia - Aquilo não me parece seguro... Não haverá outra maneira?

- Sofia, Lay. - disse Max, ajeitando-se no saco - A vossa mãe é a quase como a personificação da noite. Sabem quando parece que está alguma coisa naquele canto escuro do vosso quarto quando não está lá nada? Aqui é a mesma coisa. Aquele barco parece frágil mas de certeza que é igual a um barco normal. Provavelmente é para desencorajar os curiosos. - disse Max, com um ar sábio e calmo - A Vanessa fez coisas dessas algumas vezes. Mas se há algum verdadeiro perigo, nós não o vamos ver até chegarmos até ele.

- Isso é bom ou é mau?

- Sinceramente, meninas... - disse Max, abandonando o ar sábio - Eu não sei...

- Que bom... - disse Lay, num tom sarcástico.

- Arriscamos? - perguntou Sofia.

Max olhou para a distância enorme do Rio de Luar que separava a costa da montanha com insegurança. Ele depois disse:

- Eu estou aqui a aconselhar-vos e a dizer-vos o caminho porque vocês já têm idade para perceberem se estão a fazer a coisa certa ou errada mas mesmo assim... Tenho que admitir que estou preocupado.

Lay e Sofia olharam uma para a outra por uns minutos até que Sofia começou a caminhar para o bote e disse:

- Eu vou! Não sei o que temos a perder.

Lay olhou para Sofia e perguntou:

- A vida? - perguntou Lay, num tom sarcástico.

- Duvido que tenhamos um destino melhor que a morte se voltarmos a casa de mãos vazias...

Lay nem pensou duas vezes.

- Eu já estou a ir!

Max abanou a cabeça com um pequeno sorriso e voltou para dentro do saco, antes de dizer:

- Vou voltar para dentro do saco, se precisarem de mim, já sabem.

- Ok! - disse Sofia, olhando para o saco, vendo a cabeça de Max a desparecer.

As duas foram para a beira do bote e deparam-se com um problema.

- Entramos e empurramos ou empurramos e entramos? - perguntou Sofia.

- Deixa ver. - disse Lay - Se entrarmos primeiro vamos ficar uma data de tempo a tentar empurrar o bote para a água. Mas se empurrarmos primeiro vamos ficar com os sapatos todos molhados ao entrar...

- Isso é um grande problema. - disse Max sarcasticamente, de dentro do saco.

- Cala-te! - disse Lay.

- Está ali um pau! - disse Sofia, apontando para um bocado de madeira que estava perto do que restava da ponte - Vamos entrar e usa-lo para empurrar. Vai ser mais fácil e de certeza  que não demora tanto tempo.

- Boa ideia. - disse Lay, com um pequeno sorriso.

Sofia foi buscar o pau e enquanto ela atirava o saco com Max para o bote.

- AUU! - gritou Max - Cuidado!

Lay fez um sorriso ligeiramente cínico e disse:

- Desculpa.

- Tu não estás arrependida... - disse Max, num tom aborrecido.

- Voltei! - disse Sofia, interrompendo a conversa - E trago a tábua!

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