Lay e Sofia olharam uma para a outra em pânico.
- Isto vai ser horrível! - disse Lay.
- Eu não posso permitir isto! - gritou Sofia - Ainda morre alguém outra vez!
Uma luz apareceu na mão de Sofia, que gritou em surpresa ao vê-la. A luz encadeou tudo e quando a luz desapareceu, não havia o mínimo sinal de tempestade ou uma única nuvem no céu, sequer.
Vanessa levantou a cabeça, com surpresa, e foi para a varanda.
Não havia nada.
As estrelas continuavam a brilhar e nada tapava a sua lua. Nem uma brisa havia.
- Como é que é possível...? - sussurrou Vanessa.
Sofia não conseguia acreditar. Como é que ela tinha feito aquilo?!
Max estava atrás de Lay, ainda meio-desorientado pela luz.
Lay olhou para o Palácio da Nuvens e agarrou Max e Sofia pelo braço.
- Vamos embora! - disse Lay.
Mais tarde
Todos estavam em silêncio á muito tempo.
Toda aquela jornada, para nada. Continuava a ser noite, a mãe não as tinha reconhecido e agora estavam a caminho de casa, sabendo que seriam recebidas com castigos até aos dezoito anos.
- Sofia, Lay... - disse Max - Eu acho que quando chegar-mos á cidade devíamos-mos separar... O vossos pais devem estar preocupadíssimos e ainda me matam... Mesmo que...
- Mesmo que...? - perguntou Lay.
- Esqueçam... - disse Max, suspirando - Mas seja como for... Foi bom estar convosco...
- Max. - disse Lay - Não é que nós nos vamos separar daqui a cinco minutos! Ainda falta uma data de tempo parar chegarmos. Dias até!
Ele suspirou outra vez.
- Eu sei, mas mesmo assim...
Todos ficaram em silêncio por mais uma bocado até que Sofia disse:
- Max... Aquilo que eu acho que fiz á bocado...
Max pousou nos ombros dela.
- Já tens idade suficiente. Tu deves ter poderes, obviamente. Esses eram os poderes que provocam ou acabam tempestades.
- Achas que eu também tenho alguma coisa dessas? - perguntou Lay.
- Não tenho dúvidas. - disse Max - Mas devem ser diferentes. Vocês não podem ter os mesmo poderes.
Max levou uma asa á cabeça.
- Se a Sofia têm os de tempestade... A Lay deve ter os de... bruxaria!
Lay ergueu um sobrolho:
- Isso é bom?
Ele abanou afirmativamente a cabeça.
- Sim. - disse Max - Pode vir a ser-te muito útil, se conseguires dominar essa área. A Vanessa também tinha algum talento para alquimia. Talvez uma de vocês tenha herdado essa qualidade.
- Isso parece ser muito fixe! - disse Lay, já mais feliz com a resposta - Como é que eu aprendo essas coisas?
- Tempo e prática. - disse Max - Eu posso dizer-te o que sei sobre alquimia e bruxaria. Mas não é muito...
- Oh, vá lá! - queixou Lay - Porque é que é sempre preciso tempo e prática?!
- Porque o mundo é assim... - disse Max, no tom mais casual do mundo.
Lay deu um sopapo a Max, que caiu no chão.
Dias mais tarde
- É desta... - disse Sofia.
Ao longe via-se a cidade onde Lay e Sofia viviam.
Um mês e meio.
Elas tinham partido dali á um mês e meio (O Labirinto do Luar faz perder a noção do tempo e da realidade) e agora, voltando de mãos vazias, iam ter de enfrentar as consequências.
Depois de uma despedida, Max desapareceu de vista. Elas olharam uma para a outra.
- Vamos? - perguntou Lay.
- Vamos. - disse Sofia.
Mais tarde
- SOFIA! - gritou Joana.
Joana atravessou a sala a correr para abraçar Sofia.
- Tive saudades, mãe... - sussurrou Sofia.
Joana continuava a abraça-la enquanto dizia:
- Eu e o teu pai estávamos doentes de preocupação! - disse Joana - Depois soubemos da Lay e... Oh, eu estava tão preocupada... Quando o teu pai voltar das compras, ele...!
Sofia largou a mãe.
- Antes de esse estado de espirito terminar e começares ao berros comigo, dares-me um estalo e castigares-me...- disse Sofia - Eu quero pedir desculpa por tudo. E eu e a Lay nem conseguimos fazer nada.
Elas foram sentar-se nos sofás da sala. Joana queria saber o que se tinha passado com ela, e estava a tentar não perder as estribeiras.
Sofia contou tudo. Tudo o que tinha aprendido, os desafios, as provas de coragem, os enigmas e o Palácio das Nuvens. Até a parte dos peixes e da coluna falante ela contou.
A mãe dela ficou preocupada com isso dos efeitos durarem cinco anos, mas ficou feliz por saber que Sofia estava fora de perigo e avisada para ficar alerta a mudanças bruscas de comportamento.
Joana também estava extremamente surpreendida com a descrição do Palácio das Nuvens. Como aquilo era diferente do que ela ouvia quando era da idade de Sofia. Na idade dela, falava-se do Palácio das Nuvens como o sitio mais fantástico do planeta. Mas as coisas pareciam ter mudado.
- E... - disse Sofia - Bem...
Ela olhou para a mãe, que a incentivava a acabar a narrativa.
- Nós conhecemos a Deusa do Dia...
- O quê?!
- Ela está presa, mãe! Todo este tempo ela esteve lá! Ela não morreu! Mas está extremamente fraca...
- Oh minha deusa...
Na casa de Lay
Com Lay, a coisa não tinha sido tão boa. A marca vermelha ainda estava bem visível na cara de Lay que estava no quarto, sentada na cama a olhar pela janela.
E ainda tinha levado mais novidades em cima.
Os pais tinham tido a oportunidade de voltar aos empregos originais e por isso iam voltar de onde tinham vindo.
De certeza que ela ia ter de contar a sua aventura mais cedo ou mais tarde mas por agora, o pai e a mãe dela estavam furiosos e Lay tinha sido proibida de ver Sofia, de estar no computador, ver televisão e sair de casa se não fosse para ir á escola.
Porque é que as coisas tinham de ser tão injustas?
Lay nem tinha tempo de dizer desculpas, por tudo o que se tinha passado.
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Yep, pessoas! As miúdas também têm poderes!
Mas só agora é que foi a altura de eles aparecerem...
E eu acho que este capitulo podia ter ficado muito melhor...
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A Deusa da Noite
FantasyUma vez que havia duas irmãs. A irmã mais velha fez o dia e a irmã mais nova fez a noite. Por muito tempo a sua função foi trazer a sua respetiva fase do dia e assim foi por muitos milénios. Mas a inveja começar a crescer na irmã mais nova que sente...