O DIÁRIO DE UM ANJO.

(60) Oque é que tem?!

Olho no relógio da casa da minha mãe que marcava 20:51, Ângelo queria se encontrar novamente comigo hoje as nove.

Daqui até o cemiterio dava uns 14 minutos, querendo ou não eu vou chegar atrasado.

-tchau mãe, amanhã eu venho pra terminar de ver aquela cena hem...

Mando um beijo no ar pra ela e sigo em direção ao cemitério, confesso... não estava me esforçando tanto assim pra chegar no horário marcado.

Digamos que eu estou andando praticamente me  ''arrastando''  como se dizem, Ângelo precisava saber que não tinha todo esse poder que pensava ter de mim.

Assim que entrei no cemitério, Ângelo veio até a mim, com a expressão seria mas ao mesmo tempo calma.

-esta atrasado.

-ho, me desculpe estava fazendo algumas coisas importantes.

-se ver novela com a sua mãe é importante pra você... parabéns, você acabou de me surpreender.

-quem disse isso pra você?

Ele chega mais próximo de mim, nesse momento parecia brabo, ele olha bem nos meus olhos e continua:

-se ver tv com a sua mãe é mais importante do que estar vivo ao lado dela...ok, a escolha é sua.

Ângelo sai andando mas antes que ele saia do meu campo de visão eu corro até e pego em seu braço.

-você sabe que eu quero voltar a viver mais que tudo.

-então ve se cresce e aprende a cumprir com o seu prometido.

Eu o solto apos ver Bianca vindo em nossa direção, Ângelo vai ate ela e logo apos olha pra mim.

-você vem?

Eu não entendi o porque de Bianca está ali... pronta pra sair junto com nós, mas resolvi não questionar.

O plano da Bianca vai dar errado e no final ela ainda vai se arrepender. Bianca não me olhou e nem falou comigo o caminho inteiro Ângelo fazia questão de não nós contar para onde estamos indo.

Ele também não falava muito, apenas perguntava como foi o meu dia e eu respondia com as curtas perguntas:aham, sim, obrigado, ta, ok.

Ele não perdeu tempo perguntando sobre o dia da Bianca, alias eles ficaram o dia inteiro juntos.

Apos caminharmos por alguns minutos chegamos a... pelo incrivel que pareça em um parque de diversões, eu entrei sem dizer absolutamente nada, não que eu tinha baixado minha guarda pra ele... eu apenas não estava muito afim de papo.

-divirta-se.

Ele disse olhando para mim como se eu fosse uma criança, que no momento estivesse super ansioso para ir brincar.

-não, brigado mais não estou muito afim de brincar, vão vocês...podem ir.

Ele olhou pra mim surpreso.

-sendo assim... vamos.

Ele disse pegando a mão da Bianca a levando em direção a roda gigante...po qual é, Ângelo ta mais pra montanha russa, trem fantasma, sei la.

Fico caminhando lentamente pelo parque, ate que me sento em um dos diversos bancos do parque, logo a minha frente onde também se encontrava um banco estava uma garota... muito bonita, loira de olhos claros.

Ela estava me olhando a algum tempo, resolvi puxar papo, afinal porque não?

Sem sair do meu banco, digo em um tom bom pra que ela possa ouvir.

-esperando alguém?

Ok, eu não estava com cara de quem queria bater papo mas estava um tanto imtediado, eu estava sentado no banco com os braços cruzados e as pernas um tanto aberta.

-não... vim com duas amigas, mas me enjoei andando em um dos brinquedos e resolvi ficar sentada um pouco.

Continuo olhando pra ela e era inevitável não olhar, ela tinha 50%da Beatriz e os outros 50% da Bianca.

Não era loucura e se vocês vissem entenderiam e concordariam comigo.

-quer caminhar um pouco... sei la beber alguma coisa talvez?!

Fico um tanto surpreso com a minha atitude, ela se levanta ficando parada de pe em minha frente.

-ok, vamos?

-suas amigas não vão ficar preocupadas?

-elas me ligam qualquer coisa.

É... e la estava eu, caminhando ao lado de uma menina que eu nem ao menos sabia o nome.

-como se chama?

Ela perguntou como se estivesse lendo minha mente.

-Mateus...e você?

-Helena, prazer.

Confirmo com a cabeça logo a pos sair do parque com a mesma.

-você veio sozinho?

Penso duas vezes antes de responder aquela pergunta, mas fui obrigado logo quando Bianca nos interrompeu ficando no nosso meio.

-oque você esta fazendo?

Olho pra Helena e logo apos para Bianca, como se aquilo fosse óbvio.

-estou conversando.

-faz parte do plano.

-eu não quero saber do seu plano idiota.

-que plano?

Olho em direção da voz e vejo Ângelo vindo em nossa direção, Bianca me olhava com cara de pavor e a partir dali percebi que ela iria travar total, então tomei controle da situação.

-ela quer me fazer controlar os meus sentimentos por Beatriz, esse é o plano.

-que mal tem ele se divertir um pouco...assim como nós?!

Ele olha com uma cara nada respeitosa pra ela, e so em imaginar o que ela estava fazendo pra levar esse plano idiota pra frente me dava calafrios.

-eu não preciso saber de detalhes, vamos Helena.

Sigo deixando os dois sozinhos novamente, e pela primeira vez eu acho que Ângelo tem razão...porque não posso me divertir assim como eles?

Porque não posso errar assim como todos?

Errar não é so para humanos, e nem tudo o que se parece ser errado é.

Paro fazendo Helena parar junto.

-me desculpe por aquilo... minha irmã e meu cunhado as vezes passam do limite.

Ela sorri, pondo uma mecha do seu cabelo pra trás, parecia timida...talvez nervosa, envergonhada, mas isso tudo cooperava pra ela ficar mais...linda.

-eu sei bem como é, sou filha única e as vezes meus país também me deixam louca.

Sorri com a careta que ela fez, me senti a vontade com ela... sem exageros o fluido rolava solto.

-bom, tenho que ir...dar um sinal de sobrevivência.

-ok, foi um prazer Helena.

Ela se vira de costas pra mim e da três passos mas logo depois volta.

-você pode me dar seu número?.

Isso realmente era impossível, eu ate poderia dar mas...nunca iria atender, se ela soubesse que estou morto nem entraria nessa roubada.

-meu número infelizmente eu não posso dar mais...talvez isso resolva.

Eu me aproximo rapidamente dela e grudo seu lábios nos meus...deixando o beijo fluir normalmente.