Capítulo 1.

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Espanha - MoniOta

Quarta-Feira - 04 de Maio de 2016.

Otaviano e eu não nos víamos desde a última vez que fui nos estúdios do "Vídeo Show", seguíamos nos falando por WhatsApp e contando como ia a vida um do outro, ele falava do quanto o "Vídeo Show" estava ruim sem mim e eu seguia falando dos meus dias mais ou menos, eu não fazia ideia de como seria essa viagem, a minha única certeza é que o evento sério o máximo, mas o problema é o que aconteceria longe daquele palco, estaríamos longe de tudo, ele da família e eu do Klebber, longe de todos os holofotes, era uma sensação boa e ao mesmo tempo confusa, eu sabia que nos veríamos, que a gente ia sentar para conversar, que mataríamos a saudade, até que poderíamos transar por tanto tempo longe, mas só de pensar nisso meu corpo tremia.

Eu levei a minha mãe e minha empresária fez questão de ir, talvez até para me impedir de fazer besteira e ele levou um amigo chamado Diego, parecia que ele também não queria ficar sozinho.

Não postei foto e muito menos avisei a mídia para onde ia, já ele avisou no programa e eu logo fiquei sabendo, cheguei antes dele, claro e fiquei pensando em como seria esse reencontro longe de tudo, aquele último encontro no "Vídeo Show" foi um pouco conturbado, eu estava com o Klebber e o Otaviano estava claramente incomodado com isso, mas fazer o que? Isso faz parte de um relacionamento complicado e não assumido.

Assim que fui avisada que já estávamos navegando, travei, a qualquer momento poderíamos nos encontrar e não fazia ideia do que poderia acontecer, eu estava longe, muito longe e aquilo era nítido, confesso que minha vontade era de ficar no meu quarto até a hora do evento, onde seria inevitável não encontrá-lo, mas eu estava naquele navio maravilhoso com companhias maravilhosas, não poderia deixar esse medo de vê-lo atrapalhar isso.

Eu passei o dia no quarto, não sai, não comi, muito menos bebi, eu só queria paz e foi tudo que eu tive, pensei, pensei muito e me perguntei milhares de vezes:"Como o Otaviano e eu deixamos as coisas chegarem até aqui?" Nos envolvemos durante quase 9 meses e foi tudo tão intenso que me pergunto:"Como realmente conseguimos ficar longe?" Claro que ficar em São Paulo foi uma saída, Klebber também foi uma válvula de escape mas eu estava sendo covarde, na verdade nós dois estávamos, ele tinha uma família linda que amava intensamente e eu admirava muito isso nele, mas parece que quando estávamos juntos nada disso importava, e isso me dava um pouco de medo além de tesão, claro.

Quinta-Feira - 05 de maio de 2016.

Levantei na Quinta de manhã por volta de umas 10h, pedi meu café por telefone mais uma vez evitando sair, mas eu sabia que naquele dia ia ser impossível, nos veríamos e eu estava ansiosa além de apreensiva.
Terminei o meu café e fui até a janela, procurei meu celular e tirei uma foto, com uma legenda onde dizia tudo que eu realmente queria naquele momento, me conhecer melhor, coloquei uma hashtag e disse onde estava, li alguns comentários por alto, guardei o celular no bolso e procurei meu cigarro para fumar, e inconscientemente lembrei do Otaviano e no quanto ele odiava aquilo e pela primeira vez no dia sorri, desejando que ele estivesse ali pertinho de mim.

Desci para almoçar com a minha mãe e minha empresária, não demorou 10 minutos e o Otaviano veio ao meu encontro, assim que nossos olhares se encontram eu gelei, ele estava ali, o homem da minha vida estava ali na minha frente com aquele sorriso lindo e nós estávamos bem longe do Brasil onde estavam todos os nossos problemas.
Me levantei, nos abraçamos e ele cheirou meus cabelos, agora loiros me arrepiei na hora e ele notou, convidei ele pra sentar com a gente e claro aceitou, ele sentou ao meu lado e começou a me fazer carícias por de baixo da mesa e naquele instante eu percebi que estaria completamente fodida até o fim dessa viagem.

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