Garoto chato

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Acordo e olho no relógio e são exatamente 8 horas. Eu dormir muito. Vou até o quarto de Apollo para vê-lo. Então a enfermeira que cuida especialmente dele está vindo e me pergunta:
- Tudo bem Srt.ª Donnely?
- Ah, oi Branca... Tudo sim.
- A Srt.ª precisa descansar. Estar com um semblante tão cansado.
Avisto minha mãe chegando
- Bom dia Branca - ela fala.
- Bom dia Sr.ª Meinerz. Peço licença.
- Tudo bem Branca. Pode ir - eu falo.
- Minha filha, você está tão pálida. Já tomou café da manhã?
- Não mãe. Acordei a poucos minutos - respondo sabendo que ela ia me fazer comer tudo que existisse na cantina do hospital.
- Filha você precisa descansar, precisa se alimentar direito.
- A única coisa que eu preciso é ficar perto de Apollo, mãe.
- Hadassa não seja tão teimosa, você precisa estar forte para ficar ao lado de Rosa. Ela precisa muito de você.
Paro pra pensar em Rosa, mãe de Apollo, ela estar mais angustiada que eu. Minha mãe tem razão.
- A senhora tem razão - eu bufo.
- Vamos para casa, você se alimenta direito e dorme um pouco.
Olho para Apollo e o beijo em meu pensamento.
- Tudo bem.

Então assim saímos do hospital e vamos para casa. Chegando em casa subo as escadas e vou para meu quarto. Tiro minhas roupas e vou direto para o banheiro tomar banho. Quando saio colocando meu roupão vejo uma bandeja em cima da cama com suco, pão e algumas frutas. Faço um esforço enorme para comer tudo. Me deito e começo a pensar como conheci Apollo, nos relatos que nossas mães contavam.
Ω
- Vamos mamãe, vamos - saio puxando minha mãe para fora do parquinho.
- Filhinha calma. Onde você quer me levar?
- Ali mamãe, ali - eu aponto com meu dedinho em direção a um lago.
- O que você que ali meu amor?
- Quero ver aquele lago de perto.
- Sabe que não vai poder se molhar, né?
- Tudo bem mamãe. Vamos.

Minha mãe me leva até o lago, quando chego lá me sento na grama e fico vendo os patinhos e algumas crianças alimentando eles. Olho para trás e vejo minha mãe conversando com uma mulher. Um menino tira minha atenção quando chega perto de mim e faz "Buuu" tentando me assustar como um fantasminha. Olho para ele e falo:
- Você não me assustou - e coloco minha língua para fora à mostrando.
- Assustei sim - ele fala rindo.
- Não, não assustou. Saí daqui menino - ele senta ao meu lado.
- Falei para você sair e não sentar do meu lado - eu falo nervosa com aquele garoto chato.
- Eu sento onde eu quiser.

Que garoto chato, ele não poderia me deixar sozinha? Já com raiva por ele não sair de perto de mim puxo os cabelos dele e ele grita. Minha mãe e a mulher que ela conversava vem em nossa direção.

- Hadassa solte o cabelo dele - minha mãe fala ao chegar perto de mim. Assim eu faço. Ele estava chorando e abraçou a mulher que estava com minha mãe.
- Mamãe ela puxou meus cabelos - ele fala apontando para mim.
Minha mãe olha para mim e fala:
- Hadassa, já te falei que não pode puxar os cabelos dos amiguinhos.
- Eu não sou amiga desse garoto chato.
- Desculpas Rosa, minha filha é um pouco valente - minha mãe fala para a mulher.
- Tudo bem Ester. Meu filho com certeza aprontou com ela. Coisas de criança.
- Apollo... Assim o nome dele, né?- minha mãe pergunta à ela.
- Sim, sim.
- Então Apollo você quer algodão doce? - o garoto chato faz que sim com a cabeça e dá um sorrisinho no meio das lágrimas.
- Mãe eu também quero - eu grito
- Calma Hadassa. Fique aqui com a Rosa que vou ali comprar.
Minha mãe vai até o homenzinho do algodão doce e volta com dois algodão e duas bexigas. Da uma bexiga para mim e uma para o garoto chato, abre os dois pacotinhos e nos da. Ele chega perto de mim e fala:
- Você quer brincar com as bexigas no parquinho? - olho para ele que estar com a boca toda suja do algodão doce.
- Só se você limpar sua boca.
Ele corre até sua mãe e fala alguma coisa e ela pega um paninho e limpa a boca dele.
- Pronto. Podemos brincar agora ?
- Sim - então a gente sai em direção ao parquinho que é perto do lago.

- Te falei que era coisa de criança - Rosa fala para minha mãe - Já estão indo brincar - minha mãe rir e elas ficam nos observando enquanto eu e Apollo reservamos o balanço.

- Filha, temos que ir - diz minha mãe e eu faço birra para continuar brincando com Apollo, o garoto chato que já não era tão chato assim.
- Meu amor, precisamos ir. Seu papai vai ficar preocupado.
- Mas mamãe, eu quero ficar aqui brincando com Apollo.
- Amanhã a gente vem e você contínua a brincar com ele.
- Hadassa amanhã eu trago Apollo, e vocês brincam.
- Sério mamãe? - Apollo fala com um sorriso no rosto.
- Sim.

Minha mãe e Rosa começam a rir.
Então no outro dia eu fui ao parquinho e o menino chato estava lá. No outro dia, e assim no outro também. Minha mãe e Rosa ficaram muito amigas, assim como eu e Apollo. Eles começaram a frequentar nossa casa e a gente a deles. Era algo tão legal quando o garoto chato vinha para minha casa.

Deixaria de me amar?Onde histórias criam vida. Descubra agora