Sem Saída

Marina I

"Eu não quero que nossa amizade acabe, de verdade. Eu te amo tanto, chata". Com certeza são palavras de que eu nunca vou me esquecer.

Eu me chamo Marina (odeio meu nome), tenho 22 anos (sempre que eu falo isso me vem uma vontade imensa de cantar 22, da Taylor Swift), sou editora (fiz um cursinho de informática faz um tempo), mas no momento estudo pra ser professora de inglês. Não que a minha vida seja interessante.

Na verdade ela começou a ser depois que conheci meus amigos Youtubers. Conheço vários, por ser editora e tal... Mas o que eu mais tenho intimidade é o T3ddy (Lucas Olioti). Você deve conhecer ele. Ah, se está lendo isso é claro que conhece... Relaxa, não costumo ser tão lerda assim, mas é que eu fico meio distraída quando escrevo. Enfim, eu conheci o T3ddy num evento, não lembro direito qual era, só sei que foi bem divertido. Depois do evento a gente foi pro Mc Donald's (o Luba e o Cellbit estavam também).

Falando a verdade agora, eu considero o T3ddy o meu melhor amigo. Sério. A gente é muito próximo, seja na zoeira ou nos momentos difíceis, a gente sempre ficou um do lado do outro.

Brigas? Bom... Algumas, eu confesso. Mas me aguentar na TPM não é fácil, eu sei.

Já que eu acho que consegui mostrar pra vocês um pouco do meu amor por esse urso rei dos micões, vou começar a contar um pouco do que aconteceu essa semana.

Basicamente o Luba disse que estava namorando. E eu, como uma L3ddy shipper, confesso que a notícia me impressionou um pouco. Mas eu nunca tive tanta intimidade com o Luba (acho que ele nunca foi com a minha cara) então eu só acompanhava ele pelo Twitter, às vezes no Snap.

Ah, eu também nunca curti muito assistir vloggers, só alguns. E o Luba não era um desses. Não porque eu não gostava dele, mas acho que por causa dessa antipatia dele comigo... Não entendia o porquê disso... Talvez eu devesse perguntar pro T3ddy.

Outra coisa que vai ser importante: eu moro no mesmo prédio que o T3ddy, então a gente se vê todo dia. E antes que você pense coisas erradas, nós não namoramos, e provavelmente nunca vamos namorar.

Voltando pra história do Luba e seu namorado... Nada demais aconteceu, foi só um acontecimento marcante da semana. Principalmente pros L3ddy shippers. Só se falava disso nas redes sociais, ainda mais porque ele não revelou quem era.

Mas beleza, passou, superaremos.

Sexta-feira chegou. Graças a Deus! Eu cheguei da faculdade um pouco cansada, eram umas duas horas da tarde, eu acho. Estava um sol de rachar, e eu sentia que a movimentação de São Paulo só fazia o calor aumentar. Odeio calor (mas eu amo SP).

Como eu não conseguia dormir à tarde e morava com uma prima que viajava muito (a Fernanda, mais conhecida como baladeira, por motivos que eu contarei depois) eu estava sozinha. Coloquei um vestido roxo bem simples e um chinelo qualquer, peguei minha tiara com orelhas de gatinho e chamei o elevador. Fui até o apartamento do T3ddy, que é três andares acima do meu. Nem apertei a campainha, só entrei.

T3ddy: MARINA TAVARES FERRAZ!

Eu: Aff, Lucas, odeio quando você fala o meu nome inteiro.

T3ddy: Ah, para de ser brava, TPM de novo?

Eu: Foi mal, to cansada.

Ele sentou no sofá. Tava sem camisa (pra variar), com uma bermuda e seu boné (é claro). Ele me chamou pra sentar do lado dele. Fechei a porta e fui.

T3ddy: Como foi na facul?

Eu: Aquele professor de português fica me provocando. Que ódio.

Apoiei a cabeça no ombro dele.

T3ddy: Aaai, que dó! – falou, me zoando.

Eu: Trouxa!

T3ddy: Você, nervosinha!

Eu: Vai se ferrar!

Eu tava muito estressada. Mas acho que ele já tinha se acostumado com o meu mau humor. Levantei e fui até a cozinha, abri a geladeira, não achei nada de interessante. Abri o armário, achei um Kitkat. É claro que eu peguei.

Voltei pra sala. Ele veio até mim.

T3ddy: Mari... Para de nervosismo, vem cá – disse abrindo os braços, como se fosse me abraçar.

Eu: Não vou cair nessa de novo!

T3ddy: Como assim?

Coloquei o Kitkat em cima da cômoda da TV, puxei ele (já que eu não conseguia empurrar, pesadão) até o sofá e comecei a morder a bochecha dele. Morder as pessoas é muito bom (sem malícia).

T3ddy: AI, CARALHO!

Eu comecei a rir e beijei a bochecha dele. Ele me olhou com uma cara tipo: vou me vingar.

Eu: Ei, cê ta malhando? – falei olhando pro braço dele.

T3ddy: Que bom que percebeu. Tenho tanquinho agora, né?

Eu: Não.

Enquanto eu ria, ele me olhava com a mesma cara de antes. Pegou minha tiara, colocou na cabeça, segurou na minha cintura, me tirou de cima dele e saiu correndo.

Eu: DEVOLVE MINHA TIARA, SEU LIXO!

T3ddy: NÃO ME CONFUNDE COM O ALAN!

A gente tava gritando muito, acho que os vizinhos estavam pensando que nós éramos crianças, ou tínhamos problemas (acho que é uma mistura dos dois).

Tocaram o interfone. Provavelmente era algum vizinho preocupado, ou de saco cheio. O T3ddy foi atender.