Capítulo 01

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Nunca fui do tipo corpo escultural, sempre fui acima do peso e me sentia péssima por isso, chorava horrores e ainda me esbaldava de tanto comer, o que me deixava ainda pior.

Caçula de uma família de quatros irmãos todos magros e bonitos e eu, claro, totalmente o contrário deles. O mais triste de tudo é que tenho uma irmã linda e a maior gostosa. Amo a Jenny, mais tenho que confessar que morro de inveja de como ela é bonita e sempre se dá bem em tudo. Realmente o mundo é muito injusto! Ela é loira com seus 1,70 m e 58 kg e eu morena com os meus 1,60 m e 75 Kg.

Sempre que saímos juntas os homens caem em cima dela e eu é claro fico com cara de idiota.

Teve um vez que aconteceu algo que fez com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo...

Estávamos indo ao supermercado para a minha mãe, Jenny foi até a parte de frios enquanto eu estava olhando a parte dos biscoitos. Um cara se aproximou e me deu boa noite, levei o maior susto, porém ele era lindo demais, dei um sorrisinho sem graça e ele disse:

-Olá, tudo bem com a senhora? Gostaria de dizer que sua filha e linda e gostaria de saber se a senhora me autoriza a convidá-la para sair?

Dá pra imaginar a minha cara né? Nunca fui tão humilhada em toda a minha vida. Ou melhor, sempre sou humilhada quando estou com Jenny, era pra sermos mais próximas, mais isso nunca deixou que eu deixasse Jenny se aproximar de mim.

Jenny chegou em seguida e antes que eu respondesse deu o maior sermão no cara e disse que ele era um idiota e que eu era apenas sua irmã. Depois do cara ser esculachado ele saiu com o rabo entre as pernas e dizendo que éramos loucas. Rimos muito depois disse até o caminho de casa, mais quando cheguei em meu quarto, era apenas minha humilhação e eu.

Não tentei sair novamente com Jenny e nem com ninguém da minha família. Isso a quase 2 anos, até que...

Era uma sexta-feira, Jenny começou a torrar minha paciência para que saíssemos para dançar. Eu estava me sentindo péssima, o que não era novidade, mais , convenhamos, se você tivesse a minha aparência se sentiria assim.

- Tess, vou sair pra dançar com as meninas, vamos, vai ser ótimo, não gosto de te ver sempre assim.

- Jenny, me deixa em paz! ( falo já sem ânimo)

- Por favor, faço o que você quiser, prometo que se você não se divertir ou nunca mais insisto ou te chamo pra sair de novo.

- Já disse que não, me deixe em paz, droga! (Grito)

Ela sai do meu quarto e em seguida, ouço uma leve batida na porta e me viro na cama, minha mãe está na porta com um olhar pidão de cachorro que caiu da mudança. Droga, vai começar a sessão tortura.

- Nem vem mãe, já disse que não vou!

- Filha, sua irmã está tão animada, não estraga o momento dela, você sabe o quanto esse trabalho era importante pra ela e agora que conseguiu, tudo o que ela quer é comemorar com você. Por favor filha, sei que ela faria o mesmo por você.

Será que é tão difícil assim aceitar a minha decisão alguma vez na vida. Não tenho pra onde correr, vou até a sala e falo com o meu pai.

-Pai, por favor, fala pra elas que eu não tô afim de sair e que é pra elas respeitarem minha decisão.!!!

- Filha, dessa vez tenho que concordar com sua mãe, é uma ocasião importante. Não seja a do contra. Sempre te defendo mais dessa vez é diferente. Sinto muito.

Merda, nada do que eu diga vai mudar a situação, não tenho mais escolha mesmo, até meu livre arbítrio eles estão tentando tirar. Por fim, derrotada balanço a cabeça em modo afirmativo e saio derrotada para o quarto.

True LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora