MAX
Nossa viagem parecia se arrastar. Não podíamos forçar os cavalos, pois os soldados de Malie estavam em duas carroças fechadas conduzidas por gorshies. Não era um tratamento muito humano, mas não tínhamos cavalos suficientes. E também não confiávamos neles, alguns estavam arrependidos, mas Briseu não conseguiu encontrar indícios em suas mentes de que lutariam ao nosso lado.
À noite quando parávamos para dormir, eu me deitava sozinho e ficava olhando as estrelas. Vic gostava das estrelas, será que ela estaria olhando as estrelas como eu?
Eu não poderia mais viver sem ela. Precisávamos encontrar um meio de mantê-la em Atlantis quando tudo isso acabasse. Como vou conseguir existir quando ela voltar para Terra?
Eu me apaixonei no instante em que a vi, sozinha e assustada na plataforma de pesca no meio do Meiavi e mesmo assustada confiou em mim. Antes mesmo que eu a envolvesse em energias tranquilizadoras, ela entrou na canoa comigo. Como é impaciente! Tentando conversar sem entender nada do que eu dizia. Como sua voz é suave e doce, e seus olhos? Quando olhava admirada, o que lhe era desconhecido e seus olhos se abriam lindos, azuis. Seu cheiro, seus cabelos, tão negros quanto uma noite de tormenta. Eu adorava enterrar meus dedos naquela massa escura e brilhante. Ouvi-la arfar me querendo. Eu preciso encontrá-la.
__Sonhando acordado? – Hector sentou-se ao meu lado.
__Sim. Eu vou ficar louco longe dela.
__Nós a encontraremos. Briseu está certo, precisamos de ajuda. Quando o Conselho de Anciões de Zorah souber o que aconteceu no Mosteiro, teremos ajuda.
__Alguma notícia do mensageiro?
__Ainda é cedo, mas tenho certeza que assim que receberem a carta de Briseu, os exércitos serão preparados para a batalha.
__Acredita que ela esteja viva?
__Se você e Celandine dizem que está, quem sou eu para duvidar.
Continuamos na estrada e passamos pelo primeiro vilarejo do caminho, Briseu reuniu-se com o ancião do lugar e lhe contou o que havia acontecido. No dia seguinte uma reunião com os homens do local foi realizada e muitos se ofereceram para nos acompanhar a Zorah e engrossar nosso exército.
Estávamos na estrada há pouco mais de duas semanas e em mais uma semana estaríamos em Zorah. Passaríamos pela penúltima Vila antes de Zorah ao anoitecer. Eu queria muito tomar um banho e descansar, meu corpo agia automaticamente. Eu evitava pensar, eu não queria pensar. Vic invadia meus pensamentos, eu a imaginava em situações difíceis e a minha impotência me afligia.
Nosso acampamento foi armado nos arredores do Vilarejo, Briseu convidou-me para ir com ele a procura do ancião do lugar.
__Venha Max, preciso de sua ajuda. – Briseu levou-me a uma pousada, lá nos informaram onde morava o ancião da Vila.
Caminhamos pelas ruas estreitas até encontrarmos a casa grande em madeira escura com grandes toras que sustentavam o telhado da varanda. Subimos os degraus e batemos a porta, uma jovem de cabelos ruivos nos conduziu até a sala, onde um senhor de cabelos brancos nos recebeu.
__Boa noite. – disse-nos o senhor. __O quê... Briseu? – ele parecia reconhecê-lo.
__Boa noite Natanael. - Briseu aproximou-se e lhe deu um forte abraço.
__Meu Deus! O que o traz aqui? _ ele sorriu. __Sentem-se. – ele apontou as cadeiras vazias a sua frente. __ Procuram os conselhos de um ancião?
__Um conselho, talvez, na verdade, precisamos de ajuda. Esse é Max, um amigo. – disse Briseu, me apresentando. Ele sentou-se e começou seu relato, a jovem de cabelos ruivos, que havia nos deixado assim que chegamos à sala retornou trazendo uma bandeja com uma jarra contendo vinho, pão e queijo. Enquanto comíamos, Briseu narrava os momentos em que tivemos que lutar no Mosteiro, Natanel ouvia atentamente e sua expressão era de tristeza.
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Andirá - a jovem da profecia
FantasiaVictória Regina é uma jovem de 16 anos que ao observar uma estrela em uma noite, é transportada para outro planeta em um túnel de luz. Confundida com Andirá, a jovem da profecia, ela terá que aprender a lutar e a dominar seus poderes recém descober...