Prologo

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Charlie corre em direção a mata densa, de espingarda em punho e ofegando, perseguindo sua vítima, um garoto da mesma idade que ele. Havia sangue na roupa de Charlie, mas não era seu. Talvez fosse por isso que o garoto que corria a sua frente fugia. Charlie dispara em direção ao rapaz, tranquilo, como se caçasse cervos na sua infância - uma lembrança que lhe fez sorrir antes do próximo tiro. Sua vítima se assusta e cai, mas se levanta tropeçando e correndo em direção a mata densa. Charlie recarrega a espingarda e segue a mesma direção que seu alvo. "Uma caçada ao cervo fabulosa", pensava Charlie enquanto dava passos calmos em sua direção. A floresta é nebulosa, um contraste com a clareira da cabana da qual acabara de sair, o que dificultava encontrar sua vítima no meio de tantos galhos, troncos e arbustos altos. Em silêncio, Charlie segurou a arma perpendicularmente ao corpo, enquanto mirava para todos os lados a procura do rapaz. Passados alguns minutos percorrendo a floresta Charlie vê mais adiante, não mais de 40 metros, uma estrada de terra e tenta ignorar a possibilidade irritante de que sua presa tenha encontrado alguma carona por ali. Ele corre em direção a estrada, preocupado, e é atingido na nuca inesperadamente e cai. Ainda consciente, tenta se virar mas é atingido novamente e perde a consciência.

"Hey!", escuta o garoto de uma voz desconhecida enquanto levanta as mãos para deferir mais um golpe. "Hey, o que você está fazendo? " Ele escuta a voz se aproximando. Seria minha consciência?, pensa o rapaz olhando furiosamente para seu caçador completamente inerte, adiantando a morte inevitável de Charlie. "Garoto, o que você está tentando fazer? Quer levar um tiro? " Saindo do seu transe subitamente, o garoto saiu de cima do corpo de Charlie, olhou bem nos olhos do homem barbudo dono da voz e fugiu. Bastante assustado, e tremendo ao segurar uma arma, o homem de nome Maurice corre até o corpo, mede o pulso e, apesar do sangramento da cabeça, ele não morreu. Maurice carregou seu corpo até o banco de carona do seu caminhão, deitou o corpo de Charlie e seguiu viagem até a fronteira da Espanha com a França. Maurice não sabia ainda, mas estava cometendo um grande erro.

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