Capítulo Único

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Por voltar das três da madrugada, um zumbido alto enlouqueceu os cachorros de toda a cidade. Vira-latas e cães de raças da nossa vizinhança uivavam desesperadamente como se algo estivesse no meio da rua.

A louca sinfonia canina atravessou as fronteiras e se espalhou em ondas pelas montanhas. Nunca ninguém tinha visto tanto animais ficarem assim, era absurdamente irritante.

Mas quando todos pararam de latir, vi que alguém estava dentro de minha casa, pensei que fosse minha mulher Dora, então me aproximei e olhei para a janela do segundo andar. Era Dora.

Chamei a policia imediatamente, tinha perguntado pra Dora se uma das meninas estavam acordadas, mas ainda estavam na cama e aquilo me deixou assustado de verdade.

E, então, os cachorros latiram de novo. Quando acordei Dora não estava na cama, desci até cozinha onde deve estar e a chamei para dormir comigo. Pois era três da madrugada como da noite anterior.

Eu a chamei de novo e não me respondeu. De repente todas as luzes se apagaram, na escuridão tentei procurá-la e Dora havia desaparecido da minha frente sem deixar rastros. Gritei por seu nome, mas não respondeu.

Duas semanas haviam se passado, os policiais a encontraram no meio do mato parada, mas não explica como desapareceu de minha frente e nossas filhas nunca mais dormiram depois disso.

Três anos depois minha mulher morreu de câncer, Magie e Ella diziam sempre vê uma figura preta sempre às três da madrugada em ponto. Então eu liguei pra uma pessoa, ela talvez pudesse nos ajudar e nops explicar.

Por anos Magie e Ella nunca mais falaram nenhuma palavra, mas estavam escondendo algo de mim, de seu próprio pai! Mesmo não se comunicando comigo, todos os dias e todas as noites...

Só resultava mais silêncio dentro de casa. Não sabia mais o que fazer, mas os cachorros não só latiam para nós como também para seus donos. A maioria morreu, nunca souberam explicar e alguns foram sacrificados.

Um ano depois da morte dos cachorros e outros animais, Magie havia desaparecido como a mãe, mas desta vez foi para sempre. Os policiais nunca a encontraram e Ella foi a próxima dois anos mais tarde.

Milhares de crianças começaram a desaparecer, ninguém sabia o paradeiros delas, diziam de um demônio negro havia levado todas aquelas de sangue de virgem.

Pois um homem o viu convidando sua esposa e filhos até o armário. Enlouquecido ou inventando essa história, outras pessoas começaram a dizer a mesma coisa para a única psicóloga da cidade.

Outras diziam que ela poderia ser o demônio, que, de fato não fala quase nada e apenas ouvir seus pacientes roubavam suas almas sem as pessoas perceberem que estavam sendo mortas lentamente.

Mas mataram uma mulher inocente, uma casa construída com sua família, dinheiro bem gasto para seus filhos irem pra escola e um excelente trabalho como costuma fazer na cidade. Tratar seus pacientes.

Quando a noite cai ouço vozes das minhas filhas e da Dora, sempre que acordo elas estão me observando paradas ao lado da minha cama SEMPRE que penso nelas quando vejo seus retratos na sala vazia sem vida.

Todas às noites aquela medonha figura negra, mais escura que a noite está sempre e sempre escondida atrás de algum canto do quarto. E, então, pergunto e nenhuma delas responde.

Apenas te observando fixamente, eu espero que um dia elas me matem, mas acordo no mesmo horário como sempre. Três da madrugada quase sem nenhum som.

Somente o silêncio da noite e eu paralisado. Tento me mexer de todo jeito, é como se estivesse sendo puxado por várias mãos, eu as sinto todas as noites quando acordo e vejo elas cada vez mais perto de meu rosto.

Sem nenhuma expressão e aqueles olhos fixados em você, dando medo constantemente enquanto não tem como se mover ou fechar os olhos por saber que ainda estarão lá paradas te observando.

Às vezes eu fecho meus olhos, imaginando minha família no paraíso, onde elas são felizes e que um dia irei estar ao lado delas. Mas este dia não hoje, ainda estou longe de abraça-las novamente.

A minha escolha era ficar com aquilo ou pegar a pistola e atirar na minha cabeça. Já estava ficando louco como outros, guardei minha arma e comecei a gritar que parassem de me assombrar todas as noites.

As vozes dentro da minha cabeça sussurram: Sabe o que que fazer...

E, então, peguei a arma a novamente apontei em minha cabeça olhando para aquelas ilusões que me assombram há 75 anos. Agora, eu o vejo sua face demônio!

"Saia de minha casa!" Eu gritei contra ele, Dora e as meninas começaram a desaparecer aos poucos, agora, o demônio permanecia frente a frente comigo.

Não sabia se podia confiar em Dora, minha esposa não diria para atirar em mim mesmo, mas matei a charada do que devo fazer realmente naquele momento.

Apontei minha pistola e disparei na cabeça do demônio, ele morreu completamente, agora estou livre para viver minha vida. Mas não é simples assim.

Neste momento que você soube que eu o matei, na verdade, estava no meu mundo. Tudo na cabeça. Foi ai que percebi que, na verdade, eu as matei com minha própria arma.

Mas é a segunda vez que mato alguém, matando a minha própria psicóloga. E, não era eu naquela hora. Eu estava tão distante no mundo real, que, não estava acordado o suficiente. Agora minha hora chegou...

Então acordei e era apenas um pesadelo, um passado há muito diante que tento esquecer o que aconteceu na época.

Levado para o corredor da morte, pude ainda vê-las mais uma vez, eu já estava morto há muito tempo. Agora, só precisava abraçá-las novamente. Como sempre quis. Descansar ao lado delas.

Eu simplesmente pago meus pecados agora, mas realmente está longe de ir pra casa, abraçá-las, pois ainda que limpar meu caminho se eu quiser chegar até elas. Sinto tanta saudade delas, o extermínio começou há muito tempo atrás.

Estou em um frenesi das veias pulsantes e da realidade observo qual me deixa louco. Com muita dificuldade para girar o pesado cano da metralhadora, pois a almas espalhadas ao redor e vinham em minha direção.

Eu disparo cada bala na cabeça dessas pobres almas desumanas e as luzes de faróis vermelhas desvanecem-se na escuridão, como vida morta a partir de uma rajada de vento.

De repente, meus ossos do corpo se congelam e fixei meus olhos em duas silhuetas atrás densa névoa. Ainda não entendendo o que eu sinto, minhas lágrimas no rosto parecem estar se queimando. Meus ouvidos foram definido pelo meu próprio grito "NÃÃÃÃÃO!" via muitos cadáveres se levantando. E, então, eu via minha esposa e filha vindo a mim, pisando sobre os corpos na estrada e não sabia se era de verdade ou não.

Naquele momento caminhei em direção à elas, assim, chorei enquanto matava as almas em minha frente e minhas pernas deu distância quando as olhei para baixo. Pareciam estar há km de minha visão.

Estou correndo, lutando contra dos criaturas remanescentes. Finalmente eu vou poder abraçar minha família. Estamos juntos novamente! Então, por que vocês estão tão frias? E seus lábios secos? Mas eu não me importo e não importa o que está acontecendo! Só quero estar perto de vocês! Venham a mim, quero abraçá-las agora e agora sim estou pronto.

Não me importo com os outros e atirei em cada...

Peguei minha arma deixando três únicas balas, mirei o cano sobre suas cabeças disparando uma bala e sobrou uma. Uma bala que eu sei pra que servirá. Dali, milhares de famintos estão se aproximando e eu disse "Estou com vocês!"

Disparo na cabeça...

AloneOnde histórias criam vida. Descubra agora