Maise respirou fundo voltando da pista de dança da boate em que ele e Casey costumavam ir desde que se mudaram para NY. Eles estavam fazendo uma espécie de despedida antes de ele seguir em viagem de férias para o Alabama. Maise dispensou a loura com quem dançava, pois seu voo partiria as duas da manhã e ele não queria acordar às pressas para dispensar alguém que ficaria choramingando em seu ouvido. Voltando ao bar, ele pegou uma cerveja brindando com Casey e Ryan que estavam agarrados um ao outro como chicletes. Ele sorriu para ambos e balançou a cabeça com ironia.
Há cinco anos aqueles dois se odiavam, agora eram casados e pais de um par de lindas gêmeas, cujo Maise era o padrinho.
Uma prova de como o destino é um ser idiota! Maise pensou com sarcasmo.
— E aí Maise, o que houve com a loira? – Ryan perguntou bebendo um gole de sua cerveja. – Ela era gostosa! – ele observou fazendo Casey lhe dar uma cotovelada.
— Hey, eu ouvi isso! – ela disse em tom desaprovador. – Lembre-se que tenho uma arma e um belo soco de esquerda.
— E eu não sei disso? – ele resmungou sarcasticamente passando a mão pelo queixo. – É por isso que eu disse que Maise deveria ficar com ela. Sabe muito bem que meu tipo é uma morena fogosa cheia de espírito.
— Assim é bem melhor! – ela disse sorrindo beijando Ryan em seguida.
Maise pigarreou quando os viu se agarrarem em um beijo tórrido em pleno bar.
— Ah, por favor! Arrumem um quarto! – ele disse fazendo careta de nojo e colocando o dedo indicador na boca como se forçasse o vomito. Casey soltou uma gargalhada e apenas virou a cabeça em direção a Maise enquanto mantinha-se pendurada no pescoço de Ryan.
— Um dia você agirá da mesma forma e eu morrerei de tanto rir do quão ridículo você parecerá.
Maise bufou com um olhar desaprovador que fez com que Ryan risse ainda mais. Ele pegou a garrafa de cerveja e engoliu a metade do conteúdo em um único gole em um gesto furioso. Casey e Ryan estavam se divertindo as custas do amigo que decidira permanecer como um solteirão. Maise zombava constantemente da paixonite aguda do casal, que parecia crescer mais e mais, a cada dia desde que começaram a se envolver.
Eles estavam distraídos, rindo de Maise que já ameaçava dar o fora quando ouviram a voz estridente de uma garota discutir com alguém. Eles olharam em direção de onde vinha a voz e viram Viola batendo com força em Mike, que tentava se justificar de algo, enquanto se defendia dos golpes das mãos pequenas e delicadas de uma ruiva muito furiosa.
— O que está havendo com aqueles dois? – Maise perguntou enquanto apontava a jovem que tentava em vão acertar chutes no melhor amigo. – Por que será que estão brigando? Nunca os vi brigar antes!
Casey e Ryan suspiraram e se entreolharam como se guardassem um segredo. Eles pareciam falar em uma espécie de código. Eles balançaram a cabeça enquanto bebiam um gole de suas cervejas.
— Mike decidiu contar a Viola, que ele esteve fingindo esse tempo todo, que era gay. Ela já estava cansada de ser ignorada por ele e estava decidida a dar um gelo. – Casey desabafou com voz triste.
— Ela não aceitou muito bem, principalmente porque pegou Mike se atracando com uma loira em seu aniversário! – Ryan completou.
Maise franziu a testa sem entender e voltou sua atenção para a garota que estava muito brava tentando tirar sangue do rapaz, que desesperadamente tentava se defender.
— Nós o tínhamos avisado que isso aconteceria, mas Mike ignorou completamente. – Ryan disse em tom reprovador. – Agora ela nos odeia também porque sabíamos e não dissemos nada! – ele resmungou cruzando os braços.
— Mike sempre soube que ela gostava dele, não entendo por quê não contou com a ajuda dele! – Casey balançou a cabeça de forma descontente.
— Acho que foi justamente por causa dos sentimentos dela, que ele preferiu não contar nada. – Ryan justificou a atitude de Mike. Casey, no entanto, bufou mantendo de pé a reprovação que sentia pelas atitudes do primo.
— Ele foi um egoísta insensível, isso sim. Para começo de história ele poderia ter se livrado dessa situação, se tivesse dito a mãe que não queria se casar aos dezessete anos! – ela esbravejou cruzando os braços. – Mas não, o estupido mimado, decidiu convencer a todos de que era gay. Começando pela melhor amiga. Idiota!
Maise ficou olhando enquanto o rapaz ganhava um soco no olho e a garota saia batendo o pé. Ele rapidamente se recuperou e correu atrás dela. Foi então que ele se deu conta da informação anterior e franziu a testa olhando em direção a Casey.
— Cara, seu primo fingiu que era gay só porquê sua melhor amiga estava apaixonada por ele? – ele perguntou com ar incrédulo.
— Não, aquela besta inventou isso para fugir de um casamento arranjado há sete anos. – Casey respondeu bufando.
— Sim, mas sabíamos que isso aconteceria quando concordamos em deixarmos Mike contar a Viola. – ele suspirou passando a mão pelos cabelos de Casey que respirou fundo resignada e assentiu.
— Espere, mas seus tios já não morreram? Por que ele mentiu por tanto tempo? – Maise perguntou estupefato. – E ainda por cima vem saindo com garotas, mesmo sabendo que a menina gosta dele. Desculpe, mas seu primo é nojento, Casey!
— Ele não teve escolha, Maise! – ela replicou de forma suplicante em uma tentativa de defender seu primo e suspirou. – Ele tinha medo de magoa-la.
— Nossa, ele fez um ótimo trabalho! Pelo que eu vi, ela parece realmente feliz com tudo isso! – Maise disse de forma debochada. – Sinto muito, mas não parece o rapaz de quem você fala com tanto orgulho. Quantos anos ele têm? Dezoito?
Casey bufou dando um tapa na cabeça de Maise.
— Não piore as coisas! – ela disse bufando. Ryan balançou a cabeça e respirou fundo.
— Ele está certo. Mike tem sido muito infantil e levou essa história longe demais. – ele suspirou enquanto passava a mão pela cabeça de Casey. – Agora, só poderemos contar com o tempo e que ela se acalme para conversarmos com Viola.
— Bem, tomara que ele a alcance e ela dê uma surra bem dada nele, que é o que ele merece! – Maise disse com um sorriso sarcástico. Casey bufou dando um passo à frente e Ryan a segurou sabendo que sua esposa temperamental faria.
— Bem, está ficando tarde! Vamos para casa? – Ryan disse abraçando Casey beijando sua testa. Ela suspirou assentindo e então olhou para Maise.
— Boa viagem e lembre-se do que pedi! – ele assentiu dando um beijo na bochecha de Casey.
— Epa amigão, essa aqui é minha! Vá caçar uma para você! – Ryan disse empurrando levemente Maise para que ele se afastasse de Casey. – Faça uma boa viagem e se cuida. Ainda preciso de um parceiro de pesca.
Maise riu apertando a mão de Ryan quando ele apontou seu braço machucado.
— Pode deixar! Quando voltar, poderemos marcar uma ida ao Maine! – ele sugeriu dando um abraço e um tapinha nas costas de Ryan. Então se despediu de ambos e se voltou para o bar. – Que família de malucos! – sussurrou enquanto tomava um gole de cerveja e sorria com sarcasmo.
Ele estava distraído, ainda tentando compreender o porquê de Mike ter sido tão babaca com uma garota tão bonita, quando mãos suaves tocaram seu ombro chamando sua atenção. Maise se virou para encarar o par de olhos azuis penetrantes e a boca carnuda rosada da morena que ele vira o encarando enquanto dançava com a loira.
— Oi, você gostaria de dançar comigo? – ela sorriu para ele empurrando os cabelos para trás da orelha. Maise sorriu de volta para ela, terminando de beber a cerveja e depositando a garrafa em cima do balcão.
— Claro! – ele respondeu com um sorriso cheio de charme e puxou a garota em direção a pista de dança.
Havia muitas coisas em que Maise era bom e uma delas era dançar, e não era apenas na vertical! Por isso decidiu que dançaria até completar o tempo que faltava para ir para o aeroporto. Ele rezaria durante a viagem para não encontrar Mia, sua tia Linda e até mesmo sua mãe Tina. Ele queria que essas férias fossem tranquilas e relaxantes.
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Serie Destinos - Livro 03 - Irresistível Atração (Degustação)
ChickLitQuando mais jovem, Maise deixou sua cidade natal no interior do Alabama em busca de uma nova vida em outra cidade. Seu papel como detetive na unidade de homicídios de Nova York prova ser um desafio monumental. Apesar de apreciar profundamente o trab...