White & Pink; yoonmin

Unique;

Teria sido um saco me mudar em plena primavera e deixar de aproveitar todas as maravilhas de Busan se não fosse você.

Cinco dias após parar em Seoul, num condomínio de luxo onde tudo o que se via era grama, mansões e shoppings, eu conheci você.

Um metro e setenta e sete, poucos quilos, dezoito anos.

Não era de se assustar que você fosse um típico adolescente rico e mimado. Os cabelos loiros muito bem penteados em cima de uma tiara amarela, - assim como as meias que lhe alcançavam quase que as canelas - shorts brancos expondo suas pernas branquinhas de joelhos machucados com algum curativo bege, camisa polo rosa-claro, tênis brancos e muito bem conservados.

Além de uma raquete de tênis caríssima em mãos.

Enquanto eu andava pela área de lazer do condomínio, você jogava Tênis na quadra com mais dois amigos. Hoseok e Seokjin? Deve ser, não é como se eu me importasse muito.

Mas depois de concluir que era com você com quem eu me importava, eu abri os meus olhos.

Ah Yoongi, eu não estava mais cego.

Teria sido uma perca de tempo ficar pensando que diversão era apenas ir para a praia e surfar com os amigos, se não fosse você.

Seis meses após eu te descobrir naquele canto, poucos quilômetros longe de casa, nervoso e cheio de egocentrismo transparecendo no seu corpo pequeno e cheio de maravilhas cobertas por algumas camadas de pano, eu percebi que diversão poderia ser resumida em uma só palavra.

Você.

Só.

Só você.

Eu odiava tudo o que você era.

Não, talvez não odiasse, mas me enchia o saco aquele monte de coisa cor de rosa.

Isso porque eu era constituído de branco.

Eu era transparente demais, ao mesmo tempo era invisível, desconexo nessa vida.

Como você me enxergou?

Era fácil demais perceber os seus exageros, sua raiva quando errava no jogo, seu ego elevado quando marcava pontos, seu sorriso maravilhoso enquanto você juntava as bolinhas cor de rosa em uma bolsa, com a raquete nas mãos de punhos cobertos por faixas fofinhas de tecido amarelo.

Me irritava.

Onde diabos eu veria um garoto de no máximo dezoito anos usando rosa por todos os cantos, de pele quase igual à papel, de olhos quase iguais aos de algum felino muito, muito raivoso?

Eu percebia tudo isso, eu enxergava tudo de longe, mas não era igualmente fácil me perceber da mesma forma.

Você merece um prêmio?

Eu acho que sim.

E enfim, nos seis meses após tudo isso, eu fui me tocar que, mesmo sendo egocêntrico e raivoso, você era um gatinho indefeso.

Na verdade você era forte demais, extremamente forte e guerreiro por tudo o que passava.

Pelo que passava e não havia me contado até eu perceber que seus tons de rosa foram se tornando branco também.

E era isso mesmo, gatinho indefeso.

Os seus tons de rosa não eram nada mais do que camuflagem, porque na verdade você tinha um único tom que nem eu.

Não era primavera mais e agora você já não ia mais aos treinos na quadra com os outros dois amigos.

Era inverno e eu te aquecia nos meus braços enquanto você já estava cansado de ficar no hospital.