— Ai, minhas pernas! – Valerie resmungou quando terminou de colocar o garanhão na baia. Ela o olhou de forma repreensiva e como se houvesse entendido, o animal relinchou baixando as orelhas. – Não pense que você escapará de mim amanhã! – ela disse apontando um dedo para ele e passou as mãos pelas coxas.
O animal na sua frente era nada mais, nada menos, que um lindo Mustang negro. Ele era alto e musculoso com os pelos da crina e do corpo brilhantes como um diamante. Valerie se apaixonara por ele a primeira vista e dera seu voto de aquisição com louvor, mas só havia um problema: O animal era selvagem e sem disciplina alguma. Ele ainda não aceitava uma sela e por isso as pernas de Valerie estavam doloridas, pois o esforço para se manter equilibrada sobre o animal, fora grande.
— Não me olhe desta maneira. Tenha certeza que o transformo em linguiça se continuar a me derrubar. – ela ralhou abrindo a mão para mostrar um pedaço de cenoura. O cavalo monstruoso relinchou dando a volta na baia e se aproximou lentamente dela. – Hum... Um interesseiro! Ok, talvez possamos negociar!
Valerie sorriu quando o cavalo se aproximou e delicadamente puxou o legume que estava sobre a palma de sua mão com ambos os lábios. Pegando mais um pedaço ela o ofereceu e assim foi fazendo, até que ganhou um pouco de sua confiança. Nos segundos seguintes ele já deixava ela tocar sua cabeça e acariciar. Aos poucos ela o sentiu ficar menos arredio, então encheu a baia com feno fresco e decidiu tentar montá-lo novamente no dia seguinte. Afagando pela última vez o cavalo, ela se virou e saiu do estábulo. Terrence vinha entrando e retirou o chapéu quando a viu.
— Então, como está indo o trabalho com o cavalo? – Wallace perguntou se aproximando com um toalha na mão para secar o rosto. – Já deu nome a ele?
— Não, mas estou pensando. – ela respondeu sorrindo. – Ele está dando muito trabalho, mas logo eu domo essa fera!
— Tenho certeza que sim! – Wallace respondeu balançando a cabeça e se aproximou de Valerie, que recolhia o material que usara. – Senti sua falta hoje no galpão. Já conseguimos remover boa parte dos suprimentos para o celeiro.
— Nós? Quem é nós? – ela perguntou com curiosidade enquanto pendurava os estribos. – Pensei que Mike fosse ajudá-lo, mas ele esteve comigo o tempo.
— Maise me ajudou. – ele respondeu sem preâmbulos.
O sangue de Valerie congelou nas veias e ela ficou pálida ao ouvir o nome do primo. Ela suspirou apoiando a cabeça na parede do corredor do estábulo. Fechando os olhos ela tentou controlar a respiração e seu coração, que decidiu sair em uma corrida frenética contra adversário algum.
— Pensei que ele tivesse ido embora! – ela disse com voz cheia de desanimo.
— Não, ele não foi e pretende ficar o restante do mês. – Wall respondeu de forma suave cruzando os braços na frente do peito.
— Ele deveria ir! – a voz de Valerie saiu mais parecendo uma suplica desesperada.
— E você deveria para de agir de forma irracional ou levantará suspeitas. – Wallace a alertou com sua voz serena. Ela ergueu a cabeça e apoiou as mãos na parede se afastando um pouco. – Deveria considerar contar a ele e acabar logo com esse sofrimento.
— Você não entende... – ela sussurrou com desespero. – Ele não acreditará em mim!
— Ele é seu primo Valerie, é claro que acreditará em você!
Valerie se virou recostando na parede e bateu a cabeça. Ela se sentia frágil e impotente de repente, coisas que ela se recusava a ser. Ela lutara muito para coseguir a postura e reputação de durona, mas havia dias em que ela simplesmente se sentia frágil como uma boneca de porcelana. Isso ocorria muito a noite, quando ela se permitia chorar e se perguntar por quê ela merecera aquela vida.
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Serie Destinos - Livro 03 - Irresistível Atração (Degustação)
Chick-LitQuando mais jovem, Maise deixou sua cidade natal no interior do Alabama em busca de uma nova vida em outra cidade. Seu papel como detetive na unidade de homicídios de Nova York prova ser um desafio monumental. Apesar de apreciar profundamente o trab...