Cap. 1

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Sento numa mesa próximo à vitrine da cafeteria a espera de Elisa. Olho para fora e um grafite do outro lado da rua me chama atenção. "Por que ele?" era o que estava grafitado em verde e amarelo fluorescente com letras de formatos variados. Fico pensando o que levou a pessoa grafitar aquilo. Um coração despedaçado? Ou uma paixão inusitada? Por que ele? O que levou a tal pessoa entrar ou sair da vida dessa pessoa?
Fico refletindo aquela pergunta olhando fixamente pela vitrine de doces quando uma voz doce soa atrás de mim:
- Aí está você. - diz Elisa colocando sua bolsa em cima da mesa - Desculpa o atraso!

- Tudo bem. - respondi - cheguei a poucos minutos também.

- Um café expresso, por favor. - ela diz acenando para a garçonete que estava numa mesa ao lado. - Então, pode ir dizendo o que aconteceu. Tem algo a ver com Tony? - ela diz voltando toda a sua atenção para mim.

Era incrível como Elisa me conhecia tão bem.

- Ele me ligou ontem quando cheguei da faculdade. Disse que estava com saudades e que queria voltar. Acredita? - digo indignada com a boca semiaberto dando um gole em meu café.

- Não acredito que esse cara é tão cara de pau assim. - ela diz expressando a mesma indignação que eu - E o que você disse?

- Falei para ele se mancar, pois o que ele fez não tem perdão. Pedi para ele me esquecer e desliguei na cara dele.

Tony foi um cara que conheci há mais ou menos 6 meses numa festa de formandos da minha faculdade. Começamos a ficar e então ele me pediu em namoro. Há umas semanas atrás peguei ele agarrando uma patricinha do curso de Designer. Terminei com ele na mesma semana e, desde então, ele fica atrás de mim querendo reatar.

-Fez bem! - disse Elisa - Ele não merece seu perdão. Traição é uma escolha não uma opção.

Aceno com a cabeça em sinal de concordância com os cotovelos apoiados na mesa de mármore segurando o copo de café. Olho para a mesa ao lado e um sujeito de cabelos escuros e jaqueta preta me chama a atenção.
  Ele está sentado com os pés cruzados em baixo da cadeira. Sua mão direita está segurando o copo de café e a outra segura um jornal, fazendo com que toda a sua atenção volte somente para aquele conjunto de papéis enormes.

- Vai fazer o trabalho do 2º semestre com quem? - diz Elisa tirando toda a minha atenção do sujeito.

- Sozinha. - respondo.

- Nossa, quanta coragem. Aquele trabalho é enorme. - ela diz.

- Prefiro assim. Não estou com cabeça para discutir com várias pessoas sobre trabalho. Fazer sozinha é melhor. Só eu e minhas ideias.

Ela acena com a cabeça dando um gole no café e então tira o celular do bolso para olhar as redes sociais.

Volto a olhar para mesa ao lado e vejo que o sujeito charmoso não estava mais lá. Volto a minha atenção para Elisa:

- Bom, já vou indo - digo pegando minha bolsa.

- Já? - ela diz tirando a atenção do celular - Ah, então tá. Até mais!

Levanto-me da cadeira e vou em direção a mesa de Elisa para me cumprimenta-la antes de ir.

***

Desço as escadas da porta da cafeteria e então esbarro num sujeito de cabelos escuros fazendo com que eu escorregasse na calçada úmida e fria. Seus braços musculosos me seguram antes que eu apoiasse no corrimão da escada.

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