Coração enfermo

174 16 0
                                    

Gancho...

Entre o bem e o mal a linha é tênue, as escolhas que fazemos nos definem, nos marcam a fogo e ferro, nos tornam mais fortes e mais insensíveis, no meu caso mais cruel. Cada decepção, cada vez que nossos sentimentos são esmagados as cicatrizes da sobrevivência ficam ali, visíveis, nos lembrando do que suportamos. Mas ninguém nos diz que junto a essas cicatrizes o veneno sutil da decepção começa a mudar quem somos. Nosso coração é lentamente envenenado nos fazendo perder a esperança e a fé em um amor verdadeiro.

O mundo dos Medos assim como a terra do nunca sempre foram os lugares que mais odeio, lugares que inspiram o perigo, a crueldade e a dor, aprendi a temer esses lugares.

Nas ilusões causadas pela atmosfera daquele lugar tive de enfrentar meu passado, o Reino que abdiquei para viver livre em alto mar. Enfrentei cavaleiros bravos e tirei a vida de meu único Irmão Henry II, apesar de ter ciência que tudo era uma ilusão a dor do enfrentamento era extremamente realista.

A espada afiada entrou macia em suas entranhas, seu sangue clamava ao ser derramado acusando - me de ser um assassino. Expondo que por mais que o tempo tenha me mudado eu sempre seria um assassino. A natureza sádica e cruel permanecia ali, enraizada no mais íntimo do meu coração.

Henry era o preferido de meu pai, um rapaz aventureiro que apreciava passar suas horas embrenhado nas florestas caçando animais, era astuto, inteligente, extremamente educado e gentil mas era tolo. Uma marionete nas mãos do nosso impiedoso pai, ao longo de minha adolescência vi minha mãe ser torturada por meu pai, toda a tirania e violencia também me fez vítima, eu também tive meu coração manchado de negro pela obscura maldade.

No fim vencer todas as verdades que o mundo dos Medos nos esfregava na cara era uma superação. Dessa vez eu enchergava o mundo dos Medos como um ouvires talentoso

...

Rosana estava deitada sobre a terra úmida, seus cabelos loiros eram um contraste lindo sobre a terra escura, a luz da lua a deixou pálida e sua respiração estava quase parando, abri suas pálpebras e vi seus olhos sem brilho. Pousei meu ouvido sobre seu peito, seu coração estava parando.

Comecei uma massagem cardíaca, forçando seu peito com todas as minhas forças, seu coração estava parando, sua vida esvairindo -se como água escorrendo entre meus dedos.

- Rosana, por favor! Por favor reaja! - Supliquei.

Ela estava morrendo.

Fiz uma respiração boca a boca e senti seus lábios frios sobre os meus, a menina cheia de vida e com a personalidade forte estava me deixando. A mulher que eu amava estava partindo, me deixando para trás!

Obriguei- me a continuar lutando por ela, alternando entre a respiração e a massagem cardíaca, mas não houve reação.

Praguejei todas as maldições que conhecia e sem notar lágrimas mornas inundavam meus olhos, minha face era banhada pela dor intangível de perder alguém que se ama.

Um grito abafado rasgou minha garganta a dor profunda parecia que ia me matar também, pedi a morte, era preferível morrer à viver sem ela. No nosso mundo uma mudança por menor que seja em nossa vida se torna permanente, tudo é mais intenso, vivemos em extremos, uma mudança transforma - nos para sempre.
Eu havia sido mudado por Rosana, dificilmente conseguiria suportar viver sem ela, sem seu sorriso, sua irritação, a vitalidade que ela possuía. Deitei me sobre seu corpo abraçando o cadáver sem vida, minha menina estava estendida sem forças, sem vida.

A dor era tamanha que meu choro ganhou sons, gritei aflito pedindo ajuda dos céus, ajuda de qualquer um estivesse passando por ali.

Um trovão cortou o céu e Thor surgiu a minha frente.

Rosana A Herdeira Impetuosa Onde histórias criam vida. Descubra agora