Religião não se discute?

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A única coisa que eu gosto nas festas religiosas é o tempo livre ao qual eu tenho direito. Sem dúvida esse tempo livre é essencial para quem trabalha longas jornadas todos os dias como eu. Imagine o leitor se tivéssemos feriados para os cerca de 5000 Santos da religião politeísta católica. Seria um dolce far niente a vida inteira, e aí sim, teríamos que de fato esperar graças divinas para poder pagar por nossas roupas, remédios, educação, impostos, moradia... mas como Deus provém apenas nas palavras escritas em livros fantasiosos, temos que dar um jeitinho aqui na terra para não morrer à míngua.

Sei que meu modo de abordar a religião pode ser visto como pouco respeitoso por parte de alguns leitores mais fanáticos, mas a verdade é que não estou aqui para agradar ninguém. Nem os religiosos, nem os privos de fé. Afinal de contas se tem uma coisa que o religioso não tem; é respeito e tolerância com a opinião outrem. Nos EUA se você fizer algum tipo de demonstração “anticristã” certamente será agredido fisicamente e se tiver sorte sairá com vida. PS: Não espere uma intervenção da polícia, afinal de contas; “In God we trust”.

Nos países muçulmanos já sabemos do extremismo sem limites com o qual dizem defender as causas divinas, eu me pergunto qual seria a opinião de Deus diante dessa matança desproposital. Os judeus se consideram de fato o povo escolhido até hoje; mais de dois mil anos depois. Mesmo com todo o desenvolvimento e conhecimento tecnológico, eles acreditam que por algum motivo o suposto Deus escolheu a eles, menosprezando assim todas as outras civilizações do planeta. Portanto caro leitor, não espere de mim temor diante das religiões, pois enquanto os religiosos não respeitarem a opinião dos não religiosos, terão apenas o meu desprezo.

Embora esse texto não seja dedicado apenas aos que se dizem religiosos, acredito que o mesmo possa ser de fato direcionado aos que acreditam em Deus, ou nos Deuses, ou nos Santos, nos Anjos, nos Espíritos, na alma, na reencarnação, na vida eterna, em Shiva, em Thor, em Buda, em Xangô, em Tupã, no rato sagrado, na vaca sagrada, no macaco sagrado... enfim, esse texto é para aqueles que acreditam em algo típico da fantasia humana; o sobrenatural. Mas não admite que se trata apenas de pura fantasia e tenta dar algum tipo de importância científica à sua fé sem que tenha provas mesmo que mínimas para sustentá-la.

Não tenho a ilusão de converter nem mesmo um dos possíveis leitores desse texto. Mas não me furto o direito de fazer algumas perguntas e queria muito que os mesmos tentassem responder de maneira honesta, não a mim, mas a si mesmo.

Religião não se discute? Antes de começar com algumas perguntas que eu acho fundamentais quero desfazer um tabu que se impôs com muita violência e controle das instituições religiosas durante milênios. Talvez a maior de todas as mentiras; “Religião não se discute”. Seria até engraçado se não fosse um estupro mental, uma afronta à liberdade de expressão e pensamento do ser humano. Não debater religião é o mesmo que acreditar em Papai Noel a vida inteira, ou em fadas, gnomos, Saci e outros personagens mitológicos que vamos conhecendo no decorrer da vida.

Religião se debate sim caro leitor, do contrário estaríamos com a mesma mentalidade de 2000 anos atrás, para aqueles que seguem a Bíblia por exemplo. Estaríamos ainda condenando à morte as pessoas que cometem adultério. Como assim? Pois é, está na Bíblia...

Você tem religião? Como você entrou na sua religião? Foi de escolha própria ou foi uma imposição sociocultural exercida por sua família e o meio em que vive?  Seja honesto. Você escolheu mesmo sua religião? Quanto você sabe sobre ela? Já leu seus livros? Conhece seus fundadores? Conhece as guerras que ela provocou e a matança que ela justificou em nome de Deus? Sabe qual é o tamanho da riqueza dos seus representantes? Aqueles mesmos que pregam o sacrifício e humildade como um dos seus bastiões?

Você batizou seu filho? Já parou para pensar no ato do batismo? Já viu uma celebração mais sem nexo? Levar uma criança que acabou de nascer para livrá-la de um pecado que ela desconhece e que não cometeu? Posso ir além e perguntar ao leitor. Qual é mesmo o pecado do qual o batismo nos liberta? Quais provas científicas documentadas temos desse pecado? Depois não se irrite o leitor quando eu disser que o batismo não passa de fantasia e medo da vingança de Deus.

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⏰ Última atualização: Nov 14, 2011 ⏰

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