Capítulo 4

30 5 1
                                    


Pilhas e pilhas de nada, revisei pela décima vez relatórios de óbitos, analisei fotografias nas cenas dos crimes, li depoimentos colhidos de pessoas envolvidas e testemunhas mas nada que estava ali poderia provar que Karina não se matou, existiam provas de que a forma de morte alegada não é a real mas isso não é relevante diante da situação.

Eu preciso de mais...

Lá pelas 21:00 horas Lucas foi me deixar em casa, não conseguimos descobrir nada incriminador e por isso vim embora cabisbaixa. Tomei um banho rápido e me troquei, deitei na cama e quando estava quase dormindo meu celular sinaliza avisando que uma nova mensagem chegou.

Sei que não me suporta, mas sei que nenhuma morte foi assassinato ou seja lá o que alegaram. Vou descobrir quem fez isso e vou investigar com ou sem sua ajuda. Se quiser vingança me espere amanhã na entrada da escola.
-Noah

Noah sabe que o odeio desde que éramos melhores amigos, ele namorou com Karina e o término destruiu ela, mas não deixaria de ir atrás por uma briga de adolescente.

A noite foi mais longa do que eu esperava, revirei na cama tentando esquecer por um minuto tudo que aconteceu.

A noite foi tão desagradável que meu sono durou poucas horas e essas horas foram embargadas por pesadelos, depois do banho vesti uma calça preta e uma blusa soltinha branca, calcei um all star Preto e fui pra escola de carro após pegar minha bolsa que estava na cadeira do computador.

No Recreio estava sentada com Bruna e Paulo, conversamos sobre as novidades que ainda não havíamos compartilhado.

- Estou ficando com o Evan - Bruna anunciou furtivamente radiante, exibindo seus dentes perolados. A alguns anos tive um relacionamento amoroso com Evan mas foi às escondidas, a única pessoa que tinha conhecimento sobre isso era Karina. Ele era o que podemos chamar de Peter Pan, nunca cresce.

- Vocês formam um casal muito perfeito - Falei forçando um sorriso generoso enquanto tentava esconder minha insatisfação quanto à notícia.

- Obrigada Mel - ela desembuchou em meio a sorrisos de alegria, o horário de recreio acaba e ela completa com infelicidade - Tchau gente, tenho que ir pra minha aula de Geometria, beijinhos. - Se levantou rápido e saiu tão depressa que em 3 segundos a perdi de vista.

Me despedi de Paulo e segui meu roteiro de aulas conforme o planejado, ao fim das mesmas me retirei até a porta da escola e fiquei aguardando, sentada em um banco abaixo de uma grande árvore.

- Vamos, não temos muito tempo Mel - Noah olhava pra mim de uma forma suave porém apreensiva, segui ele até sua casa e logo subimos ao seu quarto que por sinal era muito bonito.

As paredes eram revestidas por madeira escura e os móveis eram feitos da mesma dando um toque rústico e refinado, o espaço era amplo e havia um mini escritório no canto direito do quarto. A cama era bem grande e aparentemente muito macia, no teto haviam luzes acopladas e bem rústicas o que tornava tudo mais bonito. Sentamos em duas cadeiras dispostas perto do seu "mini escritório", ele se virou para mim e me olhou tentando decifrar meus pensamentos.

- Mel, por nossa segurança não conte a ninguém sobre isso, deve ser algo estritamente sigiloso.

- Tudo bem, eu compreendo - Afirmei de forma convicente a ele, mas ainda estava considerando a opção de falar para Lucas.

- Então, por onde vamos começar? - Tentei mudar de assunto pra driblar as frustrações que aquele estava me causando.

- Antes de tudo, vamos ser o assassino - Seus olhos verdes emitiam um brilho misterioso e disperso.

Danger Onde histórias criam vida. Descubra agora