Escuto vozes...
--Precisamos resolver essa situação o mais rápido possível.
--Eu tenho minhas razões para gostar de guerra, mas esse tipo de situação não vai me beneficiar em nada!
--Precisamos ser justos em nossa decisão. Não concordarei com decisões terroristas, e acho que nossa decisão não deveria beneficiar nenhum de nós.
--Vocês concordam com o que falamos em nossa última reunião? Nossa ausência em nossas terras sempre causam tristeza e destruição, devemos tomar uma decisão logo.
--Sabemos do risco que isso pode causar e que podemos perder uma boa parte de nossos seguidores, mas a humanidade precisa saber que o final ou a continuação está nas mãos deles.
--Já perdemos muito tempo, a decisão foi tomada. Comecemos os preparativos.
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Sonho estranho...
O que mais de estranho poderia acontecer? Toda minha vida foi assim. Vazia, sem sentido.
Parando pra pensar bem, nunca foi uma vida agradável, pelo menos até eu conhecê-la.
Michelle mudou minha vida, meu jeito de enxergar o mundo e até de sentir.
Se minha vida pudesse ser dividida em períodos, existiriam 3, eu os chamo de purgatório, céu e inferno.
O purgatório foi o período que pega da minha infância até o início da minha vida adulta. Sou filho de pai alcoólatra, e bem, não é muito difícil de imaginar o que eu passava quando ele chegava bêbado em casa. Fui agredido diversas vezes sem saber o motivo, ou por um motivo inventado do tipo: -- Perdi meu maço de cigarros, vc escondeu ele de mim moleque!
Minha mãe, era uma pessoa boa, mas tbm era muito submissa ao meu pai e muito apaixonada por ele. Ela apanhava e depois da surra dizia: --Ele ta estressado com o trabalho filho, as coisas vão melhorar. Só precisamos amar mais e não deixar essas pequenas coisas nos afastar.
Mas infelizmente esse amor a matou...
Numa noite, depois de beber até acabar o dinheiro do bolso, meu pai foi pra casa e espancou minha mãe até a morte. Ela apanhou calada, porque ela sabia que se gritasse, a surra seria pior. Mas nesse dia ela calou-se para sempre.
Depois disso fui morar com meus tios. Eles não eram amorosos nem nada, mas não me deixavam passar fome e frio. Acho que isso já era o bastante pra mim.
Segui minha vida sempre me escondendo das pessoas, terminei a escola e comecei a trabalhar. E foi aí que começou o segundo período da minha vida, o céu.
Em minha primeira semana de trabalho eu conheci Michelle, uma moça com 19 anos, um ano mais velha que eu, e que me fez enxergar o mundo de outra forma.
Ela foi minha primeira amizade verdadeira em muitos anos, e eu com meu pessimismo achei que fosse ser o máximo que eu conseguiria, mas Michelle sabendo que eu era meio travado tomou a iniciativa e logo começamos a namorar.
Não nos desgrudávamos, almoçávamos juntos, saíamos juntos e fazíamos planos para o futuro. Ela me incentivou a continuar os estudos, a ter uma carreira e criar sonhos.
Estudamos na mesma faculdade, eu no curso de história e ela no de medicina. Quando terminei minha faculdade a pedi em casamento e me lembro que falei que tinha que ser antes dela ser uma médica renomada e o povo achar que eu estava sendo interesseiro.
Ela aceitou e meses depois nos casamos, tivemos 1 filho que foi batizado com o nome Carlos, que era o nome do pai de Michelle.
Os anos passaram e numa noite depois de sairmos de uma festa aconteceu algo que me colocaria no terceiro período da minha vida.
Estávamos no carro quando um motorista veio descontrolado em nossa direção, e eu estava com poucos reflexos por que havia bebido um pouco na festa. Não consegui desviar totalmente o carro e batemos. O carro girou 2 vezes na rua antes de parar, e quando parou olhei para o lado procurando Michelle. O que achei foi um monte de ferragens presos a um corpo sem vida. Carlos ainda parecia respirar, mas estava coberto de sangue. Nesse momento desmaiei.
Acordei no hospital completamente anestesiado e acabei escutando que eu fui o único sobrevivente do acidente.
E aí começa o inferno...
