Capítulo 1

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PLÁGIO É CRIME, NÃO SE ESQUEÇAM E NÃO DIGAM QUE NÃO AVISAMOS!!!



O barulho persistente do celular, depois de alguns minutos de luta, conseguiu finalmente fazer com que Liam acordasse e levantasse de sua cama — acordar depois de dormir durante a tarde era, sem dúvida, mais complicado do que levantar-se ao amanhecer.

Acomodando-se sentado próximo à beirada, saltou quase animado ficando de pé e já caminhando rumo ao banheiro. Por sorte tinha uma suíte, então não precisaria sair do quarto antes de estar pronto.

Quando entrou no banheiro, colocou suas mãos sobre a pia e encarou seu reflexo. Realmente, acordar feito um bicho do mato é algo normal — pensou, logo em seguida começando a preparar sua banheira com água quente. Naquela época do ano, a temperatura em Londres beirava os dez graus.

Liam pretendia fazer tudo o mais rápido possível para chegar o quanto antes no internato, estava com saudades de seus amigos. Mesmo os mais próximos fazendo visitas de vez em quando, estar juntos cinco dias da semana era algo completamente diferente.

Não demorou muito e ele estava quase pronto para partir, como ainda era domingo não precisaria estar vestido com o uniforme escolar, então optou por algo normal que pudesse mantê-lo aquecido, além de um cachecol preto no pescoço. Cachecóis são bonitos, ajudam as pessoas a ficarem mais bonitas. Deveriam ser praticamente indispensáveis — refletiu sobre o acessório, mesmo não gostando muito de usá-lo e apenas vestindo-o quando achava extremamente necessário.

Pegando suas malas vermelhas — levaria duas. —, saiu de seu quarto sem fazer barulho. Nem sei o motivo de eu ser silencioso, se no fim das contas estou sozinho e os empregados já devem estar acordados há muito tempo. Logo que desceu as escadas se deparou com Hadassa, a cozinheira, Júllia e Morgana, as duas faxineiras e August o esperando na porta para se despedirem.

— Olá, pessoal – saldou a todos, animado. Durante as férias essa fora quase toda a companhia que tivera, era quase impossível não ter um laço de amizade com eles.

A mãe de Liam havia falecido há alguns anos, vítima de um câncer de mama que foi diagnosticado muito tarde. Já seu pai era um empresário de muito sucesso que, infelizmente e raramente, ficava mais de dois dias em casa e, mais raramente ainda, voltava para ela. Liam entendia que era assim que ele conseguia se manter e que assim se tornou o que era, mas não deixa de ser algo solitário, pelo menos quando estavam juntos tinham um relacionamento fantástico de pai e filho.

— Espero que dê tudo certo, pequeno Liam – Hadassa, que trabalhava na casa antes mesmo dele nascer, chamou-o pelo apelido carinhoso.

— Sem drama, okay? Não é como se eu fosse ficar para sempre lá. A cada cinco dias voltarei para casa, lembra? – Fez referência aos finais de semanas livres no internato. — Então me aguardem que logo eu voltarei – Completou rindo.

Despediu-se das outras duas mulheres, e junto com August seguiu para fora da casa. O carro já esperava ligado; colocando suas malas na traseira do veículo com a ajuda do motorista, Liam admirou um pouco a paisagem. Laranja demais essa época do ano... —Ele não conseguia gostar do outono, achava que a estação servia simplesmente para deixar tudo morto e as plantas sem clorofila alguma. Não entendia como as pessoas podiam achar um monte de folhas algo belo.

Depois de um tempo entrou no carro e seguiu viagem.

O caminho estava calmo, quarenta e cinco minutos de carro e estaria no internato. Liam estava com a cabeça encostada no vidro do carro, olhando com um olhar um pouco melancólico a paisagem conhecida que ia tomando conta do lugar conforme as últimas casas ficavam para trás. O silêncio dentro do carro era quase insuportável. Nem para você puxar assunto, hein August. Que tédio! — pensou, por fim decidindo ligar o rádio.

O internatoOnde histórias criam vida. Descubra agora