Capítulo 15 - Uma Ferida Reaberta?

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" - Deveria voltar pro inferno de onde veio, Lee. - Encarei seus olhos. Ele tinha seu cenho franzido mas um sorriso, um sorriso doentio no rosto."

P.O.V Annie.

- Annie, amor, por que tá assim tão bravinha? - Respirei fundo ao ver o homem que tanto amei de aproximar de mim com um sorriso brincando em seu rosto.

Lee estava mais forte, fisicamente falando, mais bonito. Não posso negar que ele é e sempre foi um homem lindo, mas sua imagem pra mim continuava sendo aquela que ele mesmo cravou no meu coração quando me deixou.

Ele poderia não querer minha bebê, poderia terminar comigo, poderia sumir. Mas isso não foi o bastante. Lee me quebrou, ele fez com que eu passasse noites com medo se ele apareceria pra cumprir sua ameaça.

- Você me abandonou grávida, Lee. - Fechei os olhos por um momento não acreditando no que acontecia. Isso era sério? Tudo estava tão perfeito, tão...

- Isso está além de sua compreensão, amor. - Lee parou a minha frente e passou uma de suas mãos em meu rosto com carinho. Ele só pode estar brincando comigo.

- Não me toque! - Retirei sua mão com abruptdão.

- Eu não vou ficar, se isso te alivia. - Sorriu. Ele falava calmamente como se fossemos aquele mesmo casal apaixonado de anos atrás. - Eu só vim ver meus amores. - Travei meu maxilar com suas palavras. Ele falava de Milla.

- Não ouse falar da minha filha. - Lee esboçou um sorriso sarcástico que claramente dizia que Milla também era dele. - Ela é só minha. - Maneou a cabeça levemente e se colocou atrás de mim. Eu ainda podia sentir seu cheiro amadeirado que tanto me fez suspirar de paixão.

- Infelizmente eu vou ter que te dar um presente... desagradável, amor. - Virei-me e encontrei o mesmo Lee que me abandonou. Ele apontava uma pistola pra mim com um sorriso sádico em seu rosto. Gelei no lugar sentindo meu coração disparar. Por ser cedo não havia muitas pessoas na rua, ninguém iria me ouvir.

- Lee. - Gesticulei com as mãos num pedido desesperado pra que ele não concretizasse a sentença que havia imposto.

Ele estava insano e não ouviu minhas súplicas.

- Desculpa, minha querida. - Então ele atirou na minha barriga.

Não havia aquele barulho estridente de tiro, claro, ele usava um silenciador. Lee não era burro.

Apenas senti minha carne sendo aberta lentamente e consequentemente queimando como o inferno. O gosto metálico de sangue subia até minha boca, o impacto do meu corpo contra o chão. Tudo o que eu pensava era em Milla.

Ao menos fiz um bom trabalho. Dei a ela tias que a amam. Josh cuidaria bem dela.

Também meus pais. Eles irão amar Milla e cuidar com todo o amor que têm.

Senti o olhar dele sobre mim, ele parecia triste, mas feliz ao mesmo tempo.

Lee depositou um beijo não correspondido em minha boca e se foi me deixando ali pra que a morte me levasse.

E ali eu estava.

A vida é engraçada, há alguns meses eu conheci Jane nesse mesmo estado. Sangrando em um beco. Agora minha sentença é morrer sangrando em um beco. Aos poucos eu sentia minha vista embaçar e o escuro tomar conta de mim. Não posso esquecer a dor que faz com que meu coração bata cada vez mais rápido.

De longe ouvi gritos abafados mas não esboçava reação. A dor me impedia.

- Annie! Annie, fica comigo. - Acho que eu sorriria de fosse possível. David estava por mim. - Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem, ok. - Sua voz era total desespero.

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