Começo da revolução, 1860.
Carol, coitada, tinha só 6 anos quando começaram os abusos da mãe, Rosa, uma alcoólatra que não media esforços no trabalho e nos custos que tinha a pagar. Gastava tudinho em bebida.
A menina tinha uma vó, Geralda, senhora do bem, cuidava de todos os machucados que sua neta tinha e sabia de onde vinham tais manchas pretas de sangue na pele parda da pequena Carol.
A menina também tinha um guarda chuva. Sua única amiga, como dizia a mãe quando brigavam.- Oh, Maitê, minha pobre Maitê. Outra vez aquela bruxa lhe quebrou uma de suas astes.
Chovia. Estava frio, a noite e a menina não tinha o que comer. E para piorar, ainda tinha que trabalhar amanhã bem cedo só para pagar as caras bebidas da mãe. Era como se o destino não gostasse dela ou até mesmo isso fosse um teste. Aquela noite, porém, estava diferente de todas as outras vividas em 6 anos. Era uma escuridão que fazia arrepiar os ossos saltados de Carol e o matagal perto de sua casa dançava no ritmo do vento.
No dia seguinte uma coisa aconteceu. Uma coisa que a menina jamais imaginaria que acontecesse. Tudo estava parado. O céu era negro, tão negro que nem o Sol brilhava na densidade das nuvens.
A terra que antes era verde e vistosa, agora era roxa e nervosa.
As casas que antes eram bonitas, agora estavam destruídas.A menina, que tinha medo de tudo, saiu de seu quarto e correu para a cozinha.
Não viu ninguém. Onde estava todo mundo?- Mamãe, vovó! Onde estão?
Carol só pensava no pior. Ela não parava de pensar se ambas estariam na densa escuridão que lá fora se encontrava ou até mesmo mortas ensanguentadas no vilarejo, no matagal, mas em casa não estavam!
Foi quando a menina olhou pela persiana da cozinha. Destruição e ódio percorriam as sombras e o medo, perverso, cortava o rosto da jovem.
- Maitê, sinto lhe informar, mas teremos que fugir dessa devastação.
Ela se agarrou ao guarda-chuva, correu para o quarto e logo o abriu, o prendendo na corda onde ela e Maitê fugiam da mãe como fizeram várias para escapar de mais uma mancha preta de sangue que ficaria em sua perna.
Antes de saltar, pegou uma trouxa e colocou um pouco de bolo que sua vó fizera no dia anterior, colocou uma blusa de sua mãe e prendeu o cabelo loiro num rabo de cavalo.
Saltaram.(...)
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Aee povo!
Deixa eu falar, os capítulos de Uma garota bonita foram por água abaixo né? Por isso, eu trouxe a Carolzinha aqui e seus capítulos mega curtos para divertir um pouco vocês.
Sempre que eu puder vai ter capítulo novo.Se gostar da história clica na estrelinha, por favor!
Se liga nas referências, tá?
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Carol [Conto]
Short StorySe Carol acreditava no destino e essas coisas de astrologia? Isso era apenas coisas de criança para ela. Afinal, se isso existisse ela não teria tais marcas pretas e cicatrizes que sua mãe deixara em seus minúsculos membros, ela não viveria na misé...