Serie Destinos - Livro 03 - Irresistível Atração (Degustação)

Capítulo 08 (Revisado)

Maise chegou a Hyden Park menos de quarenta minutos depois de ter saído da delegacia. Ele estava tão furioso que queria esganar alguém. Sua prima, a menina mais doce e gentil que ele conhecia, estava dando uma de detetive particular e ele não gostou nada de saber daquilo.

Maise foi até o galpão decidido a gastar um pouco de energia para liberar a raiva que estava sentindo. Ele passou o restante do dia erguendo as sacas e removendo até a caminhonete para levar para o celeiro. Wallace pareceu saber que ele descobrira sobre a empreitada de Valerie, mas não disse nada e apenas ajudou Maise.

Já passava das dez quando ele começou a se sentir exausto de tanto trabalho, mas olhou feliz quando percebeu que estava enviando a última saca para o lugar provisório. Quando terminou de armazenar tudo no local ele viu uma silhueta esguia saindo do estábulo com um cavalo selado. Ele não precisava pensar muito para saber de quem se tratava!

Valerie montou no animal com uma habilidade incrível e saiu trotando em direção ao riacho. Respirando fundo ele fechou os olhos soltando um grunhido.

— Juro por Deus que irei matá-la se ela estiver se arriscando novamente! – ele resmungou enquanto seguia furioso a passos largos atrás da garota atrevida.

O caminho entre as árvores até o riacho era bastante escuro e Maise teve cuidado para não chamar a atenção. Ele seguiu se esgueirando silenciosamente quando a viu abaixada, atrás da mesma moitas em que estivera mais cedo durante o banho. Ela observava a outra margem do riacho que cortava as propriedades com um celular na mão. Havia, pelo menos, quatro homens caminhando do outro lado, armados e com lampiões nas mãos conduzindo alguns cavalos. Maise não estranhou, porque era muito comum as pessoas conduzirem animais durante a madrugada de uma fazenda até a outra, mas se recordou do que Richard dissera.

Sim, a desgraçada estava fazendo o que ele pensava que ela estava fazendo!

Sem perceber, Maise passou por cima de um monte de galhos secos que estalaram sob seus pés. Ele resmungou baixinho e lentamente foi rodeando a árvore em que estava encostado, quando Valerie percebeu que havia mais alguém ali.

— Quem está aí? – Valerie perguntou com voz sussurrante quando ouviu o barulho de galhos se partindo por algo pesado. Ela sacou a pistola que trazia na cintura, virando-se abruptamente e começou a caminhar em direção ao barulho. A silhueta de um homem bastante alto e forte se formou ao lado de uma das árvores próximas e ela prendeu a respiração. – Apareça ou juro por Deus que atiro! – ela ameaçou contornando a árvore e franziu a testa quando não viu ninguém.

— Malditos esquilos! – ela sussurrou respirando fundo com alívio quando viu dois animais passarem correndo pelos galhos.

Pensando que a sombra que vira, tenha sido apenas sua imaginação, ela colocou a arma no coldre novamente e caminhou de volta até onde estivera escondida. Porém, antes que dar o primeiro passo, uma mão enorme enlaçou sua cintura enquanto a outra tapou sua boca. Assustada, Valerie se debateu tentando se soltar em vão. A pessoa que a segurava era forte demais e a tirou do chão erguendo-a em seus braços.

— Fique calma! Não irei machucá-la – a voz tranquilizadora sussurrou em seu ouvido enquanto ela ofegava. – Sou eu! – Maise disse fazendo com que Valerie parasse de lutar. Ele a soltou quando percebeu que ela já não se debatia mais. Valerie então virou-se para ele e deu um empurrão no peito largo, fazendo com que Maise perdesse o equilíbrio e fosse de encontro com as costas na árvore.

— O que pensa que está fazendo? – ela vociferou enquanto ofegava para recuperar o folego que perdera por causa do susto. – Ficou maluco por acaso? Quase me mata de susto! – Valerie argumentou em voz baixa com a testa franzida.