Valerie resmungou enquanto passava a mão sobre a outra que estava respingada de manteiga quente. Ela choramingou quando colocou a mão sob a água fria e sentiu a pele arder. Indo até um dos armários ela pegou uma pomada contra assaduras e dispôs sobre a pele ferida.
— Isso não teria acontecido, se não estivesse tão distraída! – ralhou consigo mesma com voz sussurrante.
Valerie mal dormira a noite e mal conseguia manter os olhos abertos. As cinco da manhã, quando já estava cansada de rolar na cama, decidiu se levantar. Após ter encontrado Terrence se preparando para ir a cidade comprar alguns itens, Valerie decidiu preparar o desjejum. Ela preparava sua especialidade, ovos com bacon na manteiga, quando um pouco de manteiga quente atingiu sua mão. Valerie estava distraída com a lembrança do beijo que dera em Maise. A parte que a deixou surpresa fora a de como ele correspondera na mesma ânsia e desejo.
Valerie não esperava ter tanta audácia para beijar Maise daquela forma, porque afinal de contas, ele era o Maise, sua paixonite de infância. Mas de uns anos para cá, ela se tornara praticamente uma bomba atômica e Maise a irritara, quando a chamou de menina três vezes, em um curto espaço de tempo. Ela então se sentiu obrigada a mostrar que não era uma menina. Aquilo fora um ato infantil e impulsivo, mas que havia sido tão bom, que Valerie faria novamente se houvesse oportunidade!
Um barulho vindo da porta de entrada na cozinha fez com que ela balançasse a cabeça se concentrando no presente.
— Bom dia, pirralha! – Maise disse de forma debochada entrando no ambiente indo direto até a garrafa de café que estava sobre um aparador. – Onde está Terrence? – ele perguntou segurando uma caneca enquanto olhava em volta.
— Bom dia! - ela respondeu entre os dentes com voz séria. Não abaixaria a guarda nem que sua vida dependesse disso. Se ele a queria provocar, que provocasse. – Ela teve de ir até a cidade e me deixou responsável pelo café da manhã. Ovos com cuspe? – ela perguntou de forma sarcástica virando a frigideira na direção de Maise.
— Claro! Parece delicioso! – ele sorriu pegando sua caneca e indo até a mesa se sentando em uma cadeira.
Valerie bufou se voltando para o fogão. Maise continuava o ser irritante que ele costumava ser quando queria deixá-la com raiva. Ela o olhou de canto de olho e se arrependeu por tê-lo feito. Maise vestia suas calças jeans tradicionais que se agarravam a suas coxas grossas, uma camisa de flanela xadrez sem mangas que marcava seu peito plano e botas. Os cabelos compridos estavam molhados contrastando com sua pele bronzeada fazendo parecer que ele era ainda mais moreno.
Valerie suspirou com a visão da beleza á sua frente e voltou a pegar a panela que dispunha sobre o fogão. Ela levou até a mesa e serviu Maise, que mantinha o sorriso sarcástico em seu rosto.
— Me lembro de como você vivia fugindo da sua casa para tomar café na minha. – ela comentou enchendo o prato com a iguaria. – Você parecia um morto de fome em tempo integral.
Maise soltou uma gargalhada tão profunda que Valerie sentiu um arrepio percorrer sua espinha.
— Você sabe que Tina nunca cozinhou muito bem! – ele lembrou. – Além disso, meu tio fazia waffles maravilhosos, que você aprendeu a fazer muito bem!
Valerie não pode deixar de sorrir com o elogio. Seu pai adotivo havia sido o melhor pai que ela já tivera na vida. Foi ele quem ensinou Valerie a cozinhar, a ajudava com os estudos e o mais importante, a ensinou a atirar com a espingarda que ele usava para caçar. A parte da montaria ficara com o pai de Maise, que além de ensiná-la a montar e a domar um cavalo, também ensinou as técnicas de ordenha.
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Serie Destinos - Livro 03 - Irresistível Atração (Degustação)
ЧиклитQuando mais jovem, Maise deixou sua cidade natal no interior do Alabama em busca de uma nova vida em outra cidade. Seu papel como detetive na unidade de homicídios de Nova York prova ser um desafio monumental. Apesar de apreciar profundamente o trab...