Voltamos para o escritório sem trocar nenhuma palavra e logo minha mesa estava lotada de coisas a fazer.
Tentei me concentrar o máximo que pude, tirei meus saltos, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e comecei orçar as coisas da festa.
Liguei para o senhor Petter para saber se ele precisaria da minha companhia na reunião, ele respondeu que não e desligou na minha cara.
Esperei ele sair e assim que ele saiu pra reunião, fechei a porta da minha sala, coloquei uma musica nos meus fones (está na mídia do capitulo).
Aproveitei o tempo que eu tinha, tirei uma maça da minha bolsa, comecei comer enquanto marcava na minha agenda a visita que faria amanha nos possíveis locais da festa, nos buffets que ia aprovar a comida e fechando com um dos melhores DJs que eu já tinha ouvido falar.
Levantei e comecei organizar as pastas de documentos. Enquanto as guardava no gaveteiro, Sr. Petter entra na minha sala e fica me encarando, como eu estava com os fones, nem ouvi ele chegando na minha sala.
Assim que virei para a porta levei o maior susto e dei um grito, pausei a musica e tirei os fones.
- Pois não, Sr Petter?
- É assim que você se comporta na minha ausência?
- Assim como? Sendo extrovertida enquanto faço meu trabalho?
Sr Petter saiu da minha sala pistola, fechou minha porta com tudo e eu comecei pensar que meu emprego dos sonhos tinha ido para o ralo.
Bom, até ele decidir me mandar embora mesmo, eu tinha algumas horas mas acredito que se eu continuar aqui, vou ter que me policiar pra não ser tão respondona.
Passado alguns minutos, recebi uma ligação do Sr Petter me pedindo para ir para a sua sala. Soltei meus cabelos, coloquei meus saltos de novo e fui para sua sala.
- Como estamos nos preparativos da festa?
- Marquei amanha a visita em dois dos melhores lugares para festa, um inclusive é um rooftop perto do Empire State, vou analisar como podemos fazer caso chova, esse por enquanto é meu favorito. Visitarei alguns buffets e vou fechar com o DJ.
- Ok, irei com você.
- Senhor Petter, amanhã o senhor tem 4 reuniões pelo dia, aproveitei inclusive esse horario para poder ir visitar os lugares.
- Cancele, vou com você.
- Mas...
- Você é surda, mandei cancelar.
Eu abri minha boca querendo retrucar mas engoli seco, mas ele percebeu
- Você tinha alguma coisa pra me falar?
Quando eu ia responder que surda deveria ser a avó dele, uma loira linda, tipo modelo, entrou na sala como um trovão e sentou em seu colo.
- Meu amor, que saudade eu estava de você. - disse a loira
- Alice, tenha modos, não entre aqui se jogando pra mim, estou no trabalho.
Eu dei uma tossidinha
- E você é quem? Pode sair, sua tapada. - disse a loira, sem noção.
- Tapada? Você ta falando comigo? - eu disse revoltada
- Ta vendo mais alguma tapada aqui?
- Eu to olhando diretamente pra ela
Sr Petter nesse momento segurou a risada e só me olhou e disse:
- Megan, dispensada por hoje.
- É senhorita Jones. Obrigada.
E sai da sala dele nervosíssima da vida. Eu posso até ser demitida mas eu não sou obrigada a aceitar esse tipo de tratamento.
Fui pra minha sala e comecei arrumar minhas coisas, mesmo tendo sido dispensada, ainda tinha algumas coisas para resolver. Essa festa estava me atormentando a cabeça, e se é para Megan Jones fazer uma festa, ela vai ser a mais perfeita de todas.
Tirei novamente meus sapatos, amarrei meu cabelo com um rabo de cavalo no alto e comecei a desenhar a planta baixa do rooftop que tinha gostado, fiz algumas alterações de como poderiamos fazer caso chovesse, fiz um esboço da decoração.
Quando vi, já tinham se passado 2 horas desde que tinha sido dispensada. Todos do escritório já tinham ido, menos meu chefe.
Resolvi não passar na sala dele, porque eu ainda não sabia se a Alice, a loira sem noção, já tinha saído de lá e eu não queria atrapalhar nada, né?
Peguei minhas coisas, calcei meus sapatos e soltei meu cabelo, desci até o subsolo e fui para o estacionamento, liguei meu carro e quando dei partida, ele simplesmente morreu....
Fiquei ainda na tentativa de ligar ele por mais MEIA HORA, porque eu não queria ter que deixar ali o meu xodó e pegar um taxi.
- Você não percebeu que essa lata velha não vai ligar?
- Olha como fala do meu carro, ele é muito sentimental.
- Certo, quer carona? - disse muito sério
- Não, obrigada, vou tentar mais um pouco aqui...
- Ele não vai ligar, vamos, vou te levar pra casa...
Resolvi ignorar e tentar ligar ele de novo, mas foi em vão.
- Megan, ou melhor, Srta. Jones, eu não vou falar de novo.
- Tá bom, vou aceitar a sua gentileza.... Não é sempre que você é gentil mesmo - disse baixinho
- O que a srta. disse?
- Hã? Nada não.
Ele me olhou de canto de olho e fomos caminhando até o carro dele, uma BMW linda, branca... Um sonho.
Entramos no carro, falei pra ele me endereço e fui em silencio grande parte do caminho. Chegando em casa ele resolveu puxar assunto comigo.
- Desculpe hoje pela Alice, ela é meio...
- Grossa e sem noção?
Ele forçou um sorriso
- Eu tô acostumada com esse tipo de gente daqui...
- Você não é daqui né?
- Não, sou de Salisbury, a melhor cidade do mundo.
- E por que veio pra cá?
Quando vi, estávamos na porta de casa há longos 15 minutos onde eu já tinha contado toda a minha vida pra ele, o porquê de ter vindo pra cá, sobre minha família, minha melhor amiga, sobre meus sonhos...
- Desculpa Sr. Petter, eu não sei porque eu te contei tudo isso.
E pela primeira vez, Sr. Petter sorriu pra mim e ele conseguia ser mais lindo ainda sorrindo.
- Eu gostei de saber..
Eu agradeci a carona e desci do carro.
- Srta Jones?
- Sim?
- Amanhã meu motorista vem te buscar as 08h para irmos visitar as locações para festa, sem atrasos por favor.
- Eu posso pegar um táxi e não tem necessidade do senhor ir.
- Boa noite senhorita Jones, ás 8h.
E saiu me deixando plantada lá.
Fui para meu apartamento pensando em tudo aquilo, em como ele é grosso mas ao mesmo tempo gentil e em como ele é lindo... E em como EU TENHO QUE PARAR DE PENSAR NO MEU CHEFE.
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Nosso estranho amor
RomansAgora fazia uma semana que eu tinha saido da cidadezinha no sul da Inglaterra que eu vivia com a minha família e me mudado pra cidade dos sonhos: Nova York, eu só queria arranjar um emprego nesse lugar maluco onde eu me enfiei. Tinha acabado a facu...