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Será o destino?
Assim que entrei pela porta, percebi que Cassie já me aguardava, então não demonstrei espanto quando me arrastou pelo braço, no fundo sabia que tudo fazia parte de um plano maluco para que eu socializasse com seus amigos (O tipo de socialização: "Vou pôr minha língua na sua boca").Todos estavam aglomerados na espaçosa sala amarela com móveis perfeitos muitos deles só havia visto em filmes, então percebi que Cassie tinha muito mais dinheiro que eu, na verdade já devia ter desconfiado ao ver aquela residência enorme com portas e janelas de vidro e telhado rústico de madeira.
_Nem acredito que está aqui!_ Berrou Cassie enquanto corria para a mesa de ponche.
Bom, eu também não acreditava que estava em uma festa, com todas aquelas pessoas, e mais surpreendente ainda OMG MINHA AMIGA ERA POPULAR, aquilo fez minha mente gira em torno de pensamentos apreensivos como : "Tudo isso pode ser uma brincadeira da qual não irei gostar, pois posso ser a atração principal". Podia ser uma bobagem ,mas, o mundo não é receptivo com os estranhos.
Resolvi me afastar, dirigir-me até um puff laranja em formato de coração e sentei-me. Fiquei por algum tempo observando as pessoas que dançavam( Se é que podia chamar aquilo de dança, pois na minha concepção parecia muito mais uma convulsão), por um instante olhei para mim mesma e notei que parecia uma intrusa, definitivamente eu não pertencia aquele lugar, e meu humor começou oscilar entre muito pouco até zero(Mas, isso acontecia o tempo todo).
Por isso, achei melhor sair e tomar ar puro, fui até a varanda que estava bastante escura, senti um calafrio me envolver, logo os pelos dos meus braços estavam eriçados, instintivamente olhei para trás, havia uma silhueta escondida no canto mais escuro que abrigava uma pequena árvore plantada em um recipiente metálico cilíndrico, caminhei em sua direção, meu coração acelerava a cada passo, porém quando me aproximei não havia ninguém, devia ser somente minha imaginação. Todavia, o som de uma voz grave fez com que percebesse que realmente não estava sozinha...
_Por que está aqui?_ Disse a tal voz, percebi que o som vinha das minhas costas, então virei e "omg" era o "garoto idiota"( Foi assim que resolvi chamá-lo, um nome bem sugestivo).
_ Quem é você? E por que está fazendo isso comigo? Eu te devo dinheiro?_ (Bom, isso foi a coisa mais idiota que já disse, entretanto, aquilo já estava me assustando, talvez ele fosse neto daquele tiozinho, de quem roubei uma rosquinha em sua lanchonete na quarta série).
_ Fique calma! Apenas quero conversar._ Disse ele, com um tom mais amigável que das outras vezes(Isso, não me deixou calma, sabe, os maníacos sempre mudam de estratégia para atraí a vítima)._Meu nome é Arthur Christ._ Completou.
Ele se aproximou, Omg, ele era muito mais bonito quando visto assim tão perto, seus olhos eram tão negros quando uma noite em meio a um blackout, porém em sua íris havia uma pequena macha verde, ("Nossa! Que sexy", pensei).
_O que? Você quer conver..._ Minha voz falhou, ora, esse cara passou de todos limites, ele devia ser portador de algum transtorno, portanto, o melhor seria manter a educação.
_Olhe, assumo me excedi aquele dia, agi feito um idiota._ Falou, enquanto sorria (Bom, não devia acreditar naquelas palavras bonitas , e não estava acreditando somente porque ele era "INCRIVELMENTE LINDO", mas sim, porque todos merecem uma segunda chance)._ Só queria pedir desculpas..._ Finalizou, encantadoramente.
MAS,ESPERA!
Então, ele achava que poderia resolver as coisas assim? Bastava um belo sorriso e as palavras sumiriam da minha mente? Era muita loucura!!...
_ Não sei o que dizer._ Dei de ombros, e não sabia mesmo.
_Faça o que achar melhor, Aurora._ Ele saiu, como sempre fazia, depois de alguns segundos não consegui mais encontrá-lo, tinha tantas perguntas e o máximo que consegui dizer foi "Não sei o que dizer"... ("MERDA", pensei).
Saí da festa por volta das onze e meia, sem me despedir, na verdade não lembrei de fazer, estava tão absorta em meus pensamentos...e tão assustada, foi praticamente instintivo pegar a moto que minha mãe havia me emprestado e fugir, dirigi na maior velocidade possível, a moto vermelha se assemelhava a uma mancha na estrada, não via a hora de chegar em casa, tudo aquilo era bizarro demais, aquele garoto devia ser bipolar, ou algo do tipo.
Finalmente, cheguei em casa, estacionei a moto na garagem e fui em direção ao meu quarto. Tomei um banho quente, no banheiro pequeno que costumava ser meu refúgio, o local era muito apertado, suas paredes tinham tom azul ciano e o box de vidro estava embaçado, o que permitia que eu escrevesse meu nome inúmeras vezes no vapor d'agua que condensava em suas laterais. Aproximadamente uma hora depois estava deitada em minha cama, vestia uma camiseta gigante e uma calça de moletom, tudo em tom amarelo gema (Com essas palavras acredito que você pôde perceber o quanto me visto mal).
O sono demorou a chegar, minha mente estava tão confusa, eram tantas perguntas, "Por que ele havia me tratado tão mal?" , "Por que ele foi pedir desculpas?", "O que o fez mudar de ideia?", (Na real, não que eu seja uma pessoa medrosa , mas acredito que existem muitos "Por quês" em torno desse garoto delicioso).
Naquela noite tive um sonho, começou comigo em uma grande floresta, a sensação de medo me dominava ,meu cérebro parecia congelado, alguém parecia me perseguir , comecei a correr o mais rápido que pude, minhas pernas estavam dormentes, não conseguia sair do lugar , o perseguidor se aproximava, olhei para o meu corpo estava usando um lindo vestido azul, era longo e seu corte lembrava uma flor copo de leite, ele flutuava graciosamente, num piscar de olhos havia uma silhueta em minha frente, oh não, não podia ser... era Arthur. Ele parecia assustado, porém seu rosto continuava lindo, seus cabelos dançavam em meio ao vento, "Omg, como ele era sexy" .
Acordei, o fôlego começando a voltar pouco a pouco, coloquei as mãos sobre o peito como se quisesse assegurar que tudo não passou de um sonho, um sonho louco, sabia que aquela fumaça na casa de Cassie não era boa coisa, olhei em direção a minha escrivaninha e vir algo diferente, levantei-me e fui verificar , ao chegar vislumbrei as pétalas de uma flor, uma simples e inocente flor, uma orquídea ( Que no caso era minha preferida), mas algo me ocorreu, "Como ela havia parado bem ali no meu quarto?", não lembrava de tê-la visto antes , devia fazer uma analise sobre o tal fato desconhecido, todavia, meus neurônios se negavam a fazer seu trabalho, meu ímpeto foi ir para a cama e voltar a dormir.
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361° As Faces De Aurora
RomanceVocê já olhou para o céu e percebeu a sua insignificância hoje? Eu sim. É estranhamente inquietante saber que sou apenas um ponto em vasto e desconhecido universo. E se eu for apenas uma bactéria, o universo um corpo e a terra não passar de uma...