Conectados.com

CAPÍTULO DEZESSEIS

- Ginger? Querida... Você não pode ficar presa nesse quarto para sempre – Trenton bateu na porta mais uma vez, ele e o pai da garota não haviam conseguido pegar no sono, passando assim a noite inteira na porta da garota – Seu celular não para de vibrar, Steve está preocupado... Assim como Abigail, Matthew, Nichole e Benjamin.

- Eu só quero ficar sozinha – o furacão ruivo soluçava de tanto que chorou, tinha passado a madrugada inteira em lágrimas.

- Você ficou sozinha, filha... A noite inteira, estamos preocupados – Richard encostou a mão na porta e suspirou cansado – Você deveria estar feliz, sábado veremos Abigail... Não está animada?

- Ela não precisa mais de mim – a garota abraçou os joelhos com toda força que podia, Ginger só queria ter o poder de tirar a alma do corpo e vagar por ai – Ela está feliz com ou sem uma garota ruiva que chora por idiotices.

- Venha comer alguma coisa, querida – o padrasto tentou mais uma vez – Já passou o horário do almoço.

- Por que ninguém entende que eu só quero ficar sozinha?

A janela do quarto emitiu um barulho e ao olha-la Ginger quase morreu do coração. Lá estava Steve, em cima do telhado e batendo na janela da ruiva.

- Vocês mandaram o Steve subir em nosso telhado só para me resgatar? – a garota perguntou para os pais nervosamente.

- Você não nos deu outra opção, além de que estamos muito velhos para nos aventurarmos assim – seu pai reclamou.

Steve bateu mais uma vez na janela da garota, seus olhos demonstravam preocupação e medo, preocupação com ela e medo de se arrebentar todo se tomasse uma queda.

- Ginger, se você gosta um pouco de mim, abra essa janela antes que eu morra – Steve gritou enquanto tentava se segurar em vários lugares.

O furacão ruivo sem muita opção levantou de sua estadia no chão e abriu a janela, permitindo a entrada do rapaz de olhos encantadores.

- Quero deixar bem claro que só abri porque você morreria se continuasse ali – e depois de tais palavras a garota se jogou na cama, enterrou o rosto no travesseiro e abraçou a sua coberta de pelos.

- Obrigado pela consideração – Steve resmungou e sentou ao lado do corpo imóvel da ruiva – O que aconteceu, ruiva? Você surtou...

- Eu surtei? – Ginger levantou na hora e encarou Steve com fúria lembrando-se de todas as vezes que os idiotas da escola a chamaram de surtada – Bom, parabéns! Me conheceu de verdade agora, eu surto o tempo todo, sou a pessoa mais instável que eu já conheci ou que todo mundo vai conhecer. Mas se isso for demais para você tem uma porta, ou janela, e você tem toda a liberdade para ir embora!

Ginger teria continuado o seu discurso "Saia da minha vida se não consegue lidar com minhas crises!", mas Steve não deixou que ela terminasse. Tinha puxado o rosto da garota e a beijado.

- Não quero ir embora! Você pode tentar parar de me jogar para fora toda vez que consigo entrar um pouco mais em sua cabeça? – ele acariciou as bochechas de porcelana do furacão ruivo.

Ginger percebeu que estava sem respirar direito desde as mensagens de ontem a noite, mas nunca sentiu tanto oxigênio adentrando seu pulmão desde que Steve aparecera naquela janela. Não pensando muito a garota o abraçou, seus olhos estavam fechados e ela se deliciava com o cheiro de balinhas de morango e menta em todo lugar. Aquele havia se tornado o seu cheiro favorito.

- Você não sai da minha cabeça, penso em você o tempo todo... Não consigo te jogar para fora – a ruiva sussurrou enquanto sentia a macies do cabelo escuro de Steve roçando em seus pulsos – Você foi mais forte do que tudo e todos, eu só não consigo entender.