Capítulo 37

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Eram cinco e quarenta da manhã, eu levantei tomei um banho, me arrumei, e arrumei meu cabelo, quando terminei tudo já eram seis e vinte, peguei minha bolsa e minhas chaves, dei um beijo na testa da minha filha e falei:
- Mamãe te ama!
Sai do quarto apaguei a luz, e fechei a porta, desci lá pra baixo, está tudo apagado, peguei as chaves e fui, andando pela rua, parei em uma loja que na frente dizia que estava precisando de funcionários, mas me decepcionei, eles precisavam de currículo, mas eu não tinha nenhum ali, voltei a procura andei por mais 3 locais, mas um não queria mulher, outro por que eu não tinha experiência, e o outro por que eu era nova.. Não desanimei, continuei a andar, até que vi na frente de uma cafeteria, uma placa escrito " Precisa-se de garçonete urgente", entrei, só que eu não estava com muita esperança, assim que entrei falei:
- Olá!
- Olá, oque vai querer? - Disse uma moça passando um pano no balcão.
- Nada não.. Obrigada, eu vim por causa da placa que está ali na frente.. - Falei.
- Ah, Ok, venha, vou te levar até a gerente. - Falou a moça levantando uma porta ao lado.
Não era uma porta era tipo uma tábua que complementava o balcão...
Estava esperando em uma sala, e então entrou uma moça bem arrumada, cabelos platinado e lisos, olhos pretos, e bem arrumada.
- Olá, pelo que Gisele me falou você veio por causa da vaga né? - Falou a moça.
- A, Sim sim. - Falei.
- Então, quanto tempo de experiência você tem? - Falou a moça sentando em uma cadeira na minha frente.
- Na verdade.. Eu nunca trabalhei, meu primeiro emprego. - Eu falei.
- Ótimo! Por que você veio procurar essa vaga?
- Sou ágil, Sei me virar em situações complicadas, e também tenho uma filha de 2 anos pra criar.. - Falei.
- Nossa! Ok, a vaga é sua, me de seus documentos que estão com você, o número de telefone e esteja amanhã aqui as 10:00 da manhã. - Falou ela esticando a mão.
- Ok, até amanhã então. - Apertei a sua mão.
Sai de lá quase pulando de alegria, voltei pra casa, e minha mãe estava no sofá com minha filha assistindo, ela estava mamando mamadeira, cheguei de fininho e então falei:
- Mãe.
- Oi! - ela virou assutada.
- Notícias. - Falei sentando no sofá.
- Pode falar.. - Disse ela se virando pra mim.
- Então...
Minha mãe me interrompeu falando:
- Filha antes que você fale, olha se você não conseguiu, não se preocupe, nossa renda é o bastante para nos sustentar-mos..
Eu ri e disse:
- Para com isso, eu consegui a vaga!!
- Nossa! Que maravilha! - Falou minha mãe sorrindo.
- Mas tem um problema... - disse.
- Qual filha?
- Não tenho com quem deixar Júlia! - Falei.
- Não se preocupe, estou afastada da empresa! - disse minha mãe.
- Oque? Por que? - Falei.
- Estava sentindo umas dores na mão, então resolveram me afastar.
- Ata, menos mal, mas a dor já passou?
- Estou controlando ela, com antibióticos.
Levantei do sofá e fui pegar minha filha, peguei ela no colo dei um forte abraço, e beijei a bochega dela, e falei:
- Quem quer brincar?
- Eu quero mama!
- Busque seus brinquedos e traga pra mim, e nos vamos brincar a tarde toda.
- Ok mama.
Então ela foi subindo as escadas, até que ela pisa em uma meia jogada na escada e caí, ela saiu rolando, subi correndo, não vi chão, parecia que eu voei, peguei ela no colo, e a boca dela estava sangrando, fui levantar ela, e ela começou a chorar, peguei no braço dela e ela chorou ainda mais, então minha mãe falou:
- Leva pro hospital!
- vai buscar o carro!
Ela então correu pegou a chaves e foi pegar o carro, enquanto ela ia eu aproveitava pra acalmar Júlia, mas não adiantava.
- Tá doendo muito mama!!
- Calma filha, calma! A vovó já vem pra levar você pro hospital, calma!
- Mama, eles vão judiar de mim?
- Espero que não... Espero que não..
- Eu quero meu papai!! - Disse Júlia chorando alto.
Fiquei calada, não falei nada, e Júlia continuava chorando, mas com menos de cinco minutos eu ouço a buzina da carro da minha mãe lá fora, fui correndo com Júlia nos braços, entrei no carro, e minha mãe acelerou o carro, estava a mais de 80 km, mais ainda chegamos com 15 minutos no hospital, entramos na emergência, fizemos um Raio X nos braços de Júlia, e limparam a sua boca, até que o médico me chamou na sala, e falou:
- Senhora Luana?
- Senhorita por favor! - falei.
- Ok, me desculpe, já vi os exames e sei oque sua filha tem.. - falou ele olhando alguns papeis.
- Oque houve? - falei encarando ele com um olhar ansioso.
- Ela quebrou a Clavícula.. - disse ele me entregando uma lista. - Ai está os remédios que você deverá comprar. - continuou ele.
- Ok doutor. - Falei me levantando da cadeira e saindo da sala.
- Boa tarde Luana. - disse o doutor.
- Boa tarde. Eu falei.
Sai da sala do doutor e me deparo com Felipe com Júlia no colo.
- Oque você está fazendo aqui?!?! - Falei encarando Felipe com um olhar serrado de raiva.
- Eu vim fazer companhia pra vocês. - Disse Felipe.
- Quem te falou que estávamos aqui... Esquece já sei quem foi, né dona Helena! - Falei brava.
- Desculpa filha.. - falou minha mãe.
- Some daqui Felipe!! - Gritei com ele.
- Não vou! Ela também é minha filha, você não vai me tirar daqui! - disse ele colocando Júlia no colo da minha mãe.
- Vou tirar você direto pro IML! - Falei.
Minha mãe se levanta e fala:
- Vou ali dar alguma coisa pra Júlia comer, que vocês se matem ai!
Ela saiu então Felipe falou:
Vamos lá pra aquele lado, assim não vai ficar um escândalo bem aqui que está cheio de gente, pelo menos lá não tem ninguém.

Arg!! Ele me irrita mas mesmo assim fui, afinal não iria passar de barraqueira gritando lá no meio daquele monte de gente, chegamos ele falou:
- Agora pode gritar.
Me subiu a raiva até o cérebro, então comecei a bater nele, dando murro em seu peitoral.
- A baixinha aqui tá com raiva é? - Disse Felipe rindo.
- Você me estressa sabia? - falei.
- Mas antes te acalmava né? - falou Felipe.
- Ainda bem que você falou, que era antes, por quem vive de passado é museu, eu espero é o futuro, dane-se o passado. - falei revirando os olhos.
- Ui ui, virou poeta agora? - disse Felipe zombando.
Fiquei calada e cruzei os braços, Felipe apoiou seu dedão Sob meu queixo e passou a lateral de seu dedo indicador na minha boca e disse:
- Admite, você sente minha falta.
- Se eu sentisse falta de lixo como você, eu pulava na lixeira querido. - falei fechando os olhos.
Então ele me abraçou e me beijou, não durou nem 2 segundos e eu o empurrei.
- Sai daqui seu monstro!
- Monstro eu sou na cama, aqui agora eu sou galã. - ele deu um sorriso de lado.
Revirei os olhos e fui saindo, então Felipe puxou meu braço fazendo eu voltar rodando até ele, colocou a mão no cós da minha calça e me beijou, me desgrudei dele, dei um tapa forte na cara dele e falei:
- Sai daqui seu lixo!
Cuspi no chão e sai, ele ficou lá, voltei pra o mesmo canto e a moça da recepção disse que minha mãe estava na sala de gesos, então fui até lá, chegando lá Júlia estava nos berros.
- Mama, não deixa ele fazer isso!
- oque?
- ele quer puxar meu braço mama, não deixa! - ela falou soluçando de tanto chorar.
Então eu coloquei a mão atrás da cabeça dela e abracei em meu peito, então o médico puxou o braço dela, ele deu um estralo, e ela começou a chorar novamente, o doutor colocou o geso e ela ficava reclamando por que não podia mexer o braço, comprei os remédios e fomos embora, dps daquele tapa, Felipe não falou comigo, ficamos distantes um do outro o tempo todo..

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