Um dia após a dor!

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Fiquei com medo de repente, e mais de depende ainda me apavorei. Eu já estava destruída de todas as formas e não fazia ideia de quem poderia ser aquela mensagem, poderia ser qualquer pessoa, mas ele parecia me conhecer... E onde ele arrumou meu número?
-Eu não sei o que fazer. - Choro enquanto entro no banheiro e me olho no espelho.

Tiro a roupa e entro do chuveiro com intenção de não só lavar o meu corpo, mas de limpar minha alma daquela dor. Me sentia suja, então me esfregava várias e várias vezes... Sentia ódio, desprezo e não sabia por que alguém faria aquilo comigo.
Estava um dia frio, tudo cinza assim como meus pensamentos. Vesti roupas que cobrisse todo o meu corpo, estava fraca, então me deitei na cama e tentei dormir. Cada vez que eu fechava os olhos era um pesadelo. O toque violento, a risada de puro mal não ia embora e o sentimento de nojo permanecia.

Minutos depois...

- Oi filha. Como você está ? - Minha mãe fala enquanto estrada em meu quarto.

Eu não sei o que e nem como responder, viro o rosto de lado e fico olhando pro nada.

- Ella fala comigo! O que está acontecendo ? - Ela senta ao meu lado na cama.
- Eu só quero ficar aqui no meu cantinho mãe. - Respiro fundo enquanto uma lágrima escorre pelo meu rosto.
- Tudo bem meu amor. Vou deixar você em paz. Eu vi que você não tomou café, então vou preparar algo para você comer. - Ela sai do meu quarto.

Eu não posso contar pra ela, ela não entenderia e também seria muito arriscado. Prefiro que ninguém mais saiba do que aconteceu.

Fico olhando o céu cinza pela janela. Tentando não pensar e talvez tirar algo bom daquilo que via. Algum tempo depois, minha mãe volta com uma bandeja com almoço e uma tigela de salada de frutas.

- Licença meu amor. - A porta estava aberta e ela entrou e colocou a bandeja na cama. - Tem visita pra você... - Diz e Clara entra. - Vou deixar vocês a sós. - Continua e sai...

- Oi Ella. Como você está? - Ela fica me olhando enquanto eu contemplo o céu e finjo não estar escutando, então ela continua. - Eu sei que você não está bem, então não precisa se fazer de durona pra mim.
- ...
- O novato do segundo ano perguntou por você hoje na escola, ele estava te procurando e parecia preocupado. - Ela senta na minha cama e continua falando, mesmo sem nenhuma resposta minha.
- ...
- Ele pediu pra que eu te entregasse isso. - Colocou um papel dobrado ao meu lado e levantou-se...
- Espera... Me desculpa.
- Ella, você não precisa pedir desculpas. Todos nós estamos muito abalados com tudo o que está acontecendo. - Ela volta e me abraça.
- Por favor não vá embora, fica aqui comigo. Eu acho que preciso de companhia.

Clara não perguntou mais nada, sabia que eu falaria se podesse. Passou a tarde comigo me contando das novidades da escola. Eu só ouvia, mas não assimilava nada. Ela passou a tarde comigo, me fez comer a salada de frutas e depois foi pra casa.

Mensagem on...

Eu: Oi Thales. Sou eu, Isabella.

Thales: Oi. Tudo bem ? Como você está ?

Eu: Não sei... :(
       Mas eu quero te pedir uma coisa.

Thales: Pode falar. Quer que eu passe aí ?

Eu: Quero que você retire a queixa.

Thales: Como assim ? Eu não posso fazer isso! A polícia precisa achar quem fez isso com você.

Eu: Por favor! Eu só quero esquecer o que aconteceu. Me promete que mais ninguém vai saber sobre isso ?

Thales: Tudo bem...
               Já que é assim que você quer... Mas saiba que qualquer coisa que acontecer a polícia vai ficar sabendo e todos que precisam também.

Eu: Tudo bem.

Mensagem off...

- Oi filha. - Minha mãe entra do quarto com alguns remédios que o médico havia passado e com um lanche pra mim.
- Oi Mãe. Eu não quero comer nada.
- Não quer, mas vai! Nem que seja só um pouquinho. - Ela faz uma cara de quem não vai sair dali se eu não comer.
- Tudo bem... Só um pouco do suco. - Tomo meus remédios como suco e me deito novamente.
- Filha. - Minha mãe senta-se do meu lado e continua. - Eu tô muito preocupada com você. Mas você não quer falar comigo, então marquei um psicólogo para você.
- Você ta achando que eu tô ficando louca mãe ? - Falei com a voz chateada.
- Não filha. Só não quero que você guarde todo esse sentimento pra você e acaba ficando doente.
- Apenas virei pro outro lado.

Ela saiu do meu quarto, eu tomei um banho e voltei pra cama. Não senti vontade de sair do quarto. Fiquei só olhando pro teto, até que...

Incertezas da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora