Capítulo vinte e três.

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Victor não conseguia se concentrar na reunião, sabia que era importante para sua empresa mas não conseguia se manter concentrado, a única coisa que conseguia pensar era em Renata.
Quando chegou ao escritório ontem a encontrou desacordada em sua sala, viu manchas de sangue pelo local e aquilo lhe deixou com o coração na mão.

No começo pensou que ela pudesse estar ferida mas depois viu que ela não tinha nem um arranhão se quer.

- De onde este sangue então. - perguntou ele a si mesmo.

Ele levantou ela em seus braços e a levou para um hospital, chegando lá ela acordou e meio inconsciente ainda, chamou pela mãe.

- Mamãe, mamãe. - dizia ela.

- Calma meu amor estou aqui. - Victor respondia.

Ele sabia da história de seus pais e como sua mãe foi morta brutalmente pelo pai, mas não entendia por que ela estava chamando pela mãe agora.

Quando o médico retornou ao quarto para colher amostras de sangue, Victor teve medo que ela desmaiasse novamente, porém ela apenas permaneceu com os olhos fixos e perdidos, parecia que estava em transe.

- O senhor sabe se a senhorita tem hematofobia? - perguntou o médico.

- Desconheço isso doutor...

Antes que pudesse terminar a frase Renata disse com lágrimas nos olhos.

- Não, eu só não gosto de sangue mesmo. Desde a morte da minha mãe.

- Entendo. - o médico disse isso e começou a colher as amostras para exames junto com a enfermeira.

- Doutor porque está tirando meu sangue? Foi apenas um desmaio. - Renata perguntou confusa.

- Vamos fazer alguns exames de rotina, já que está aqui vamos aproveitar.

Na verdade o médico tinha perguntado a Victor se havia a chance de Renata estar grávida e como ele não soube responder então o médico resolveu fazer um exame para ter certeza.

- Victor está de acordo? - a voz de Rodolfo soou grave.

- Desculpa estava distraído, eu preciso sair continuem sem mim por favor.

Victor se levantou e saiu da sala estava angustiado desde a noite passada e precisava descobrir, quem fez aquilo a Renata. Pegou seu iPhone e procurou um número em sua agenda, depois de dois toques uma voz rouca atendeu dizendo.

- Victor a quanto tempo.

- Me encontre daqui a meia hora no Buffet Da Mama. - disse ele e desligou.

Foi para sua sala pegou as chaves de sua Ferrari e foi ao restaurante. Ele já estava servido de sua dose de uísque quando um homem alto e magro com semblante sério sentou na sua frente.

- Sabe, cobro mais caro quando tenho que vir em cima da hora. - disse o homem com um sorriso se formando e seus lábios.

Robson era um espião aposentado que foi treinado pela CIA, atualmente estava aposentado e retornou ao Brasil após perder a audição do ouvido esquerdo, quando uma bomba explodiu perto de seu corpo, para CIA ele não era mais competente o suficiente, mas para quem precisava de um detetive ele era o homem perfeito. Tinha contatos e habilidades para descobrir o que quisesse.

- Robson meu amigo, sabe que dinheiro não é problema. Como vai?

- Estou bem. Mas me diga o que aconteceu que precisa dos meus serviços, afinal do que precisa?

- Minha namorada sofreu uma espécie de atentado quero que descubra quem foi e porque.

- Atentado? Interessante. Mas o alvo era mesmo ela? Onde foi o suposto atentado?

- Na minha empresa. Você pode ir até lá mais tarde. Isso estava lá quando cheguei ontem. - Victor disse tirando o desenho do bolso envolto em um lenço de linho branco.

- Ora ora sangue, suponho que seja da sua namorada?

- Não ela não saiu com nenhum arranhão sequer, apenas uma dor de cabeça depois de acordar de um desmaio, provocado por este sangue que eu não sei de quem é.

- Mas se foi apenas isso, precisa mesmo investigar? Digo isso por que não me parece nada sério e...

- Alguém tentou machuca-la e temo que possa tentar algo mais grave, quero que descubra quem foi o mais rápido possível, apenas faça, e guarde suas opiniões para si mesmo. Ela é minha namorada e é meu dever protegê-la se não puder me ajudar pagarei outra pessoa.- Victor disse isso interrompendo Robson.

- Guardarei minhas opiniões para mim mesmo daqui para frente. O que mais eu preciso saber? Precisarei fazer uma visita a sua empresa.

- Você pode ir hoje à noite lá, vou estar te esperando.

- Ótimo. Já fez os pedidos, estou morrendo de fome.

Os dois homens continuaram sua conversa como velhos amigos que eram, almoçaram juntos e atraíram a atenção de várias mulheres que estavam almoçando no local.

Depois do almoço Victor foi para casa ficar com Renata, estava preocupado com ela e queria ficar ao seu lado e sentir seu perfume de rosas, para depois voltar a empresa. Quando chegou em casa ela estava na sala assistindo um filme e comendo pipoca, ficou surpreso ao ver Flavia com ela.

- Oi Victor, tudo bem? - disse a amiga com um sorriso.

- Tudo bem e você. - ele respondeu dando um beijo na testa de Renata e se aconchegando ao seu lado.

- Estou bem.

- Flavia veio ver como eu estava e me trouxe mais um desenho do vestido, este eu deixarei seguro aqui em casa. - Renata falou se aninhando aos braços de Victor.

- Isto não é um desenho é um croqui, e é bom mesmo que o guarde em um lugar seguro. - Flavia cruzou os braços e fez cara de quem estava falando muito sério.

Victor apenas sorriu e sentiu grato por Renata não ficar sozinha o restante da tarde, queria muito ficar ali com ela mas Rodolfo teria que sair e ele já havia deixado o amigo em apuros quando saiu da reunião correndo. Assistiram mais um pouco de televisão, onde Victor sentiu uma inusitada onda de prazer ao ver que elas estavam assistindo a desenhos animados invés de um filme como ele havia pensado, quando a campainha tocou Victor se levantou e foi abrir a porta.

Assim que abriu percebeu o que estava prestes a acontecer, Melissa estava com uma sacola de supermercado com sorvete e refrigerante.

- O que você está fazendo aqui? - disse ela com a cara de espanto sem ao menos lhe dar oi.

- Bom essa ainda é a minha casa. - respondeu em um tom divertido.

- Ah claro quase que eu me esqueço.

Ela se encaminhou para a cozinha rindo e as amigas logo se levantaram e foram ver as sacolas que Melissa trazia.

- Bom meninas acho que está é minha deixa. Vou voltar ao trabalho. Divirtam-se.

Ele pegou seu paletó as chaves da Ferrari beijou Renata e foi ao elevador, enquanto esperava pelo elevador sentiu os braços de Renata em volta da sua cintura, o seu rosto estava colada na suas costas.

- Obrigada. Eu te amo.

Ele escutou a voz dela baixinho e virou, segurou em seu rosto e o ergueu.

- Obrigado pelo que? Não fiz nada.

- Fez sim você se preocupou comigo.

- Eu te amo. Sempre vou me preocupar com você.

Lhe deu um beijo em sua boca e entrou no elevador que havia chegado.




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