Victor não conseguia se concentrar na reunião, sabia que era importante para sua empresa mas não conseguia se manter concentrado, a única coisa que conseguia pensar era em Renata.
Quando chegou ao escritório ontem a encontrou desacordada em sua sala, viu manchas de sangue pelo local e aquilo lhe deixou com o coração na mão.No começo pensou que ela pudesse estar ferida mas depois viu que ela não tinha nem um arranhão se quer.
- De onde este sangue então. - perguntou ele a si mesmo.
Ele levantou ela em seus braços e a levou para um hospital, chegando lá ela acordou e meio inconsciente ainda, chamou pela mãe.
- Mamãe, mamãe. - dizia ela.
- Calma meu amor estou aqui. - Victor respondia.
Ele sabia da história de seus pais e como sua mãe foi morta brutalmente pelo pai, mas não entendia por que ela estava chamando pela mãe agora.
Quando o médico retornou ao quarto para colher amostras de sangue, Victor teve medo que ela desmaiasse novamente, porém ela apenas permaneceu com os olhos fixos e perdidos, parecia que estava em transe.
- O senhor sabe se a senhorita tem hematofobia? - perguntou o médico.
- Desconheço isso doutor...
Antes que pudesse terminar a frase Renata disse com lágrimas nos olhos.
- Não, eu só não gosto de sangue mesmo. Desde a morte da minha mãe.
- Entendo. - o médico disse isso e começou a colher as amostras para exames junto com a enfermeira.
- Doutor porque está tirando meu sangue? Foi apenas um desmaio. - Renata perguntou confusa.
- Vamos fazer alguns exames de rotina, já que está aqui vamos aproveitar.
Na verdade o médico tinha perguntado a Victor se havia a chance de Renata estar grávida e como ele não soube responder então o médico resolveu fazer um exame para ter certeza.
- Victor está de acordo? - a voz de Rodolfo soou grave.
- Desculpa estava distraído, eu preciso sair continuem sem mim por favor.
Victor se levantou e saiu da sala estava angustiado desde a noite passada e precisava descobrir, quem fez aquilo a Renata. Pegou seu iPhone e procurou um número em sua agenda, depois de dois toques uma voz rouca atendeu dizendo.
- Victor a quanto tempo.
- Me encontre daqui a meia hora no Buffet Da Mama. - disse ele e desligou.
Foi para sua sala pegou as chaves de sua Ferrari e foi ao restaurante. Ele já estava servido de sua dose de uísque quando um homem alto e magro com semblante sério sentou na sua frente.
- Sabe, cobro mais caro quando tenho que vir em cima da hora. - disse o homem com um sorriso se formando e seus lábios.
Robson era um espião aposentado que foi treinado pela CIA, atualmente estava aposentado e retornou ao Brasil após perder a audição do ouvido esquerdo, quando uma bomba explodiu perto de seu corpo, para CIA ele não era mais competente o suficiente, mas para quem precisava de um detetive ele era o homem perfeito. Tinha contatos e habilidades para descobrir o que quisesse.
- Robson meu amigo, sabe que dinheiro não é problema. Como vai?
- Estou bem. Mas me diga o que aconteceu que precisa dos meus serviços, afinal do que precisa?
- Minha namorada sofreu uma espécie de atentado quero que descubra quem foi e porque.
- Atentado? Interessante. Mas o alvo era mesmo ela? Onde foi o suposto atentado?
- Na minha empresa. Você pode ir até lá mais tarde. Isso estava lá quando cheguei ontem. - Victor disse tirando o desenho do bolso envolto em um lenço de linho branco.
- Ora ora sangue, suponho que seja da sua namorada?
- Não ela não saiu com nenhum arranhão sequer, apenas uma dor de cabeça depois de acordar de um desmaio, provocado por este sangue que eu não sei de quem é.
- Mas se foi apenas isso, precisa mesmo investigar? Digo isso por que não me parece nada sério e...
- Alguém tentou machuca-la e temo que possa tentar algo mais grave, quero que descubra quem foi o mais rápido possível, apenas faça, e guarde suas opiniões para si mesmo. Ela é minha namorada e é meu dever protegê-la se não puder me ajudar pagarei outra pessoa.- Victor disse isso interrompendo Robson.
- Guardarei minhas opiniões para mim mesmo daqui para frente. O que mais eu preciso saber? Precisarei fazer uma visita a sua empresa.
- Você pode ir hoje à noite lá, vou estar te esperando.
- Ótimo. Já fez os pedidos, estou morrendo de fome.
Os dois homens continuaram sua conversa como velhos amigos que eram, almoçaram juntos e atraíram a atenção de várias mulheres que estavam almoçando no local.
Depois do almoço Victor foi para casa ficar com Renata, estava preocupado com ela e queria ficar ao seu lado e sentir seu perfume de rosas, para depois voltar a empresa. Quando chegou em casa ela estava na sala assistindo um filme e comendo pipoca, ficou surpreso ao ver Flavia com ela.
- Oi Victor, tudo bem? - disse a amiga com um sorriso.
- Tudo bem e você. - ele respondeu dando um beijo na testa de Renata e se aconchegando ao seu lado.
- Estou bem.
- Flavia veio ver como eu estava e me trouxe mais um desenho do vestido, este eu deixarei seguro aqui em casa. - Renata falou se aninhando aos braços de Victor.
- Isto não é um desenho é um croqui, e é bom mesmo que o guarde em um lugar seguro. - Flavia cruzou os braços e fez cara de quem estava falando muito sério.
Victor apenas sorriu e sentiu grato por Renata não ficar sozinha o restante da tarde, queria muito ficar ali com ela mas Rodolfo teria que sair e ele já havia deixado o amigo em apuros quando saiu da reunião correndo. Assistiram mais um pouco de televisão, onde Victor sentiu uma inusitada onda de prazer ao ver que elas estavam assistindo a desenhos animados invés de um filme como ele havia pensado, quando a campainha tocou Victor se levantou e foi abrir a porta.
Assim que abriu percebeu o que estava prestes a acontecer, Melissa estava com uma sacola de supermercado com sorvete e refrigerante.
- O que você está fazendo aqui? - disse ela com a cara de espanto sem ao menos lhe dar oi.
- Bom essa ainda é a minha casa. - respondeu em um tom divertido.
- Ah claro quase que eu me esqueço.
Ela se encaminhou para a cozinha rindo e as amigas logo se levantaram e foram ver as sacolas que Melissa trazia.
- Bom meninas acho que está é minha deixa. Vou voltar ao trabalho. Divirtam-se.
Ele pegou seu paletó as chaves da Ferrari beijou Renata e foi ao elevador, enquanto esperava pelo elevador sentiu os braços de Renata em volta da sua cintura, o seu rosto estava colada na suas costas.
- Obrigada. Eu te amo.
Ele escutou a voz dela baixinho e virou, segurou em seu rosto e o ergueu.
- Obrigado pelo que? Não fiz nada.
- Fez sim você se preocupou comigo.
- Eu te amo. Sempre vou me preocupar com você.
Lhe deu um beijo em sua boca e entrou no elevador que havia chegado.
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Liberta-me (Completo)
RomanceSerá que é possível amar uma segunda vez? Será que depois da perda de um grande amor ainda há espaço no coração para um novo sentimento tão arrebatador como esse? Victor não achava possível até conhecer a bela Renata dona de um olhar irresistível e...