Acordo em um trem muito esquisito, paredes espessas de metal enferrujado , janelas quebradas e com partes de vidro bem expostas. O trem estava indo para o sul, não sei exatamente para onde , consigo localizar minha direção devido a minha bússola que meu pai me deu quando tinha 12 anos , 4 anos antes de sua morte. Levanto-me do chão, e vou para outros vagões atrás de outras pessoas , afinal o vagão no qual eu estava não havia mais ninguém além de mim.
Quando atravesso o vagão , vejo uma menina não muito alta, cabelos ruivos e cacheados com o rosto coberto de sarnas , ela estava chorando, chego próximo dela é pergunto : - Qual seu nome garota? Ela responde : -Joana. Nunca tinha visto você aqui no trem! Como você entrou? - Nem mesmo eu sei responder essa pergunta menina, digo eu.
Pergunto se ela queria me acompanhar até o último vagão, ela diz que não, pois ela não pode sair do 5° vagão .
Vou andando mais e vejo na penumbra do vagão algo que se parece muito com uma sala vazia, vou até lá é vejo uma sala repleta de cofres, a princípio, não pensei o motivo de uma sala de cofres em um trem , faço uma análise minuciosa do local , que por sinal fedia a enxofre. Quando me reparo com um adolescente , meio maltrapilho, barba grande (muito mal feita) cabelos bagunçados e camisa gola pólo surrada. Pergunto para ele:
- Quem és?
-Sérgio Paulo, a quem devo as honras ?
-Sou Sandro Bentivi.
- O que procura na sala esquecida?
- Sala esquecida?
- Sim, quem vem aqui é porque guarda um segredo é deseja esquecer
-Mas isso não tem lógica!
-A vida não tem lógica , uma hora você está aqui e na outra está lá, para que vou argumentar , se lógica não há.
-Realmente não há nenhuma lógica no que tu acabou de falar, deixa eu seguir meu caminho
-Alto lá, quanto maior a distância, mais perdido fica o andarilho.