7 de julho, 23h58.
Louis estava atrasado, como de costume.
Sentado sobre a cama, olhava pra si mesmo pelo espelho do roupeiro, algo lhe mandava levantar e vestir uma roupa apresentável, outra parte dele implorava por descanso.
Louis se sentia mal-apessoado, para ele nada parecia valer a pena, ele estava cansado de seu cotidiano, mas hoje ele tentava dispensar essa sensação.
Ele nunca comparecia aos tratados nas horas certas, era incrível como ele não se preocupava com as responsabilidades, não se importava com as consequências, na maioria das vezes se prejudicava por isso.
Esse compromisso não era como os outros para Louis, era o aniversário do seu melhor amigo, melhor amigo e também o único que conseguia aguentar os problemas de Louis por tanto tempo.
Tomlinson e Ashton tinham se conhecido aos 14 anos, quando ainda estudavam, não se largavam desde então, iam aos lugares juntos, dupla nos trabalhos da escola, cresceram juntos.
Haviam planejado essa festa por muito tempo, como duas garotas combinando o que fazer quando ambas completarem 15 anos.
Ashton completou duas décadas, e só agora se sentia livre pra beber, ir às baladas, e fazer o que pessoas com 20 anos fazem, ao contrário de Louis que desde os 17 anos já se mostrava independente, não gostava de se prender as pessoas, queria mostrar ao mundo que podia cuidar de si mesmo.
Agora com 19 anos, queria viver cada momento intensamente, sem limites.
Tomlinson gostava de ser livre.
Entrou em seu carro dançando a chave na ignição, apressado seguiu até a residência de Ashton.
O caminho não era extenso, mas Louis era indolente demais para ir a pé.
Ao chegar, Louis desceu do carro, lançando um olhar de orgulho ao amigo, que andava apressado pela frente de sua casa.
– Porra Louis, porque você é sempre tão vagaroso?
– Eu sei, eu sei. Parabéns bro. – Disse Tomlinson abraçando o maior, Ash sorriu em resposta.
– Vamos Louis, a noite será longa.
Adentrando o cômodo de aspecto abandonado, o menor direcionava suas órbitas azuis a todos que o rodeavam, procurava entender de onde Ashton conhecia todas aquelas pessoas, e como uma garagem tão grande como aquela se tornou pequena abrigando tanta gente.
De começo apanhou uma garrafa estranha que estava sobre a mesa.
– Meu pai trouxe da França, é um conhaque muito bom – Ashton transparecia felicidade.
– Quem diabos colocam conhaque quando se pode colocar vodka em uma farta mesa de bebidas? – Louis nunca entendia as manias do pai de Ashton, que insistia em passar uma boa imagem do filho até pela garrafa de bebida alcoólica que comprava.
– Sempre reclamando não é mesmo Louis? – Ashton revirava os olhos.
– Oh, devo pedir desculpas já que hoje a princesa Irwin está de aniversário.
Ashton riu batendo de leve no braço de Louis.
– É meu aniversário e eu preciso ficar doidão.
--x--
Louis estava no meio de pessoas desconhecidas, que dançavam sem entender o ritmo da música, apenas dançavam pra se divertir.
Estava exausto de não se divertir, estava exausto de não sentir nada, ou de sempre quebrar a cara sentindo algo, ele precisava daquela festa para se animar, então ele simplesmente dançou conforme a música levava seu corpo a vários ritmos diferentes.
--x--
– Louis estou falando sério, eu comprei mais do que precisava, mas tem muita gente aqui.
– Tudo bem Ashton, creio que duas caixas sejam suficientes. Só não espere um conhaque da França ou algo do tipo, você teve muito tempo pra comprar tudo.
Fora da garagem, Louis acendeu seu cigarro, com expressão de alivio, buscou suas chaves que estavam no bolso do moletom e entrou no carro.
O relógio marcava 2:40, as horas passavam rápido.
Louis era forte em vários sentidos, demorava algum tempo para ficar de fato bêbado, e naquela ocasião, a vida não lhe deu chances para isso, as bebidas da festa de Ashton acabaram mais rápido que o esperado.
Girou as chaves, mas nada aconteceu, o carro simplesmente parou de funcionar.
– Droga por que sempre comigo? – Saiu irritado.
Ao entrar de volta a segunda casa, Louis chamou por Ashton, que dançava como não se houvesse amanhã.
– Você não devia voltar com as bebidas Louis? – Ashton questionou.
– O carro não funciona – Explicou Louis revirando os olhos
– Céus como eu nasci azarado. – Ashton chacoalhava a cabeça
O maior parou o som que ecoava alto.
– Eu tenho um rápido pedido a fazer, preciso de alguém que vá até a próxima avenida comprar bebidas com o Tomlinson, o carro dele pifou.
Louis apenas abaixou a cabeça rindo de Ashton.
No meio dos vários desinteressados com a proposta alguém que estava na parte direita da garagem, foi até o aniversariante.
– A Styles, você sempre me ajudando, Louis está ali na porta, eu preciso de quase três caixas, eu mal bebi – Ashton olhava para o garoto com um sorriso de orelha a orelha, talvez só felicidade por saber que poderia beber pelo resto da noite.
Ligando novamente o som, Ash guiou o garoto até Louis.
– Aqui senhor atrapalhado, Harry vai com você até o armazém da avenida, não demorem porque todos estão clamando por qualquer líquido com álcool. – Irwin exclamava. – Eu não estou com tempo para apresentar o Harry a você, bem, vocês conversam no caminho, aqui está à grana. Voltem logo. – Ashton sumiu no meio de seus amigos.
Louis encarou o estranho, que lhe deu um sorriso e disse:
– Prazer, Harry.
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into you ❃ l.s
FanfictionHarry é o único que ainda cheirando a cigarro e com o cabelo bagunçado continua lindo, e esse foi um dos motivos que fizeram Louis ficar.