You're my only one.

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Era apenas mais um dos inúmeros dias comuns da vida de John Watson. O ex-médico do exercito tinha vários dias como esse desde que sua esposa (ex-esposa, na verdade) tinha não apenas se revelado uma assassina, mas fugido levando um filho de John na barriga pra sabe-se lá onde. "Talvez o filho nem fosse meu, aliás" John pensou um dia. Sherlock Holmes assentiu e falou, rindo, que achava que o amigo nunca fosse descobrir. O detetive sempre pareceu ler a mente do mais baixo, mas John não se irritava com isso. Era algo tão... Sherlock.

Na verdade, com sorte, talvez ele e Sherlock recebessem algum chamado de Lestrade pedindo ajuda com algum novo assassinato e assim eles embarcassem na noite escura de Londres tentando prender um criminoso, apenas os dois contra o resto do mundo.

Mas, naquela noite, não foi isso que agitou a vida de John.

- John, essa carta é para você - o detetive consultor lhe passa um envelope branco, quase amarelo - É do seu pai.

- Como você poderia... Esquece.

O médico olha para o envelope com receio. Seu pai nunca lhe mandou uma carta sequer, por morar longe e já ser de idade. Deveria ser algo importante, no mínimo. Cuidadosamente o abriu, revelando uma carta com a ponta quase rasgada e escrita à mão.

"Querido John,

É o seu pai. Eu sei que nunca lhe escrevi antes, mas achei que estava na hora de saber saber sobre algo importante. Um pouco tarde demais, na verdade, se você me pergunta. Mas é como eles costumam dizer, antes tarde do que nunca, não é?

Agora, sente-se. Você pode achar um pouco impossível, mas na prática verá que não é apenas um devaneio. Está pronto?

A verdade é que os homens da nossa família tem a habilidade de viajar no tempo. Calma, só para lugares onde já estivemos, como uma segunda chance para reviver alguns momentos. Quando você resolver testar e for verdade, tenha cuidado filho. Algumas escolhas podem mudar sua vida completamente. Para fazer uma viagem no tempo: é bem simples: vá para algum lugar fechado e escuro, feche suas duas mãos e pense no exato lugar e hora/ano que quer ir. Talvez isso te ajude enfim com as mulheres, ou com seu companheiro de apartamento, se me permite dizer. Sherlock Holmes, não é? Procurei na internet. Tenho feito meu papel de pai te monitorando."

Aquilo era ridículo. Não, mais que isso, era... loucura. Claro que não era real. Viajar no tempo? Aquilo não era algum tipo de seriado ou livro. Era a vida real. As pessoas da vida real não tem arqui-inimigos. As pessoas da vida real não viajam no tempo.

Por outro lado, John pensou no que aconteceria se fosse verdade e ele nunca tivesse tentado. O máximo que poderia acontecer é seu pai ter entrado em contato com Sherlock para pregar uma peça nele. Então, tão rápido quanto repousou a carta em cima da mesa, John se levantou de sua habitual poltrona na Baker Street e foi em direção ao seu quarto.

- John, está tudo bem? - o detetive perguntou, ao ver o amigo mudando de comportamento tão rapidamente.

-Sim, tudo bem. Não se preocupe, Sherlock.

-Se for algo com seu pai, eu... Eu não sei, nós podemos resolver juntos.

John estranhou. Desde quando Sherlock se importava?

- Não tem nada errado, Sherlock. Eu só preciso pegar uma coisa que eu esqueci no quarto.

Ao entrar em seu quarto, trancar a porta rapidamente e se fechar no armário, John se sentiu um completo idiota. Não era verdade, obviamente. No entanto, ao fechar os olhos e as mãos, ele imaginou o único lugar para o qual ele queria poder voltar e consertar as coisas.

Somebody That I Used to Know // johnlock Onde histórias criam vida. Descubra agora