Rosa Negra

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"Sem sombra de dúvidas".
- Diga-me; em que posso ajudar?
- Preciso ir ao cemitério. - Dionatha fez uma cara assustada que, se o assunto não fosse sério eu ia rir.
- Cemitério? Pra quê menina?
- É porque.. Ham.. Assim, eu queria ir lá no túmulo da minha amiga que morreu mas..
- Mas? - Ele indagou.
- Só tenho 16 anos. E você já é de maior.
- Entendi. Muito esperta você! - ele disse e deu uma risadinha que posso dizer "irônica".
- Você vem Lívia? - Ele perguntou.
- Vou sim. Só vou pegar meu celular....

***
Como não era tão longe - apenas duas quadras dali- nós fomos andando. Tava frio, e lembrei de que não peguei meu casaco da fazenda. Chegamos no cemitério.
- Ooi? - "chamei".
- Olá menina. - disse um senhor já de idade. - O que fazem por aqui? Já tá escurecendo.- disse olhando para nós
- Só viemos nos despedir de nossa amiga!
- Sua idade? - perguntou.
- Ele é de maior. - Falei apontando para o Dionatha.
- Tudo bem- Ele falou e deu de ombros.
- Venham. - Puxei a Lívia, que também puxou seu irmão.
Subi os pequenos degraus da escadinha, com Lívia e Dionatha atrás de mim.
Chegamos até a pequena casinha onde eu estava mais cedo, lá eu parei.
- Então, aqui estamos. - Disse Dio enquanto olhava o local.
- Ali!- falei quase que num tom animado. - VEM Lívia!!
- Tá calma. Estou indo.
- Esperem por mim. - Disse Dio.

Fui correndo por aquela lama junto à grama, Lívia e Dionatha não se apressaram.

- Eu sabia!! - Exclamei. - Sabia que ele tinha deixado algo aqui!! Se apressem, vamos, venham ver.

Aparentemente era apenas uma rosa negra, nada de mais e tals.
Até me decepcionei.
- Foi por isso que você quis vir aqui? - Lívia falou desapontada.
- É. Por isso. Não acredito que é só isso!!

Peguei a rosa. Olhei.. Nada. Era só uma rosa, até que a virei-a de cabeça pra baixo e de dentro das pétalas escuras um pequeno cordão com um pingente de coração caiu. Era prateado, e bem familiar, até que:
- Lívia!!! - Gritei.
- Amora o que foi?
- Olha isso! - falei quase chorando.
- Meu Deus Amora! - Ela colocou a mão sobre a boca - É o meu cordão, aquele que você me deu ano passado. Mas.. Mas como eu... eu não entendo..!
- O que isso significa? - Dio Perguntou.
- Não sei! Mas temos que proteger a nossa Lívia, com certeza.
- Venham. Chega disso por hoje.
- Espera Dio, eu..
- Não tem eu, Lívia. Vamos agora para casa, você e nenhum de nós, estamos seguros!
- Por favor Liv. - Ela olhou pra mim e sorriu calorosamente e disse:
- Há tempos você não me chamava assim..
- É verdade. - nos abraçamos e voltamos cada um para a sua casa.

***

Era tarde da noite, eu e Dionatha estávamos desesperados, já sabíamos o que acontecera. Ligamos para o Pee, ele veio nos buscar de carro. Iríamos àquela fazenda. Dionatha resistia para não chorar, mas as lágrimas estavam querendo rolar em seu lindo rosto.
- Ela não morrerá! - Ele disse convicto.
- Não mesmo. -_ concordou Pee, enquanto pisava fundo no acelerador.
Chegamos naquele lugar maldito. Tínhamos que ir até à arvore. Corremos sem parar, e sem se importar com algum obstáculo no caminho até lá. Lá estava ela. A Árvore Forca. Estava luar e dava para enxergar claramente. Não havia vestígios de que Lívia ali estivesse.
- Ela não está aqui. - Dio falou aliviado e ao mesmo tempo preocupado.
- E agora? Não tenho ideia de onde ela esteja.
- O que faremos? - Perguntou Peter.
Vamos procurá-la. Ela ainda vive.
- Bzzz bzzz.. - Era o celular do Dionatha.
- ATENDE DIONATHA!! - Eu e Pee falamos juntos.
- Número privado - Ele respondeu.
- Não importa, pode ser esse assassino miserável. - Falei furiosa.
- Alô.
- Olá Dionatha! Sua querida irmã está comigo.
- Desgraçado!! Deixa ela em paz!
- (gargalhadas) Tampouco ela morrerá, à fazenda pela manhã, ela vai estar... Naquela árvore.

- Aaaaahhhh!! - Logo dona Maleena apareceu no quarto.
- Amora, pelo amor do pai, o que tá acontecendo?
- Ah mãe - falei chorando.
- Sonhei que a Lívia estava em perigo.
- Calma Amora. Está tudo bem, está tudo bem...
Eram 3:37 da madrugada.
- Eu sei mãe. - Falei enquanto a abraçava fortemente.

Bom seria se eu conseguisse dormir. Arhg! Pesadelos são terríveis. Ainda mais quando se são tão reais. O meu medo aumentou ainda mais, eu não quero perder a Lívia. Mesmo que eu não seja tão carinhosa quanto ela, eu a amo. Levanto de minha cama, a porta do quarto está aberta. Saio silenciosamente. Mamãe já voltara a dormir.
Abro a porta da frente, estava muito frio lá fora, saí e pude ouvir o ruído do vento, que som aterrorizante. Pareciam pessoas gritando, sendo torturadas dolorosamente. Pensei em ir até a casa da Lívia, mas me rendi ao calor aconchegante de minha casa, entrei e sentei no sofá. Deitei... Aos poucos meus olhos começavam a pesar.. Então adormeci, outra vez.
- Amora... - era mamãe me chamando. - Está na hora meu bem, você não vai pra escola?
- Vou sim - eu disse sonolenta.
- OK! Então cuide, está atrasada!

Psicose - A árvore forca [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora