25 DE DEZEMBRO DE 2006
A árvore cheia de luzes coloridas piscantes e pequenos bonecos do papai noel, simplesmente encantava a pequena garota, natal era sem dúvidas a melhor época para ela, as músicas doces que tocavam nas rádios, presentes compartilhados e a mesa coberta só das mais deliciosas comidas, tudo para ela era um sonho. Ela sempre via na sua velha televisão programas que propagavam a magia do natal, a felicidade nos rostos daquelas pessoas, tudo o que a doce criança sempre quis foi que isso também acontecesse com ela.
E naquele ano graças ao seu pai, ela teve sua primeira árvore de natal, não era grande e bem decorada como na tv mas para garota, aquilo não importava, ela continuava a encarar a árvore, como se aquilo fosse a visão mais encantadora que já tinha visto na sua curta vida.
- Celeste? - O homem alto de meia idade, escondia as mãos ocupadas atrás das costas e um sorriso enorme havia em seu rosto - Tenho uma coisinha para você, minha princesa - A garota que vestia apenas um gasto vestido branco, finalmente dirigiu seu olhar brilhoso ao pai.
- E o quê seria papai? -O sorriso dele ficou ainda maior com a pergunta da criança, logo o mais velho caminhou até uma velha poltrona marrom e se sentou ainda escondendo o misterioso objeto. Celeste foi até o senhor com passos desajeitados por conta da mistura de curiosidade e afobação. O homem, com uma vagarosidade que a garota considerou bastante animadora, retirou o objeto do seu esconderijo, revelando-o. A menina levou suas mãozinhas até a boca, em sinal de supresa e deixou que um gritinho de felicidade saíssem dos seus lábios - A estrelinha...p-posso pegar? - O homem apenas balançou a cabeça em afirmação, ele estava tão contente por ver a felicidade da filha. - Mas é tão pequenina, o senhor acha que vai dar para colocar em cima da árvore? -Perguntou enquanto olhava encantada a fina corrente de ouro com um singelo pingente de estrela. O mais velho apenas riu da confusão da criança.
- Na verdade meu amor, essa estrela não é para colocar na árvore.
- Não? - Ficou com uma expressão de confusão.
- Ela é para colocar em você - Pegou a jóia das mãos da criança e delicadamente colocou no seu pescoço. A garota sempre via que no topo das árvores de natal tinha uma grande estrela e achou que com essa ia ser igual - Vou te contar uma coisa. Sabe porquê eu dei a estrela para você usar? - Celeste negou e encostou a cabeça no peito do pai e começou a brincar com a corrente do seu pescoço. - Porque você também é uma - Disse fazendo um carinho gentil no rosto dela . - Para mim você sempre vai estar no topo, sempre vai ser o mais importante e sempre será o que mais irá brilhar. E toda vez que você olhar para esse cordãozinho no seu pescoço você vai lembrar que independentemente do que as pessoas te disserem ou quiserem fazer você acreditar, você sempre será uma estrela. Minha pequena estrelinha.
- Nossa pequena estrelinha -A mulher de trinta anos falou se aproximando dos dois dando um breve sorriso para eles.
- Mamãezinha - A pequena exclamou e virou para olha-la. - Veja o que o papai me deu de presente, não é linda? Você gostou? - Apontou para o cordão que usava.
- É linda e gostei - Deu um sorriso forçado para a criança e acariciou o cabelo cacheado da menina, desviando o olhar para árvore e balançando em seguida, a cabeça em desaprovação.
A senhora religiososa não comemorava o natal, porque na sua religião cristã esse ritual era uma adoração à outro ser, por isso quando o marido comentou sobre a compra da árvore ela apenas acenou em desprezo e negou, o que não fez diferença porque para satisfazer a criança, o homem comprou mesmo assim. E isso aconteceu igualmente com o colar, também era proibido para ela, o objeto é uma vaidade.
- Certo meus amores o jantar está pronto - Passou as mãos sobre sua saia na altura dos joelhos, tentando tirar o mínimo amassado que tinha nela. Os outros dois apenas supriram. - Vamos comer agora, já se passam das sete horas, temos que dormir daqui a pouco, se não vai ficar tarde.
- Que exagero Cristina, temos bastante tempo ainda - O senhor disse e criança no seu colo sorriu e começou a cantarolar alguma coisa como "Que exagero, mamãe, exagero" enquanto balança a cabeça no ritmo da própria canção.
A mãe estreitou olhos em direção à garota fingindo estar brava.
- E você mocinha já tomou um banho? Você está com esse vestido desde manhã - Celeste levou uma das mão até a testa batendo de leve nela e abriu a boca sussurrando "eu esqueci do banho" bem fraco. Os pais riram dela.
- Então venha, vamos para o banheiro. - Suspirando ela desceu preguiçosamente do colo do pai.
- Sim senhora.
Meia hora se passaram, mãe e filha se encontravam em um pequeno quarto pouco decorado e com a pintura cinza falhada, se arrumando para o jantar.
- Espero que a estrelinha não estrague por causa da água - A garota lamentou baixinho enquanto a mais velha penteava seus cachos rebeldes de tamanho médio e pouco grosso.
- Não vai meu amor, não precisa se preocupar tudo bem? - Largou o pente sobre a estante e tocou a ponta do nariz da pequena, fazendo com que a mesma fechasse os olhos com força fazendo um careta enquanto sorria. - Eu estava arrumando o quarto hoje mais cedo e... Achei isso - A mulher pegou um pequeno caderno de dentro de uma gaveta, revestido com um falso couro e entregou a menina. - Pegue para você, vai te ajudar à praticar a escrita.
- Mas o que eu vou ter escrever, mamãe?
- Não sei... esse pode ser o seu diário o que você acha, hum? - A garota fez um biquinho balançando a cabeça em concordância.
- Um diário pode ser legal - Riu baixinho e apertou o caderno com força.
- Ótimo. Agora vamos fazer nossa refeição.
Depois que desceram a escada do velho casarão, a família de três pessoas se reuniram na mesa da cozinha e fizeram uma breve oração, em seguida jantaram em um silêncio confortável.
Já era quase nove horas da noite quando os mais velhos colocaram Celeste na cama, ela alegou não estar com sono mas os pais mandaram ela tentar dormir, dizendo que crianças tinham que dormir pelo menos doze horas por dia, se não ficariam pequenas para sempre, a pequena se aprontou tão rápido para dormir que eles apenas riram.
-Durma com Deus bebê.
- Amém, a senhora também - A mulher deu um beijo na bochecha da criança e saiu do pequeno quarto.
- Espero que você tenha uma boa noite de sono, meu amor - O pai dela disse e deu um longo abraço nela que respondeu com um "Eu te amo, papai." O homem sorriu e colocou um cobertor sobre ela e a borboleta - esse era o nome que a menor tinha dado a sua boneca de pano há três anos atrás, isso porque ela amava borboletas "tão pequenas mas tão lindas e ainda voa, como pode? " se perguntava com um sorriso no rosto quando via uma. O homem desligou a luz do cômodo e fechou a porta alguns segundos depois
Depois de um tempo sem conseguir dormir, Celeste relutante levantou da cama, ligou a luz e pegou o caderno que havia recebido da mãe mais cedo.
Sentou-se à minúscula mesa do quarto e começou a escrever.
25/12/2006
Feliz Natal diário!
Comi bolo de chocolate está manhã.
Dormi a tarde toda.
Papai me deu uma árvore brilhante, aquelas que passam na tv.
Papai me deu uma estrelinha e agora está no meu pescoço.
Amo o papai.
Mamãe me deu você.
Também amo a mamãe.
Hoje foi um ótimo dia.
Tenha uma boa noite diário.
Celeste.xX
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olá babes, primeiro capítulo :)
eu queria avisar que o livro vai mostrar o crescimento da Celeste, talvez eu demore um pouco em certa fase mas o meu foco principal vai ser a adolescência
obrigada por lerem, espero que gostem e acompanhem
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com amor, carol