11. Resquícios de um pesadelo

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França — 1386

Os olhos de Francis me fitavam com amor, eu me sentia completamente presa à sua presença, o traje de gala que ele vestira para o baile da rainha era absolutamente impecável, os olhos negros me fitavam com doçura, um sorriso terno arqueou-se em seus lábios quando segurou minha mão no momento em que alcancei o último degrau da escadaria. Os passos eram leves, como se flutuassem pelo piso de madeira que parecia cintilar com os lustres suntuosos, levando-me para o meio do salão, ele parou, colocando a mão em minha cintura e erguendo meu braço direito, segurou minha mão com firmeza. A música suave começou a soar por todo salão, uma melodia doce, poética, parecíamos deslizar no ar ao som das notas ritmadas daquela música, encostando o rosto no meu ele sussurrou:

— Tens ideia de quão bela estás esta noite?

— Posso ver em teus olhos o brilho da cobiça! — Provoquei. — Nada sábio para um lugar público.

— Quem sabe quando sairmos daqui possa falar-lhe mais sobre a cobiça que me aflige a alma. — Ele sorriu, a malícia transbordando em sua expressão.

— E o que o faz crer que irei contigo?

Ele apenas sorriu, sabia que não havia como eu resistir a ele, sempre que ele chamasse eu estaria lá, pronta para ser dele como tinha certeza que ele era meu. O baile, em honra ao aniversário natalício da rainha Louise estava pomposo e contava com a presença da mais alta corte francesa e vizinhos aristocratas, eu estava prometida a Francis, um conde herdeiro de Vajour o maior condado da França. A rainha tinha apreço pela união que fez questão de ser celebrada conjunta ao seu aniversário. Enquanto dançávamos, imersos na felicidade que nos uniria dali a algumas semanas, os olhares dos demais presentes pousavam sobre nós, a noite estava completamente perfeita até um cavalheiro adentrar o salão tirando a atenção de todos, inclusive dos músicos que pararam imediatamente de tocar. Meus olhos se voltaram para ele e Francis, por um segundo, pareceu paralisado. O homem tinha um cavanhaque que dava-lhe uma expressão altiva e imponente, trajava, assim como todos nós, roupas de gala, as dele tinham um tom acinzentado, os olhos verdes e a pele dourada destacavam os cabelos escuros presos por um laço azul.

Majesté, messieurs. — Cumprimentou os demais com uma reverência.

— Rassim. — Francis sussurrou o nome e seus olhos estreitaram-se.

— Tu o conheces? — Perguntei em tom igualmente sussurrado.

— Ora, ora, Francis, há quanto tempo. — Ironizou o homem.

— Que queres aqui, Rassim? Este não é teu lugar. — Cuspiu Francis, com visível repulsa.

— Tu sabes o que quero, então por que não acabamos logo com isto?

— Não permitirei que toques nela! — Respondeu colocando o corpo como um escudo diante de mim.

— É sempre assim — Rassim riu, com ironia —, esse é o seu problema, anjo, você sempre faz essa escolha e sempre perde.

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