II - Desespero!!!

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~ Continuação do Flashback ~

Já se passavam das 21h00min e eu ainda vagava pelos corredores daquele lugar à procura dos meus pais, quando de repente ouço uma voz familiar me chamando... era meu pai! Finalmente!
Corri até ele quase chorando pelo susto e o abracei forte.
- Sua mãe está na fila para pegar cobertores e comida - disse meu pai me levando até minha mãe.
Depois de pegarmos cobertores e suficiente fomos procurar um lugar qualquer para se abrigar.
Alguns oficiais que alí estavam começaram a organizar as pessoas e definir onde elas iam dormir, então ficou decidido que algumas pessoas teriam que dormir dentro de vagões do metrô por falta de espaço. Nós dormiríamos no subterrâneo mesmo, graças a Deus, dormir dentro de um vagão seria horrível!
Fomos dormir assim que achamos um espaço adequado.
Durante a madrugada notei uma movimentação estranha, passos incessantes, alguns soluços e choro abafado, levantei metade do meu corpo daquele colchonete para tentar ver melhor o que se passava. Algumas pessoas estavam sendo levadas para outro lugar, pensei que eram pessoas que acabaram de chegar então resolvi me deitar novamente mas antes que pudesse o fazer um dos oficiais que ali estavam me pegou pelo braço e disse que eu também tinha que ir, eu não estava entendendo, comecei a gritar minha mãe, eu estava desesperada, onde queriam me levar? Por que? Quanto mais eu gritava mais ele apertava meu braço e me arrastava, nesse momento minha mãe já estava acordada e junto ao meu pai tentava entender a situação e me tirar das mãos daquele oficial.
- Mantenham a calma, a jovem tem que ser transferida para outro local por falta de espaço, ela vai ser levada com segurança não se preocupe! - Disse o oficial tentando explicar o que ocorria.
- Mas e meus pais? Eu não posso ir sozinha! Para onde vão me levar? - Eu dizia atropelando as palavras e totalmente eufórica.
- Se acalme moça, seus pais não podem ir mas eles ficarão bem, e quanto ao lugar não se preocupe que logo saberá junto com os outros que vão. - O oficial respondia calmamente como se fosse algo muito simples.
- Vai filha, você estará segura fora daqui, leve o meu celular e assim nos comunicaremos, não se preocupe nós vamos ficar bem, eu te amo filha! - disse minhã mãe me abraçando e depositando um beijo em minha testa.
- Ta bom, prometo que assim que chegar eu ligo, tchau mãe tchau pai amo vocês - digo chorando e abraçando os dois.
Segui o oficial que me guiava até o local, no caminho ele me disse que estaríamos saindo do país em uma das linhas de metrô que ainda funcionavam -depois da terceira guerra mundial que ocorreu a uma década atrás, resolveram fazer linhas de metrô que atravessavam o oceano para que se houvesse outro incidente fosse possível transportar as pessoas para um local mais seguro- assim que chegamos em frente ao vagão ele abriu as portas para que as pessoas pudessem entrar. Conforme fui andando junto com as pessoas consegui entrar e achar um lugar para sentar e analisar a situação, ainda era difícil digerir tudo que estava acontecendo em tão pouco tempo.
Olho em minha volta e vejo todos com a mesma face e provavelmente com os mesmo pensamentos, era tudo muito confuso para todos que estavam ali.
Estava previsto para chegarmos por volta das 9h00min da manhã e já beirava 5h00min.
Em meio a todos os pensamentos adormeci naquele banco pouco confortável.

Continua...

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