Capítulo 1

34 3 2
                                    

( foto na mídia Ana com 15)

- Ana! Desça para tomar café! - grita minha mãe.

Eu saio da cama, tomo banho e coloco uma roupa razoável.
(Que com certeza era melhor que meu pijama de coelhinho.)

- Cheguei, mãe.

Tomo meu café tranquila quando minha mãe pergunta:
- Está animada para o primeiro dia de aula?

Essa pergunta era tão besta que doía só de escutar.

- Estou, mãe. Isso é tão legal quanto uma unha encravada.
- Filha, não seja pessimista. Vai que nesse ano as coisas vão melhorar? E talvez você desencalhe...

Ah, chegou minha mãe para esfregar que eu ainda não arrumei um namorado.

- Mãe, eu não preciso, OK? Agora com licença, eu vou me arrumar.

Subo as escadas e chego no meu quarto, e dou de cara com meu espelho. Ainda bem, estava perfeitamente visível.

Meu irmão mais novo passa correndo e gritando:
- Ana!! Você não vai tomar café?
- Eu já tomei Café! - digo virando de costas para o espelho e ficando em frente a ele.
- Então tudo bem. - ele sai do meu quarto.

Quando me viro de novo para o espelho, já não via nada.
Que ridículo, alguma palavra que eu disse me fez ficar invisível.

Isso era horrível, pois não tinha uma palavra que me fizesse voltar ao normal. A maldição é rebelde e só sai quando bem quiser.

Só para esclarecer, quando era pequena sonhava em ser invisível, na minha cabeça era divertido. Mas quando eu tinha 10 anos isso aconteceu. E foi assim que começou o pesadelo.

Eu tinha que arrumar desculpas, para as pessoas não pensarem que eu era uma macumbeira ou algo do tipo.

Eu espero que isso não aconteça mais vezes.

A InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora