Capítulo 1

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Gosto da liberdade, gosto do frio quando não é tão rigoroso, gosto de aventuras, gosto de desafios, gosto de arriscar, gosto de viver, gosto de gritar, gosto de viajar, gosto de inovar, gosto... Apenas gosto. Acho sensacional aventuras loucas para garotas da minha idade, ainda não coloquei objetivos e metas em minha vida, meus pais me infernizam para que eu tome juízo e noção da situação do mundo em que vivemos. Mas quem são eles para me dizer algo? Mal sabem o que querem, bom pelo menos eu penso assim, estamos agora em um bairro tranqüilo em Londres onde eles se escondem da mídia e de todo caos que uma simples fofoca poderia causar à nossa família. Podíamos estar morando em um palácio ou mansão se quisessemos, não que isso importe para mim, mas eles preferem se esconder.

Dinheiro não significa tanto pra mim, muito menos a reputação que eles dizem que temos que manter, até gostava dessa idéia de viver como uma pessoa normal, de família simples e humilde, sem a perseguição de paparazzis, câmeras, e toda essa babaquice à nossa volta, mesmo sabendo a quantia gorda que preenche a conta bancária do meu pai. Estava mais uma vez arrumando minhas coisas em meu novo quarto, havíamos praticamente fugido de Los Angeles por conta de uma revista de fofoca que lançou uma bomba sobre nossa família.

- O que achou? - a voz da minha irmã se fez logo atrás de mim me pegando de surpresa.

- Pra mim não tem nada de diferente. - respondi sem rodeios. - Nossa vida irá se basear nisso até que nossos pais assumam de verdade o papel que eles tem na sociedade, o que eu queria mesmo era sumir de vez e ficar em um canto só sem precisar encaixotar coisas toda vez que uma fofoca surge. - acrescentei.

- Ouvi Papai dizer que ele só irá fazer isso quando você estiver preparada para seguir os passos dele, já que estudos não fazem parte dos seus planos. - Indagou me olhando.

- Gosto de viver livre, acha mesmo que iria me prender atrás de uma mesa de escritório e esquentar a cabeça com as fofocas que as revistas irão lançar contra nós? - a encarei após terminar de arrumar meu quarto.

- Sabe que somos descendentes de grande realeza, uma hora isso terá que acontecer e papai só irá partir tranqüilo se souber que está pronta para tomar posse de tudo que ele irá nos deixar. - Debateu.

- Sinto muito não realizar o sonho dele, não serei eu quem irá fazer isso. - respirei fundo. - Tenho 23 anos, pra que vou me responsabilizar por tudo isso? Já disse que isso comigo não rola, então se você quiser essa responsabilidade pra você sinta-se à vontade.

- Você tem 23, mas parece ter a minha idade, só quer saber de curtir e sair por aí. - Murmurou revirando os olhos.

- Vai me dar razão quando se deparar com a trabalheira que isso tudo vai te dar. - sorri.

- Me pergunto quando você vai ter alguma responsabilidade na vida. - debateu.

- Não se preocupe comigo, preocupe-se apenas com você, vou dar uma volta e aproveitar para conhecer o que nos rodeia dessa vez. - finalizei passando por ela e me retirando.

Minha irmã de 15 anos parece minha mãe, já não basta meus pais me pressionarem ainda tem Ela. Apesar de viver nessa situação toda, nossos pais mal nos dão atenção, faz tempo que não sei mais o que é fazer algo em família, às vezes nem me sinto parte desta família.

Estava caminhando pelas ruas enquanto ouvia música, nem dei satisfação alguma aos meus pais ao sair, por mais que não conhecesse bem a cidade não estava nem ai, só queria respirar um pouco sem ninguém para me dar sermão do que tenho que fazer da minha vida. Na distração de trocar a música senti meu corpo colidir bruscamente contra outro corpo, foi tudo tão rápido que fomos para o chão.

- Me desculpa, eu não te vi, estava tão vidrada no livro que mal percebi que havia alguém a minha frente. - disse uma voz delicada e suave, nossos olhos ainda não haviam se cruzado, mas pela voz percebi que se tratava de uma mulher.

Que Sorte a Nossa (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora