Filha dos anjos

Capitulo 9

- Sério?- finalmente eu ia entender um pouco mais de mim.
- Sim. Mas você tem que saber que não vai ser fácil.
- Eu sei Eli. Eu estou preparada.
Ele se aproximou de mim e olhou dentro dos meus olhos, ficou alguns minutos assim até resolver falar.
- Você precisa entrar em contato com a pessoa que quer controlar, não contato físico, mas tem que estar conectada com essa pessoa.
Eu conseguia sentir a conexão quase como alguma coisa que eu pudesse tocar.
- Agora pense em alguma coisa para eu fazer.
Caia- pensei e no mesmo segundo sem nenhuma razão ele foi para no chão e ficou sentado na neve. Parei de sentir a conexão.
- Sério que foi isso que você pensou?
- Em minha defesa eu não achei que você realmente ia cair- ele riu.
- Pra alguém que nem sabia que era um anjo você tá muito bem.- se referir a mim como anjo parecia que doía nele.
- Enfim. Mas se eu demorar tanto assim para conseguir numa luta eu não ia durar nem um pouco.- tentei mudar de assunto. Não gostava de vê-lo assim.
- Você só tem que praticar um pouco.
- Tá bem. Mas eu fiquei com uma dor de cabeça agora do nada.- falei colocando a mão na testa. Estava sentindo muita dor e uma tontura.
- É normal, senta um pouco.
Minha visão ficou embaçado e eu não conseguia ver as coisas direito.
- Eu acho melhor eu voltar pra minha cabana. Não to me sentindo bem.
- Tá, eu posso te transportar até lá.
Fechei os olhos e quando abri novamente estava na frente da minha cama. Foi tudo muito rápido, eu estava em pé e meu irmão entrou dizendo que minhas amigas estavam na sala e quando eu fui me virar cai no chão com muita força, mas não senti a dor, pois uma escuridão me abraçou e eu não vi mais nada.
* quando me virei não vi ninguém, só vi uma escuridão me cercando.
- Eu te dei uma chance Luna. Mas eu tenho que confessar que você foi mais longe do que eu achei que iria. Até fez aqueles idiotas se apaixonarem por você- outra voz desconhecida falou e quando eu me virei novamente ninguém estava lá.
- Quem é você?
- De novo com essa pergunta idiota. Achei que fosse mais inteligente.
- EU NÃO ESTOU BRINCANDO.
- Por que não? Eu estou.- ele deu uma risada assustadora.
- Eu não quero escolher. Ainda não posso- eu mesma não estava entendendo o que estava falando, mas sabia que ele entendia.*
Acordei e percebi que não estava na cabana dos anjos, era um lugar branco com algumas fotos nas paredes e duas mesas uma em cada lado do quarto, a cama de metal estava encostada na parede oposta da porta também de metal. Era completamente diferente dos quarto das cabanas que eram basicamente de madeira.
Tentei me levantar, mas não consegui. Não conseguia me mexer, tentei me mover de alguma forma mas era inútil. Eu estava paralisada como se estivesse num coma, mas acordada. Entraram dois homens e começaram a discutir como se eu não estivesse lá.
- Mesmo desacordada eu ainda não consegui examinar a cabeça dela.
- Como se fosse uma proteção?
- É. Ela é mais poderosa do que a gente achava.
- Eu pensei que não acreditasse na profecia.
- Eu não acreditava, mas agora eu não sei.
Eles se aproximaram de mim e colocaram uns fios na minha cabeça. Eu tentei reagir, mas ainda não me mexia. Estava ficando desesperada não sabia o que fazer, não conseguia me mexer nem falar.
- Viu. Não reconhece nada.
- Vamos deixar pra lá e chamar o irmão dela logo.
- Tá- falou um pouco contrário- eu fico aqui.
Quando ele saiu o outro ficou tirando os fios. Quando terminou, saiu e deixou meu irmão entrar.
Quando me viu pude sentir sua tristeza.
- Luna. O que aconteceu com você?- falou com voz de choro.
Eu estava lutando para me mexer. Queria abraçá-lo, dizer que eu estava bem. Queria poder fazer isso mais que tudo na minha vida.
De repente senti como se meus pulmões estivessem pesando e tentei respirar fundo, mas parecia que só piorava, meu pulmão começou arder e eu estava entrando em desespero. Quando finalmente consegui respirar fundo e me movi como se tentasse colocar meu pulmão para cima para respirar melhor. Comecei a tossir e meu irmão segurou minha mão com uma expressão assustada e começou a gritar por ajuda. Então os homens que estavam antes entraram e começaram a mexer nas máquinas. Eu comecei a me debater tentando sair, mas eles me prenderam. Tentei achar uma conexão e consegui fiquei um tempo olhando e fiz com que eles me soltassem e sai andando, comecei a me sentir tonta de novo, mas não podia desmaiar de novo me mantive forte e consegui colocar uma roupa e sair. Estava na cidade e sai andando. Por instinto cheguei na minha casa que estava com as faixas de polícia ao redor. Me lembrei dos meus pais e entrei na casa. A sala ainda estava coberta de sangue. E eu ainda podia sentir o cheiro do perfume da minha mãe. Não sei se era coisa da minha cabeça, mas escutei a voz dela me chamando virei e olhei para a porta, vi pessoas com roupa da polícia chegando perto e sai correndo em direção à praia que não era muito longe da minha casa. Cheguei com a visão turva não sei se pelas lágrimas que eu nem percebi que havia derramado ou pela tontura que eu ainda sentia.
- Por que vocês me abandonaram? Eu achei que vocês iam cuidar de mim. Agora eu estou sozinha.
- Não você não está. - escutei uma voz familiar falando comigo e logo depois senti braços me envolvendo.- Eu estava preocupado com você pequena.
- Ainda bem que você tá aqui. Eu senti sua falta.
- Onde você estava? Eu te procurei em todo lugar Luna. Até a polícia tá te procurando.- Falou preocupado.
- Como assim a polícia está me procurando?- Falei com raiva e medo na minha voz.
- Você desaparece do nada logo depois dos seus pais...
- MORREREM. POIS É VOCÊ ACHA QUE EU IA FICAR PRA SEM A PRÓXIMA?
- Luna CALMA.
- Eu to com medo.
- E eu to aqui pra te proteger. Eu sempre estarei.
- Obrigada Mike.- eu o abracei e voltei a chorar. Eu sabia que podia confiar nele, mas será que poderia contar sobre quem eu realmente era? Ele é a pessoa que sempre esteve ao meu lado. Que sempre fez tudo por mim. Eu posso confiar nele. - eu preciso te contar uma coisa Mike. Mas eu tenho certeza que vai ser muito difícil pra você entender. Mas eu sei que posso confiar em você.
- Você pode me contar qualquer coisa. O que foi Luna?