Chapter Four.

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Depois daquilo nos mantemos em silêncio. Eu ainda não entendi o sentindo de usar e abusar de mim e nem procurei saber a definição desta frase que me faz ter reflexões explícitas e nojentas que me causam nojo. 
Ele me arrastava pelo chão cheio de pó e molhado pelas paredes. Não parava de chorar só de lembrar nos meus pais e em toda minha família.

- Quem é ele? - pergunto rompendo o silêncio entre nós dois.

- Ele? É o Diabo. Quem mais seria?

- E-e-ele é o Dia...? - pergunto com medo olhando para todos os lados. - Ele está aqui? Agora? Com a gente?

- Bom, digamos que sim, já que ele está em todo lugar, mas nem todas pessoas notam sua presença. Ele consegue se apoderar de qualquer coisa, tomar conta de uma alma, um animal, um objeto... Você, eu...

- Eu? Eu não, eu não, porque...

- Ele entrará no seu corpo quando você menos espera. E posso lhe contar uma coisa? Ele já se apoderou de sua alma.

- Não! Mentira! É mentira! Mentiroso! Você é uma mentira! Isso tudo é uma mentira! Tudo que sai da sua boca é mentira!

- Claro! A Mentira! Ele é o pai da mentira! A melhor coisa que existe é a mentira! Fora a ganância, a cobiça, falsidade, adultério... Coisas maravilhosas! São coisas pequenas, para nós, claro, mas que podem provocar grandes catástrofes! Destruir famílias romper amizades antigas! Acabar com um casamento! Não sabe o prazer que temos quando acontecem desgraças na vida das pessoas! Ainda mais aqueles que são tementes à Deus, é realmente uma delícia, pois traem à Deus... É como se nossos corações se enchessem de alegria, embora não termos coração e quem dera sentimentos... mas...

- Isso é horrível! Eu nunca faria isso com pessoa alguma!

- Ainda não faz, mas fará! Você sobrevivera através do medo e infelicidade das pessoas. Igual aos vampiros eles necessitam de sangue para viver e sem essa fonte de sobrevivência podem até morrer...

- Vampiros? Eles existem?

- Ah claro, são nossos cúmplices, e são ótimas "pessoas" se é que posso chamá-los assim - ele dá gargalhadas altas e graves que ecoavam pelo local.

- Onde estamos? - pergunto observando em volta.

- O coração do Inferno. Já não lhe disse?

- Disse-me, mas, que lugar é esse - meus olhos corriam pelo lugar úmido.

- Ah! Aqui deve ser hum... talvez Londres - fico boquiaberta e abanando a cabeça negativamente.

- Não não pode ser. Estamos abaixo, né? É tão pequeno e...

- Isso é Londres Subterrânea seguida por Holmes Chapel, e praticamente a Europa inteira. Pois não, não vês? - ele levanta a cabeça olhando o teto negro e molhado.

- O quê? - acompanho seu olhar.

- As pessoas, alguns correm, outras falam ao celular, outras roubam as carteiras dos outros - uma risada escapa dos seus lábios. - Isso...

- Cê tá louco ou o que, não dá para ver nada daqui de baixo! Doente!

- Eu não sou doente! Você é que é! E vai ficar a cada dia que passar aqui dentro, comigo... - ele me prensou na parede e passou a mão pelas maçãs do meu rosto e tocou minha nuca me puxando.

- Eu tenho coração e eu sinto ele bater, dentro de mim! - meti as minhas duas mãos no seu peito o empurrando. - Diferente de você! Que não tem! E nunca vai ter!

PSYCHOTIC - H.S ✔️ [EDITANDO]. Onde histórias criam vida. Descubra agora