Capítulo VII - Primeiro dia

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Assim que o fiscal me ajudou a localizar o quarto, entregou a chave. Peguei-a e em seguida abri a porta. Espanto. Não pode ser.. Isso era mesmo um quarto? Nossa. Sério cara, caberia a sala de estar, o quarto de Kate e o meu aqui dentro. Não parece real. A decoração é perfeita, o arquiteto daqui deve ter ganhado muito, pois fez um excelente trabalho. Só não entendo a necessidade de tantos artigos de luxo. Olhei para o canto esquerdo, tinha uma bela escrivaninha verde claro. Havia também uma rica cômoda ao lado e meu Deus.. A cama era enorme. Por que isso? Apenas um ser vivo (eu) iria dormir ali. Logo percebi a tv colocada na parede cor salmão, bem perto, havia uma cabideira cinza para pendurar as roupas. Também havia alguns puffes espalhados por cima do tapete fofo. Mais em frente uma estante com alguns livros em cima. Eu já trazia consigo cinco, enfim, quanto mais livros melhor.

Não pude deixar de notar um belo vaso cilíndrico com orquídeas dentro, e um porta retrato (sem retrato). É incrível eles terem pensado em tudo isso. É até um exagero na minha opinião. Ao lado direito, estava os mesmos móveis só que de cores diferentes e nossa... Que bagunça.. Alguma pessoa fez questão de bagunçar essa parte do quarto, mas a troco de quê? Calma. Por que tem mais uma outra cama aqui? C-COMASSIM? N-não pode de maneira alguma um outro aluno dormindo aqui. P-porque não são quartos separados? E sabe, ele é um menino, na certa vai perceber algo diferente em mim e logo logo irá descobrir o meu plano. Nãão. Eu não quero isso.
Por agora, não adianta falar com o diretor e, vejo que estou um pouco atrasada. Pergunto ao fiscal:

– Os alunos já foram todos para a sala?

– Não caro rapaz. Os alunos estão em uma cerimônia. – respondeu.

– Q-que cerimônia? – pergunto outra vez curiosa.

– Hoje é a celebração de aniversário desta escola. Os alunos estão todos reunidos no ginásio. Além disso, já começou. Acho melhor se apressar. – disse o fiscal.

– Claro. Tenho só que deixar esta mala aqui. – falei colocando-a perto da cama.

Saí do quarto deixando a chave em cima da cômoda. Olhei para o fiscal e o mesmo disse:

– Se quer saber onde fica o ginásio. É logo atrás. Tem uma saída que dá acesso a um jardim.

– É que.. Olha como você vê, eu estou com um pouco apressado e atrasado. Pode dar um tempo do seu trabalho e me mostrar onde fica isso?

– Gostaria, mas não posso, tenho que ficar vigiando os quartos. – respondeu.

– Mas é rápido. É só pra me ajudar mesmo, pois, receio que posso me perder de novo e..

– Tá bom. Tá bom – disse ele. – Por aqui.

– Ok – respondi acompanhando-o.

Segui ele até um pátio enorme. Mas não havia jardim algum. Deveria ser uma outra saída também. De longe, avistei o ginásio. Era enorme. Parecia um estádio de futebol. Deus.. Ainda dá pra se surpreender com esta escola?
Em seguida, agradeci o fiscal e fui para o ginásio.

Chegando no ginásio, pude perceber de cara uma grande proporção de alunos. O ginásio estava completamente lotado. Não sei como não deu para notar o som e o barulho que vinha daqui de dentro. Me aproximei de alguns meninos. Eles não estavam com o mesmo uniforme que eu. Talvez fossem do terceiro ano letivo. Bem, mas cadê a minha série, minha turma? Resolvi perguntar para um dos meninos da frente.

– É-é com licença, mas sabe onde fica a fila do segundo ano? Eu sou novato, cheguei hoje aqui. – falei.

– Ah sim. Fica na fileira ao lado da nossa. – mostrou apontando.

De repente, meninoOnde histórias criam vida. Descubra agora