Você não pode fujir!

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 A brisa suave da manhã soprava em meu rosto fazendo minha pele arrepiar- se, as pernas doloridas  apoiadas no painel do carro tremiam ao passo que o carro passava pela superfície arrida da estrada esburacada. Minha cabeça vai explodir, por que eu bebi tanto noite passada? deveria ter parado pra pensar que ficaria de ressaca.

-Hummm...

O carro treme e eu não consigo relaxar, o que me doí mais ainda e o fato de eu não me lembrar de nada que aconteceu noite passada.

-É serio Marlon, tudo que eu lembro e de um monte de luzes, eu dançando feito louca e alguma coisa sobre fazer "xiiiiiiiiiii"  para mijar

-Não é possível, m-mas voce parecia tão consciente... sei lá...

-Olha eu me lembro de ter dado uns pega em alguém- digo me ajeitando no acento de couro marrom 

Marlon me fita animado e com os olhos vermelhos brilhando.

-E então? 

-E então- levo uma das mãos ao queixo pensativa- então é isso  

-Hã? 

-É, vai saber quem foi- dou de ombros- espero que seja gatinho

Marlon parece decepcionado, acho que ele queria que eu encontrasse alguém especial ou... sei lá. coloco os pés sobre o acento e me direciono ao banco do carona.

-Me avisa quando a gente chegar, vou tirar um cochilo

-Tá- ele se vira para frente novamente, e está serio 

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Em meu quarto uma serva chamada Betina,que eu batizei de Tina, segurava uma bandeja com café quente e uma cartela de remédio para estomago, me levanto do sofá customizado e estendo as mão para pegar a xícara com estampa de gatinho.

-Beba isso majestade, ajuda na ressaca

-Como voce sabe que eu estou de ressaca? 

-A... er... e que- ela cora e desvia o olhar- todos do castelo ficaram sabendo

Cuspo o café para o lado e olho arregalada para a Tina.

-Merda! minha tia vai me matar- levo uma das mãos aos cabelos e me levanto do conforto do sofá 

-C-calma, só os funcionários ficaram sabendo, sua tia ainda está fora 

-E Natan?  Se Natan souber com certeza ele vai correr como um cachorrinho para saia da minha tia, aquele dedo duro

-Natan está de ferias senhorita 

Me sento no sofá novamente mais calma e tranquila.

-É? que coisa... sabia não 

Alguém bate a porta.

-Va, posso entrar? 

- Vá em frente

Marlon entra quarto a dentro, a serva faz uma reverencia para ele e sai.

-Tina vamo combina de um dia assisti aqueles filmes macabros que voce me falou

Marlon fita ela com duvida, tipo: "como uma coisa fofa como voce assisti filmes de terror?" 

Ela cora mas assente positivamente, ao sair Marlon começa a sua interrogatória:

-Você está bem? Como se sente? Precisa de alguma coisa? Quer uma massagem? 

- To de boa 

- E o que sempre diz mas na verdade e- ele para de falar e encara a pequena comoda branca ao lado da minha cama, a unica coisa branca do quarto 

Ele vai em direção ao móvel e para na pequena escadinha que da para um piso mais alto onde descansa  minha cama.

-Você tem um admirador secreto por acaso? 

-Que? - me levanto também para saber o que ele olha tanto 

Minha face empalideceu ao avistar as rosas amarradas ao macho de cabelo vermelho, eu avia me esquecido completamente do perseguidor.

-A isso é... hum, u-u-uma serva me trouxe- minto dando um sorriso ligeiro e voltando para o sofá 

Ele se aproxima mais das flores e nota os fios de cabelo ruivos pertencentes a mim claro.

-Isso é cabelo? - ele insiste no assunto estranhando os fios- i-isso e cabelo seu

-Er... e- e que eu queria ver se... cabelo amarra bem as coisas sabe

-Bem se voce amarrar um monte de fios como voce fez aqui, eu acho que segura firme

Ele observa o buque atenciosamente.

-Você até deu um laço... mas por que uma das servas deu um buque pra voce? 

-A é que- meu telefone toca- opá, telefone- aviso com o objeto nas mão- Aló? 

-Olá Valentine lembra de mim? - e ele

Encerro a chamada e tento descobrir de quem e o número, a unica coisa que vejo é: Número Privado 

-Quem é? - Marlon e suas interrogações 

-Ni-ninguém , deve ter confundido, ha ha... 

Como eu pude me esquecer dele, esse foi o segundo motivo de eu ter fugido do castelo para ver se ele parava, mas parece que ele está bem determinado em me perturbar. Tenho que dar um jeito nisso.

-B-bem eu acho que vou tomar um banho sabe

- Ok, eu só vim para ver como voce estava- ele larga o buque de flores na comoda e vai em direção a porta, eu o acompanho até ela

-Bem, então bye, bye

-Hehe, tchau- ele coloca uma das mãos em minha nuca e me aproxima dele, dando um beijo em minha testa carinhosamente, eu me surpreendo, ele é tão carinhoso e gentil e em troca: eu minto 

A porta se fecha e meu coração bate acelerado, estou tão ruim assim para meu coração bater tanto? agarro o celular e ligo para o "Numero Privado" 

-Hummm... me desculpe parece que voce estava ocupada com o princepezinho 

-Escuta aqui, pare de me atormentar, o que eu fiz pra voce? 

-Nada, eu só estou apaixonado por voce 

-Apaixonado uma merda! pare de ligar para mim e de mandar coisas eu nem te conheço...

-Você quer me conhecer  Valentine? 

-N-não exatamente

-Hummm... 

-Olha só me fale o que voce quer e... é dinheiro? eu- eu posso dar um jeito e-

-NÃO ME SUBESTIME!!!

Estremeço com a voz furiosa do anonimato.

-Você sabe o que eu quero Valentine... eu quero voce

-Temia que disse se isso- encerro novamente a ligação e desligo o celular para que ele não me ligue mais

Levo as mãos a cabeça e afasto o cabelo grosso da fase, olhando para a janela percebo algo incomum, a passos rápidos eu me direciono até a sacada e estremeço ao notar uma pequena torre bem distante do campo que preenchia a vista da sacada. O lençol estava bem amarrado em suas vigas de uma maneira que eu não conseguia ver direito aonde exatamente estava atado, isso com toda a certeza era obra dele, a unica coisa que pude observar bem foi as letras enormes em negrito preto me avisando. 

Você não pode fugir!  

Valentine apenas uma princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora