Capítulo 7

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Eu tenho uma teoria.Minha teoria é  sobre momentos de impacto.Esses momentos de impacto, esses instantes muito intensos que alteram totalmente nossas vidas e acabam definindo quem realmente somos.

Um dos meus momentos preferidos foi quando nos vimos, mas isso não me pertence mais e nem eu sei explicar o por que. O impacto é isso. Tudo que nos resta depois de uma queda, uma batida,um confronto. Mas o importante é que cada um de nós, é a soma total de todos os momentos que já passamos, com todas as pessoas que já conhecemos. E são esses momentos que se torna nossa história, que ficamos relembrando diversas e diversas vezes.

Mas o que eu nunca considerei foi 'e se um dia não conseguirmos nos lembrar de nenhum deles?' .Nada na vida se tem garantia, nem mesmo sua lembranças.

No momento essa é a única coisa da qual eu tenho certeza.

A luz, juntamente com o impacto e a escuridão.Não consigo lembrar em certo qual momento isso aconteceu, mas doeu, e aposto que não foi só em mim.

***

Decidimos ir para o sítio da avó da Abigail assim que amanheceu.

Parecia que não estávamos em condições de continuar por ali, havia sido uma semana dificil, e Abby achava que um tempo no campo poderia nos fazer bem.

Agora, a mesa a minha frente está cheia de todo o tipo de comida que se possa imaginar, mas não consigo comer mais nada. Avós realmente deveriam saber a hora de parar.

Outra coisa que não ajudava com o meu apetite eram os olhares que a vó Beth me lançava o tempo todo. Parecia que ela achava que ia me afogar com os bolinhos de chuva a qualquer momento.

Abby resmungo e revirou os olhos.

— Vovó! Não é bonito ficar encarando.

— Que bobagem, eu não estava encarando. - Ri das duas - E então Katherine, como vai a faculdade? Namorando muito?

Esfreguei as mãos nas calças, tirando os farelos e encarei Abby.

— Eu? Namorando? Não, pelo jeito, é a sua neta que anda de olho em alguém.

Ela estava de boca aberta, talvez decidindo se ia me fazer engolir a caneca agora ou depois.

— Eu?

— Sim! Aquele cara novo, o seu ex!

— Ex? E desde quando Abigail Jones namora?

— Vovó! Eu não namoro. Namorava. Ex é do verbo passado, que lembra: não cometer os mesmos erros.

— Ex? Tem certeza? Você tem umas crises de ciumes as vezes que... Né.

Tenho certeza que a vovó Beth está alternando o olhar entre nós até que ela respira fundo e se levanta.

— Abigail, vou ligar pra sua mãe agora mesmo.

— O que? Vovó! Eu já fiz dezoito! Qual o problema?

— Mas quando vocês namoraram, tinha quinze. - murmurei rindo, enquanto a vovó saiu correndo da cozinha.

— Kath! Quer saber? A gente precisa conversar.

Ela largou o próprio café e me levou pra fora de casa.

O sol estava alto, refletindo no pequeno açude mais a frente. À nossa esquerda, uma arvore tinha um balanço solitário pendurado, lembro de brincar nele na nossa infância.

— O que? Vai me dizer que ficou chateada? Só estou brincando com a sua avó, pode deixar que eu me explico com sua mãe.

— Essa não é a questão, você sabe que a minha mãe não ligaria. A questão é: não existe ex nenhum.

Ri.

— Como não? E o tal do Ad alguma coisa?

Ela esfregou a mão no rosto e me olhou.

— Ele não é meu namorado. - à essa altura, parei de sorrir - Eu disse isso pra você não se aproximar dele. Kath. Ele não vale nada. E pensei que se você achasse que ele é meu ex... Não se aproximaria dele, sabe? Em respeito a nossa amizade.

Eu já não estava mais caminhando.

— Quer dizer então que você mentiu pra mim, quando podia simplesmente ter me dito a verdade? Eu sabia que você não podia ter me escondido algo tão importante como um namorado.

— Eu não menti. Eu só....

— Ah, não? E qual o nome que você dá pra isso? Me enganando assim?

Respirei fundo e tentei me acalmar. Eu sabia que algo estava errado.

— Me desculpe Kath, nunca achei que vocês fossem se.... conhecer. Eu não vou mais mentir pra você. Prometo.

— Espero mesmo que você não faça mais isso. Aliás, o que esse menino fez pra que você achasse que precisava mentir pra mim?

Vi Abby abrir e fechar a boca, antes de decidir falar.

— Digamos que ele fez muito mal a uma amiga minha. Danos... Irreparáveis.

Assenti.

— Bom, se é assim, eu mantenho distância. Viu? Era mais fácil só ter me contato tudo.

Ela sorriu e concordou.

Não consegui me livrar da sensação que segredos piores estavam escondidos de mim.

***
Amores meus,primeiramente queria pedir desculpa por ter me ausentado esse tempo, estava sem ideias de como elaborar um capítulo do qual eu realmente me orgulhasse. Mas estou de volta.
Segundo,eu queria agradecer a minha amiga Risurn por me ajudar tanto nas escolhas de palavras e por me inspirar a ser uma escritora melhor.❤
Espero que tenham gostado do capítulo.

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⏰ Última atualização: Jun 25, 2016 ⏰

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