Em briga de marido e mulher, não se mete a colher!

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Eles me olharam horrorizados, e tive de usar todas as minhas forças para não me acabar de rir de suas caras de "patetas assutados", então me segurei e fingi uma postura seria e dura, tentei imitar ao máximo a que Hyoga sempre fazia quando e a nos ensinar.

–Você escutou tudo que dissemos? –Jun se recuperava do susto e se levantou do sofá me olhando sério.

–Não tudo, eu estava descendo as escadas quando ouvi vocês falando sobre o túmulo do meu pai. –eu não estava mentindo, apenas, bom, omitindo a parte que fiquei parada escultando.

"Eles não precisam que eu diga o óbvio né"

–Então resolveu escutar a conversa escondida. –foi a vez de Julian falar, mais ele estava achando muita graça na situação, e a prova disso foi que relaxou a postura encostando-se ainda mais no sofá. –Vejo que a princesinha não é tão besta como imaginei.-minha reação foi apenas lhe estirar lhe a língua infantilmente e ele riu ainda mais.

–Alana sinto muito, mais não podemos fazer isso sem a permissão do Sensei, se ele não te leva lá, é por que ele com certeza deve ter seus motivos! –ele veio em minha direção e colocou a mão no meu ombro e suspirou. –Desculpe.

–Mas eu tenho o direito de ir lá! -falei exasperada!

-Diga então isso a ele. -Jun olhou feio para Julian.

–Nós entendemos perfeitamente como se sente, e em nenhum momento achamos o contrário, apenas entenda que não podemos fazer isso, pois como já lhe disse antes, isso é algo que apenas o Sensei pode fazer. -explicou-me calmamente Jun.

–Mas....

–Sinto muito! – e falando isso ele saiu em direção a cozinha, dando o assunto por encerrado!

–Droga. –eu falei exaltada.

Eu olhei irritada para Julian que apenas deu de ombros, então me dirigi para fora da casa revoltada, aquilo estava me deixando frustrada. Eu queria poder ir ao túmulo do meu pai, mais por que inferno Hyoga não iria querer me levar lá? Sem dúvida o mais provável é que ele não me levaria lá, para não me colocar em risco.

Tentei puxar o ar para controlar meu nervosismo, e olhei para frente procurando algo que me acalmasse, mais ver aquela imensidão branca não me ajudou em nada, e foi ai que eu me dei conta de como sentia uma tremenda falta da minha vida, dos meus amigos, da minha mãe...

–O que faz aqui pequena? Já tomou café? –me assustei com o sussurro em meu ouvido, então pulei para o lado assustada, e ele me olhou desconfiado. –Está tudo bem? -eu estava tão compenetrada em meus pensamentos que não o ouvi se aproximar.

–Sim, estou bem, só sem fome! –falei suspirando.

–Você acabou de se recuperar, precisa comer pequena! –ele levantou a sobrancelha em forma inquisidora, e seu sorriso de lado lhe dava um ar sexy.

"Pare de pensar que ele é sexy, foco ok?!"

"Calada maldita"

–Desculpe, mais realmente não estou a fim. –falei um pouco rude.

–Tudo bem. –ele me olhou ainda me analisando e suspirou derrotado. –Então vamos começar a treinar, me siga.

Caminhamos alguns metros, o suficiente para não vermos mas a casa, percebi que estávamos perto quando pude ver um gigantesco bloco de gelo, e quando eu digo "gigantesco", eu estou sendo injusta por falta de palavras para definir aquilo. O bloco de gelo era do tamanho de um prédio de 6 andares, imagino que estava fazendo cara de idiota pois Hyoga que me olhava de lado com um sorriso que não mais saia de seus lábios.

A filha de CamusOnde histórias criam vida. Descubra agora