Capítulo 20 ۞ O Grande Rei Régulos

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Essas visões ou sonhos estavam ficando cada vez mais reais e lúcidos, eu tinha visto, minha Relm, Aryana que me despertou pensamentos que não cabe a mim falar agora, Algieba, Axl que estava cumprindo seu dever de guarda – costas, Alana e Marlon em uma danças de corpos suados, Zanela e principalmente Cecil em um momento de reflexão.

Quando abri os olhos me vi em um quarto muito bem estruturado, estava deitado em uma imensa cama e o clima era muito, muito quente, um grande ventilador fazia o vento circular e acabei agradecendo por isso. Estava com a cabeça enfaixada, na altura da testa, havia outra faixa na altura das costelas, meu corpo todo doía. Olhei para o lado e vi uma pequena cômoda com algumas gazes empapadas de sangue e muito curativos. Eu me pergunto como que depois de tantas porradas, ogros quedas de aeronaves e empalamento por espadas eu ainda estava vivo .No chão um grande tapete cobria boa parte do quarto, algumas cadeiras estavam dispostas uma do lado esquerdo e outra do lado direito, do mesmo lado direito uma enorme janela estava aberta e a luz do sol entrava por ela, do lado esquerdo uma grande porta estava entreaberta. Um homem logo entrou com uma bandeja cheia de frutas, sucos, café, chás e muitas outras coisas para se degustar.

A aparência do homem era diferente, pele negra, orelhas pontudas iguais as de Claire, cabelo branco vestia roupas de couro bem feito e muito bem entalhado, ao lado do quadril carregava duas adagas e nas costas uma aljava com um arco e flecha.

- Bom dia! – Cumprimentou o orelhudo.

- Bom dia! – Decidi responder. – O que aconteceu comigo? – Perguntei.

- Sua aeronave caiu perto de nossa cidade capital Trícati. – Disse o Elfo Negro.- Você foi resgatado pelos homens do rei. – Ele completou colocando a bandeja de comida na minha frente. – Bom apetite.

- Tricatí? – Estamos em Astórias, correto? - Perguntei

- Sim, estamos. – Devolveu a figura negra.

Ela impunha respeito, metia medo devo respeitar não estou em um território conhecido. Percebi que o homem me olhava com certa desconfiança, àqueles eram os mercurianos, elfos negros, e já sabia que não eram chegados a visitas.

- Rei? Você diz Régulos?

- Sim ele mesmo!

- Ele sabe quem sou? – Perguntei com um pingo de curiosidade.

- Não existe nada que nós elfos não sabemos caro príncipe Lux, mas agora coma, você precisa descansar, se feriu muito com a queda da aeronave, sorte que sobreviveu mas com alguns ferimentos e algumas costelas quebradas. – O Elfo negro se deslocou até a porta. – Logo o rei o receberá, mas antes deseja que se recupere. Não se preocupe, será bem tratado, esta entre amigos e não o contrário.

E saiu.

Eu estava com fome, realmente não comia há muito tempo, mas não percebi isso, ataquei a bandeja de comida igual um animal ataca sua presa indefesa, rasgando e dilacerando. Mordi os pedaços de uma maça e a o liquido doce escorrer pela minha boca até chegar ao queixo, pouco me importei com educação, queria mesmo era matar a fome. Apesar de ter chegado entre trancos e barrancos ao meu destino, finalmente tinha conseguido, na verdade não era ali que deveria estar, deveria estar atrás de Sofia seja lá ela quem for uma mulher que só sabia o nome e nada mais, pode ser qualquer uma naquele grande deserto, mas tenho a impressão de que o rei Régulos poderia ajudar-me de alguma forma então decidi ficar na minha, ser educado com o rei, afinal de contas estava em seus domínios e com certeza naquela situação em que me encontrava não conseguiria fugir dali com vida caso entrasse em problemas. Olhei para o lado e vi uma pequena muleta ali encostada em uma cadeira, alguém havia deixado ali, sabiam das minhas condições e deixaram ali para que pudesse me locomover. Me levantei e senti uma pequena fisgada na costela do lado esquerdo que começou a latejar um pouco, finalmente as costelas quebradas haviam se manifestado, fui até a muleta e a peguei.

Fábula Cristal: Grãos de Areia - Livro 1 (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora