Capitulo 11

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Eu senti aquela tontura de novo, mas consegui me manter em pé. Cheguei no chalé e entrei no meu quarto. Me deitei logo e fiquei olhando para o teto pensando em tudo que tinha acontecido nesses dias, vários flashs passavam na minha cabeça as lembranças me atacavam e eu comecei a me lembrar dos meus pais e chorei muito até adormecer.
* -Você realmente não vai me responder?- falou a mesma voz dos outros sonhos.
- Como assim?
- A carta Luna. Aquilo não era uma brincadeira. Aquilo é o seu aviso. O seu tempo tá passando.*
Aquele sonho foi diferente de todos os outros. Não foi uma continuação, parecia que eu realmente vivi aquilo, como se aquela pessoa estivesse aqui comigo. Me levantei e vi uma carta em cima da mesa de cabeceira. Meu coração parou. Depois desse tempo todo, não pode ser. Peguei com cuidado e abri.
* Não se engane com essas pessoas, você não pode confiar neles.*
Que palhaçada era aquela? Eu achava que aquilo já tinha acabado. Mas parece que nunca vai acabar. Me levantei assustada, da ultima vez que eu ignorei essas cartas meus pais acabaram mortos. Eu ia tomar cuidado, eu sei que parece loucura seguir o que uma carta que aparentemente não veio de lugar nenhum e nem de ninguém, mas o que não está sendo uma loucura nesses dias? Eu não posso perder mais ninguém. Só não sei de que pessoas a carta estava falando. Fui no banheiro tomei um banho rápido e coloquei uma calça jeans azul, uma blusa preta de manga curta e uma sapatilha também preta.
Sai do meu quarto e meu irmão estava na sala.
- A gente quase não se viu esses dias Luna- falou tentando quebrar o silêncio.
- Eu não queria arriscar você mentir pra mim de novo.- dei uma risada irônica.
- Luna você é a única pessoa que eu tenho. Eu não quero ficar sem falar com você.
- Eu sei. Me desculpa é que é muita coisa pra entender de uma vez só. Eu preciso sair ok?
- Ok, mas não vai muito longe eu quero conversar com você.- falou com tristeza na voz.
Peguei um pedaço de bolo e sai da cabana. Dei de cara com o Victor.
- Onde tu tava? Eu te procurei por todo lugar ontem.
- Eu desmaiei e fui pro hospital, mas se você quiser a gente pode sair hoje.- falei sorrindo pra ele.
- Nossa pro hospital? Você tá bem?
- To sim, agora eu to.
- Ok então pra onde você quer ir?- ele deu um sorriso.
- Só quero sair daqui.- fiz cara de tédio e ele riu.
- Só que a gente vai ter que ser discreto, eles não deixam a gente sair.
- Eles não deixam a gente sair ou não deixam eu sair?
- Tanto faz.- ele falou brincando.
Fomos até uma parte mais vazia e entramos pela floresta andamos um pouco até chegar numa rua esperamos um pouco até um táxi vazio passar e fomos até um café numa parte que eu não conhecia na cidade.
- Que lugar é esse?- perguntei
- Aqui é uma parte da cidade onde só seres sobrenaturais podem ficar. Nenhum humano consegue ver isso muito menos entrar, eles veem só árvores.
- Nossa isso é incrível.
- Pra a gente isso é normal. - ele começou a rir, provavelmente da minha cara de impressionada.
Dei um tapinha no braço dele.
- Chato.
- Você não tem ideia de como sua cara tá engraçada.- ele riu muito da minha cara até colocar a mão na barriga e tentar parecer normal.
Depois de parar de rir ele me puxou para uma mesinha do lado de fora do café.
- Então porque você foi pra o hospital?
- Bem eu me senti tonta e desmaie.
- Por quê?
Eu não sabia se falava pra ele sobre minhas tentativas de aprender a controlar meus poderes, mas eu sentia que podia confiar nele.
- Bem eu tava tentando fazer uma coisa.
- O que? Prender a respiração até ficar sem ar? Você tem cara de que faria isso.- ele deu um sorriso.
- Ha ha. Palhaço.
- Na verdade eu desmaiei... Tentando usar meus poderes.
- Você tem?- ele parecia surpreso.
- Não era pra eu ter?- falei confusa.
- Bem normalmente filhos de anjos caídos não tem poderes.
- Eu também não sabia que eu tinha .- dei um sorrisinho nada amimado.
- Que estranho você ficar tonta quando usa eles. Talvez você tenha sido enfeitiçada para não poder usar.
- Será?- falei confusa, mas era bem provável que isso tivesse acontecido já que meus pais não queriam que eu soubesse o que eu era.
- Talvez, mas enfim. O que você vai querer?
Ainda bem que eu ia comer estava comendo muito mal todos esses dias, eu ficava muito triste ou agitada para comer, mas agora estava morrendo de fome.
- Aeeee comidaa.
Victor riu da minha reação.
- eu vou querer um frapuccino e um cupcake.- falei pra o garoto que tinha só um olho que estava na nossa frente.
- Eu também.- disse Victor.
- Luna, eu chamei umas amigas minhas pra cá também tá?
- Claro, quando elas vão chegar?
- Elas já tão vindo ali.
Quando eu olhei pra trás estavam Lauren, Audrey, Emma e Serena vindo na nossa direção. Eu estava feliz por ver minhas amigasbdepois de pensar muito sobre elas eu percebi que elas prometeram aos meus pais que não iriam me contar e que talvez eu não devesse tratar elas daquele jeito. Quando elas chegaram na mesa eu me levantei e abracei elas.
- Eu não sabia que você conhecia Victor.- disse Serena.
- Eu conheci ele faz alguns dias.
- Eu não sabia que vocês se conheciam.- falou Victor confuso e nos começamos a rir.
- Podemos dizer que temos um passado.- disse Audrey ainda rindo.
Conversamos muito e rimos muito também a gente ficou lá até escurecer e depois voltamos para o acampamento.
- Gente vamo lá pro nosso quarto.- falou Emma.- a gente fica conversando lá.
- eu acho melhor eu voltar para a cabana.
- Tá bom tchau Luna- disse Victor me abraçando e as meninas fizeram o mesmo.
Quando cheguei Nowa tava sentado no sofá da sala com uma cara preocupada.
- Luna ainda bem que você chegou- ele se levantou rápido e eu percebi que a cabana tava toda bagunçada.
- Cadê o John?- falei com um aperto no coração.
O Nowa ficou me olhando sem falar nada.
- Cadê o John- falei já ofegante.
- ele sumiu.
- Como assim sumiu? PESSOAS NÃO SIMPLESMENTE SOMEM.
- Eu tava no quarto e quando sai pra ver o que era esse barulho eu uns caras levando ele eu tentei lutar mas era muitos.
- VOCÊ É UM INÚTIL MESMO. QUE BELO GUARDIÃO.
- Luna PARA DE ME CULPAR POR TUDO.
Ele veio limpar as lágrimas que eu nem percebi que tinha deixado cair.
- Não toca em mim.- falei afastando meu rosto, talvez a carta estivesse falando dele. Sempre que ele estava alguma coisa acontecia, não podia confiar.
Sai correndo da cabana e continuei correndo até a entrada, mas eles me pararam.
- ME DEIXEM SAIR! EU PRECISO ACHAR MEU IRMÃO.
Nesse momento eu já estava desesperada chorando muito corri até a floresta para tentar sair por outro lugar mas acabei me perdendo, sentei no chão e me entreguei ao choro.

Filha dos anjosOnde histórias criam vida. Descubra agora